ONZE

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Gabriela
Eu atenta, pálida, preocupada e nervosa, era meu trauma. Minha pior parte da vida. So me deixou algo bom, minha filha. As imagens vem em minha cabeça, fico tonta e ouço meu nome

-Gabriela -Não respondo -Gabriela -Outra vez Carlos me chama

-P-preciso de ar -Consigui falar ainda fitando Alex

-É... Já iniciaremos. Perdão Carlos mas ela parece passar mal -Ele maneia a cabeça em um "sim". Fico um minuto andando de um lado ao outro, o culpado de diversos traumas está muito perto

-Que mundo pequeno -Paro bruscamente e não ouso virar -Encontrei você no último lugar que iria imaginar, coloquei tantos investigadores atrás de você e minha filha. Querendo ou não ela é minha e é meu direito vê-la, e você, pequena Gabriela, tem obrigação de estar ao meu lado, iremos construir uma linda família. O que acha?

-Que deve se afastar, me esquecer, Elisa é minha filha, só minha -Viro-me e ele dar um passo em minha direção, me afasto assustada mas não deixo que ele perceba, tenho que ser forte

-Falaremos disso outra hora, vim apenas para deixar bem claro que se Carlos sonhar que... Você sabe o que. Então, se ele sonhar, você irá receber de correspondência a cabeça de Livia ou outro de seus amiguinhos

-Você é um monstro -Murmurei e ele se aproximou com o mesmo olhar de anos atrás, fiquei parada sem saber para onde ir

-O que está havendo? -A voz de Carlos faz com que Alex se afaste

-Estava dizendo que conheço a Gaby porque estudamos juntos e ela podia não lembrar

-Isso -Reforço, tenho medo de perder meus amigos -Eu lembrava, vamos resolver as coisas -Sugiro fria, mas lanço um sorriso talvez mais frio

***
Depois do que parece uma eternidade acabamos, ele assinou o contrato, sei que não tá nem aí para empresa, e sim me infernizar. Isso me atormenta

-Que tal um jantar para comemorar? -Alex sugere e já fico incomodada

-Claro. Iremos os três -Carlos afirma e arregalo os olhos

-Tenho que cuidar da minha filha -Sorrio sem graça

-Você já tem uma filha -Ele perguntou cínico

-Sim -Respondi fria

-Ysadora cuida dela -Carlos faz cara de choro insistindo

-Ysadora? Vocês são amigas agora? Se odiavam... E... Nossa -Fiquei em silêncio, engoli seco diversas vezes e segurei o choro, queria mesmo pular em seu pescoço e dizer tudo que sinto vontade

***
Quase hora do jantar, ouvi buzinas do carro e olho pela janela, vendo eles ali no mesmo carro, o pior é que Carlos se dar bem com Alex. Respiro fundo e seguro as lágrimas

-Hey, não chora, se não quiser ir dou uma desculpa -Ysa tem sido uma ótima amiga

-Tenho que ser forte -Isso tem que ser mais para mim, fixei essa frase a anos e agora preciso mais ainda dela

-Você é muito forte -Sussurro um obrigada, aperto suas mãos que só então percebi estarem nas minhas e saí

***
Um jantar tenso, o medo presente em mim, no final lembre que riram de qualquer conversa e eu estava distante, minha mente repetiu milhares de vezes aquela cena, sentia o mesmo cheiro, a mesma sensação de nojo e vontade de cuspir fora tudo. Só queria esquecer aquelas cenas. Alex olhou algo no celular e disse que já ia embora, deu um beijo em minha bochecha e novamente o nojo presente

-Então vamos? -Perguntou Carlos depois de minutos em silêncio

-Vamos -Já no carro, passamos quase o caminho inteiro em silêncio

-É... Estava distante o jantar inteiro -Comentou e vi ele brincar com os dedos no volante

-Preocupações bobas -De bobas não tinham nada, mas era eu ali, sozinha

-Ahm... Se precisar de algo me avisa -Nessa hora paramos em frente a minha casa

-Quer conhecer Lili? -Ele esboça um largo sorriso

-Muito -Quando entramos uma pequena criaturinha abraça minhas pernas gritando por mim

-Amor -Abaixo-me ficando a sua altura -Esse é Carlos, um amigo da mamãe

-Oi -Sorri tímida

-Olá pequena -Ele a abraça e logo se aproxima do sofá onde Ysa está vendo a cena, com a garota nos braços senta no sofá. Se divertindo com as palavras erradas de minha filha

Recomeçando Uma VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora