Recomeçando Uma Vida

QUARENTA E UM

Gabriela
Recebo uma mensagem de Cândida dizendo que ia, e eu estou nervosa, o toque dele, se eu não me controlar... Eu vou conseguir, vou ajudar tanto Cândida, como a mim mesma. No almoço combinei com Kennedy de ir-mos a um restaurante perto

-E então... Está com outro? -Pergunta ele tomando um suco, depois de falar-mos de muita coisa

-Sim, estou eu acho, é complicado, mas para todos estou noiva então... Shii

-Certo, certo -Ele rir -Não sei o que está aprontando, mas vou concordar

-Não é nada de mais, só me livrar de alguns laços

-Conheci uma garota, e... Espero que funcione

-Fico feliz por você Kennedy! -Exclamo realmente feliz, deixo um dinheiro na mesa para pagar o que eu ia comer -Agora já vou, apesar de dar para ver a empresa daqui, tenho muito a fazer.

***
Parece que as horas passam se arrastando e o nervosismo só aumenta a cada minuto, tudo bem, terei que fingir, o final do expediente chega, tudo meu guardado e o barulho do relógio me irritando, ouço batidas e vou abrir, Cândida se esconde numa mini sala que fica dentro da minha sala e em poucos minutos Carlos chega, nem espera por nada e já põe as mãos em minha cintura e aperta

-Calma -Peço -E sua noiva?

-Só quero te ter uma última vez depois de casar, eu a amo. Que isso fique claro

-E por que me deseja tanto?

-Não sei -Seu nariz passa por meu pescoço -Talvez esse cheiro incrível, ou essa pele macia -Ele passa a mão por meu braço e vai até meu quadril, eu agarrava sua nuca

-Quero que diga, o que realmente sente quando está perto de mim

-Meu coração bate descompassado, eu perco a voz e a respiração, mas quando é para te provocar, eu os encontro outra vez

-Então é isso -Cândida sai aplaudindo -Esse é o amor que sente por mim -Ela cruza os braços e a vejo engolir seco

-Eu posso explicar

-Não pode não -Digo fazendo um sinal de negação com a boca -Por todo caso, eu vou embora, beijos

***
Chego na empresa com sono, muito sono, o dia é cheio, parece que as pessoas resolvem fazer tudo em dias de preguiça, não podem sei lá, parar com essas manias? Eu mexia no computador distraída e a porta se abre bruscamente

-Se você tentou terminar meu noivado, sinto informar mas falhou -Falhou? Como assim? Finge que não liga

-Tá, era só isso?

-Como assim? Você é demente? Armou para mim!

-Meu noivado acabou por sua culpa, e eu não digo nada

-Que bom que acabou, você merece ficar sozinha, sua máscara caiu agora, e a cobra que você é surgiu

-Quem ver você até liga para seu noivado

-Eu não ligo para você, que não passa de uma estúpida -Engulo seco, aquelas palavras mexeram comigo

-Valeu, agora, sai daqui -Pedi calma

-Não! Você vai ouvir tudo -Ele realmente estava com ódio puro e a dor de cabeça surge

-Outra hora -Sussurro para que ele não possa perceber que eu estou passando mal

-Outra hora nada, vai que chame a Cândida outra vez? E sabe o que é pior, ela ainda acredita em você -Ele rir sarcástico -Entendeu? Ela ainda acredita em você!

-Que bom, ela não perde nada, tem toda razão -Falho um pouco

-Para de se fingir de coitada

-Vai se fuder Carlos -Digo alto e levantando, bato as mãos com força na mesa -Saí daqui por favor

-Eu não te odeio, sinto nojo -Isso foi como uma facada no meu peito, ando por minha sala com raiva, até que uma tontura bate forte e eu simplesmente não vejo mais nada

Um bipe

Vozes

Luz forte

Quarto branco

Eu morri?

Tento me acostumar com a claridade e nisso tenho que piscar o olho umas mil vezes até abrir por completo, vejo um homem de branco, uma mulher também de branco e Cândida

-Por que não me disse que estava grávida? -Ela pergunta com raiva e de braços cruzados

-E-eu estou? -Pergunto fingindo não saber

-Não se faça de tola, como fui burra? Percebe-se um pouco

-Agora sou gorda?

-Não mude o foco

-Fernando ficará feliz -Sorrio fingindo

-Esse bebê é de quase cinco meses, tempo que estava com meu noivo, esse bebê não é do Fernando

-M-mas -Eu finjo-me de confusa

-Você coloca a cinta mal -Como sou lerda? Vejo minha barriga já bem grandinha e a cinta que usava do lado da cama