Foram três dias de viagem. Viajávamos durante o dia e descansávamos durante a noite.
Tenho que admitir que aquele guarda foi uma ótima companhia naquela viagem. Ele dividia a sua comida comigo e jogava conversa fora quando podia. Nunca fui boa em fazer amigos, mas conversar com ele se tornou algo simples.
Bom, de todas as pessoas que estavam ali, ninguém sabia de fato no que estava se metendo. Isso me deixava completamente abismada. Como as pessoas podem ser tão burras?
Durante a viagem eu costumava olhar a paisagem ou ler e sempre ignorava as pessoas que estavam na mesma carruagem que eu, assim como elas também me ignoravam.
No final da tarde do terceiro dia, nós finalmente chegamos.
O sol estava me dizendo adeus e o pôr-do-sol me envolvia. O pôr-do-sol é algo tão poético. Poemas e mais poemas retratam como as cores do céu podem significar mais do que imaginamos. Eu sinceramente sempre os achei lindos.
Junto ao pôr-do-sol, o palácio chegou. Que ele era luxuoso, disso não tenha dúvidas. Mesmo de longe dava pra perceber a sua magnitude.
Ao chegar mais perto, os portões se abriram e nós entramos. Havia ali um vasto jardim onde estavam muitas pessoas. Havia um senhor que aparentava ter uns 30 anos em cima de uma caixa, gritando algumas instruções. Deduzi que fossem os funcionários de outras cidades.
Aos poucos as pessoas foram descendo das carruagens. Dessa vez não havia como fugir do aglomerado de pessoas.
Desci junto e me juntei a multidão, ouvindo atentamente aquelas palavras. Ele basicamente estava falando sobre a divisão do palácio. Existiam algumas tarefas a serem cumpridas no palácio e por isso nós seríamos divididos em quatro grupos: cozinheiros, criadas, guardas e estábulo.
Cada um deles tinha um representante que estavam na frente. Como eu estava muito atrás não dava pra enxergar direito quem eram.
Cada pessoa deveria seguir o representante do grupo para os seus aposentos conforme seu nome fosse chamado. Os nossos pertences estariam nos estábulos.
Ele conferiu os nomes na sua lista e começou a gritar o nome e grupo de cada pessoa em ordem alfabética. Creio que eles escolheram de acordo com a ficha que precisei responder na inscrição.
- Bela, criada.
Fui despertada de meus pensamentos e me dirigi a frente, onde estavam algumas garotas que seguiam uma senhora de cabelos grisalhos. Deduzi que seria a representante do grupo das criadas. Me juntei às garotas e esperei até todos serem chamados para seguir até o que seriam os meus aposentos por provavelmente o resto de minha vida.
Os corredores pareciam infinitos. Era MUITO fácil se perder ali. Fomos avançando até a sala de jantar (muito luxuosa por sinal), até uma porta que ficava escondida (a medida do possível) e adrentamos, nos deparando com a cozinha.
A cozinha era simples. Armários e mesas de madeira que contrastavam com um fogão gasto. O cheiro era delicioso. Os cozinheiros usavam roupas gastas e viraram levemente para nos olhar a medida que passamos. Seus olhares eram de pena.
Havia uma porta gasta na cozinha que dava nos aposentos. As criadas e os cozinheiros dividiam aquele.
Me dirigi a um dos últimos quartos, que ainda estava desocupado, e observei o ambiente. Era um quarto pequeno e simples. Haviam duas camas e uma cômoda com muitas gavetas onde poderíamos guardar nossas coisas. Coloquei o meu livro em cima de uma das camas e sai, para buscar meus pertences.
Fui ao estábulo e me deparei com vários guardas que ajudavam com os pertences. Fui de encontro ao mais conhecido por mim, levando em conta que estava disponível.
- Pode me ajudar? - Perguntei.
- Claro, Bela! - Ele respondeu, pegando meu baú e levando.
Fomos caminhando até os aposentos em silêncio. Apesar de tudo, era um silêncio calmo. Não havia tensão.
- É esse. - Disse, e paramos na porta do quarto.
Ele colocou o baú no chão.
- Obrigada.
- De nada. - Sorriu e virou-se para ir embora.
- Espera! - Disse, lembrando de algo importante e ele voltou a me olhar - Acabei de me dar conta que ainda não sei o seu nome.
- Meu nome é Gaston. - Falou e sorriu.
*****
Surtem a vontade hehe! Quero comentários, hein?
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Beast
Fantasy"Oi, eu sou a Bela. Não. Não aquela de 'A bela adormecida', por favor não me confunda com ela. É, aquela de 'A bela e a fera'. Lembra da história que lhe foi contada? É, sobre um príncipe que virou fera por sua soberba e só poderia voltar a ser home...
