NOVE

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Outra vez no elevador vazio quando ele entra, sorrio gentil e ele faz o mesmo, parece ajeitar a gravata e não consegue, pois a deixa torta, ri de sua cara frustrada e me aproximei, arrumando a gravata, ele apenas sorriu em agradecimento

-Viu? Melhor -O elevador para com brutalidade -Essa merda sempre é assim -Falo me recuperando do susto

-Calma -Se aproxima perigo sem graça, me afasto e outro susto quando as luzes piscam mas acabam ficando acesas

-E-eu... que... que horas... v-vai... p-po.. por -Comecei a sentir falta de ar, o estrupo me causou mais problemas como claustrofóbia

-O que você tem? -Encolho-me no canto e sento chorando

-Nada -Eu chorava e seu olhar de pena só piora

-Quero ajudar -Ele se aproxima cuidadoso -Só, ajudar -Segura meu ombro e as imagens de Alex tirando minha roupa me assombram

-Não... por favor -Falo por um fio -Não quero -Encolho-me no canto e sinto uma mão quente em meu ombro -Não deixa -O abraço por impulso -Ele quer me machucar

-Shiii... ele não vai te machucar -Fico mais confortável. Outra vez o elevador volta a funcionar

-Sou claustrofóbica -Rimos e percebo que estou envolvida em seus braços -Já podeme soltar

-Mas antes -Recebo um beijo, bem delicado e bom. Minhas mãos em sua nuca, lhe solto e tento empurrar, mas aí que ele me aperta mais para si. As portas se abrem e todos olham -Ops -Parecia uma criança depois do beijo

-Senhor sua boca está vermelha -Kelia chega depois que saímos do elevador -Isso é... é batom? -Olha para mim e cruza os braços sorrindo como "pegou ele?"

-É... costumo passar, sabe? -Coça a nuca, lhe dou um tapa, muito bem aplicado

-Nunca mais encoste um dedo em mim! Okay? -Ele massageia o lugar e me olha assustado

-Tem a mãozinha forte -Mostro o dedo do meio e sigo para minha mesa e olho minha boca no espelho pequeno de minha bolsa e limpo a parte borrada

-Gaby minha agenda -Senhor Belleck passa como um furacão, parece chateado, quando Carlos ia entrar lhe impeço parando em sua frente

-Saia, venha mais tarde. Hoje não tem mais reuniões familiares -Estava com a agenda na mão, ele se inclina para ficar perto de meu ouvido, faço menção em sair mas paro quando ele começa

-Essa sua mão deve ser ótima para outras coisas e essa boquinha? Desejo você mesmo assim bruta, a excitação é maior -Quando vou dar-lhe outro tapa ele para minha mão segurando-a e deixa um beijo em minha boca

-Imbecil -Sussurro e entro na sala, Gabriela estava um pouco atrasada, disse que ia levar as crianças hoje.

***
Fim do expediente amém! Gabriela ia pegar as crianças e eu fazendo hora extra, quando recebo um telefonema, mesmo no telefone da mesa

-Alô, empresa... -Antes que eu termine de falar sou cortada pela voz de Carlos irritado

-Gabriela quero você na minha agora. Não importa o que esteja fazendo -Respiro fundo quando ele desliga na minha cara, termino minhas coisas sem pressa, ele não é meu chefe. Não manda em mim, posso ir a hora que me der vontade, quando chego ele andava de um lado ao outro, mexia no cabelo nervoso -Demorou por que?

-Tenho mais coisas a fazer -Ele segura meus braços com raiva

-Só vou perguntar uma única vez. Não minta -Engulo seco -Sua filha é filha de quem? Quem foi o filho da puta que te estrupou -Comecei a chorar e fui abraçada -Só quero saber

-Quero esquecer isso! Por favor -Não caio de joelhos porque sou segurada, mas logo desmaio

***
Acordo em um quarto bonito, mas não sei onde é, tento recobrar os sentidos

-Só vou perguntar uma única vez. Não minta -Engulo seco -Sua filha é filha de quem? Quem foi o filho da puta que te estrupou -Comecei a chorar e fui abraçada -Só quero saber

Chorei e me encolhi pegando forte o travesseiro, estou perdidamente perdida, só para ter uma idéia da situação! Ele chega sorrindo preocupado

-Perdão por fazer aquelas perguntas... é que não me segurei, sabe? -Nego com a cabeça

-Por que? Não deveria... se... se preocupar comigo

-Não entendo o que me aconteceu. O sangue ferveu, e... e... sabe o resto não é

-Quero ligar para Gaby e avisar que estou em um lugar desconhecido e se eu morrer a culpa é sua -Sorri

-Você está de volta -Esboço um pequeno sorriso -E já liguei para ela

-Que lugar é esse? -Pergunto

-Meu quarto. E não. Não aconteceu nada -Rio novamente revirando os olhos, ele pega em minha mão -Quando e sentir bem, quando confiar em mim, poderá me dizer

-Não sei quando vou confiar em você

-Quando eu tocar em você e se sentir bem e segura, estará confiando em mim

-Então estou confiando em você agora

Recomeçando Uma VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora