Capítulo 7

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Dentro daquela carruagem havia espaço para quatro pessoas. Duas de frente para as outras duas. Mas não era nada luxuoso, como o seu "padrão disney" deve estar imaginando. Era tudo de uma madeira simples. Eu sentei no canto da parte de trás, longe da porta e fiquei olhando pela janela enquanto a carruagem ficava cada vez mais cheia. As três garotas que entraram conversavam animadamente sobre como o palácio devia ser luxuoso e como seria incrível conhecer a família real. Coitadas. Pensando que iam ser tratadas como princesas, quando na verdade iam ser tratadas como cachorros. Ou até pior.
Ignorei completamente a conversa e prestei atenção na janela, observando a paisagem enquanto a carruagem começava a se mover.
Tentei não pensar muito nisso durante aquela viagem, ou ia enlouquecer, mas era oficial. Eu estava indo embora.
Observei a paisagem, li um pouco e tentei ignorar quando aquelas garotas começaram a comer e o meu estômago roncou. É isso que dá não tomar café da manhã.
Aquelas garotas me ignoraram completamente durante toda a viagem e aquilo foi o melhor que elas poderiam ter feito.
Logo o sol já havia me dito adeus e a lua me abraçou amigavelmente.
Foi um longo dia de viagem sem nenhuma parada pra descansar.
Paramos em frente a uma estalagem e todos desceram para passar a noite.
Certifiquei-me que todos ja haviam descido e entrado e desci quando a rua já estava quase deserta. Tirando alguns guardas.
Ao descer, me senti tonta graças ao pouco de comida ingerida naquele dia e teria caído se um guarda não tivesse se aproximado e perguntado:
- Você está bem?
Eu assenti, sem olhar pra ele, tonta demais pra formular uma resposta. Dei mais um passo pra tentar provar minhas palavras, mas eu teria caído se ele não tivesse me segurado.
- Okay, você definitivamente não está bem.
Ele me sentou no chão da carruagem de forma que os meus pés tocavam levemente o chão.
- O que você está sentindo?
- Tontura - Respondi, fechando os olhos com força pra ver se melhorava. Não deu certo. - Não tomei café da manhã direito e não como desde então.
- Pra uma pessoa que lê muito, você deveria saber que comer bem é o básico pra ter uma vida saudável.
Olhei para aquele guarda e percebi que era o mesmo que havia conversado comigo mais cedo.
- Não significa que eu goste.
Ele suspirou e tirou um cantil e um pão enrolado num pano de algum lugar (não me pergunte o lugar. Culpe a tontura) e me entregou.
- Coma direitinho. - Falou como se lidasse com uma criança de 6 anos que não queria comer.
- Mas... É a sua comida. - Protestei.
- Você vai mesmo discutir comigo? Come logo!
Pisquei, indecisa. Mas a minha fome acabou me ganhando e eu comi (desesperadamente) aquele pão, tomando alguns goles d'Água logo em seguida. Meus olhos se abriram e a tontura foi passando aos poucos, até que eu consegui me levantar.
- Obrigada.
- De nada. - Ele desviou os olhos para o livro que eu, sem perceber, havia segurado todo aquele tempo. - O que um livro tem de especial?
Me assustei com a pergunta repentina. Então comecei a pensar. O que um livro tem de especial? Acabou que eu não precisei pensar muito. Bastou lembrar dos últimos segundos de minha mãe.
- Neles há uma magia que ninguém é capaz de explicar. - Sorri, dando de ombros.
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Yaaaayyyyy! Gostaria de compartilhar que apesar de ser dia dos pais, também é o meu aniversário ♡ Mas o presente é pra vocês haha! Espero que gostem! Não esqueçam de me dizer o que acharam, okay?

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