You & Me

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Tu apareceste, os nossos olhares ficaram presos um no outro. Tu nos meus olhos normais e eu nos teus olhos verdes brilhantes e cheios de esperança dentro deles. Tu apanhaste o que eu tinha deixado cair assim que te aproximaste de mim. Assim que saí do meu transe peguei nas minhas coisas e saí a correr, sem querer que tu visses a minha cara vermelha que nem um tomate.

Tu paraste-me e eu voltei-me... o teu sorriso era encantador e eu nem conseguia olhar para ele sem me aperceber que os teus lábios eram perfeitos. A tua voz era intensa e perfeita. Abstraí-me de tal momento e deste-me o telemóvel que me tinha caído.

Fui-me embora sem olhar para trás, não queria que me visses vermelha. Olhei em volta à procura de um sítio para me esconder e não me veres mais... mas foi impossível, de repente tu apareceste de novo.

Olhei de novo e não te disse nada mais uma vez, mas tu não ligaste. Estendeste-me um copo, daqueles descartáveis, e dentro dele estava um pouco de sumo de laranja natural. Apenas me disseste que o dia estava demasiado quente e que se eu ia estudar tinha de ter algo para me refrescar. Eu assenti com a cabeça e virei as costas, completamente envergonhada, e tu dessa vez ficaste no mesmo sítio. Mas ainda ouvi, tu a gritares o teu nome:

Georg.

**

Não quiseste saber de mim quando eu te encontrei de novo... não quiseste. Tu e eu voltámos a cruzar os nossos olhares, mas tu ignoraste-me por completo. Continuaste a falar como se nunca me tivesses conhecido e não tivesses comprado nada para mim como naquele dia.

O teu amigo loiro com piercings pareceu entender alguma coisa e olhou para mim e eu desviei o olhar. Comprei o meu sumo e acabei por me sentar na única mesa livre. Era aquela que estava ao teu lado, acabei por ficar de costas para ti com o meu livro. Coloquei os auscultadores e tentei não pensar em ti.

Foi difícil, mas assim que terminei de ler mais um capítulo do livro que estava a ler da Nora Roberts, em que mais uma morte tinha acontecido, eu levantei-me. Tirei os auscultadores e virei-me, os nossos olhares voltaram a cruzar-se. Sem querer fui contra ti, enquanto pegava nas minhas coisas, e pedi-te desculpa. Tu assentiste com a cabeça, como se tu nunca me tivesses dito o teu nome. Eu peguei no copo agora vazio e deixei-o em cima da bancada assim como o dinheiro. A senhora, sorriu para mim e despediu-se de mim, por ser cliente habitual.

Fui-me embora, enquanto tu me ignoravas.

**

Entrei no avião e vi o teu amigo loiro com piercings, acompanhado pelo moreno com uma grande barba e enquanto colocava as minhas coisas reparei que tu também estavas lá, de pé a colocar as tuas coisas em cima. Os nossos olhares voltaram a cruzar-se e senti a minha cara a ficar bastante vermelha quando vi o teu sorriso a aparecer novo, naqueles teus lábios perfeitos. Tu nada me disseste, mas pareceu que me reconhecias...

Nada parecido com a forma a que me tinhas tratado quando nos vimos de novo naquele café. Disseste-me olá e eu retribui, mas o meu foi mudo em comparação com o teu. Sentei-me atrás de ti e dos teus amigos. Vi que o teu cão, pequeno e preto – era lindo e perfeito.

Não trocámos muitas palavras durante a viagem, mas tu viraste-te uma vez e estendeste-me uma lata de Red Bull. Aceitei, e bebi-a apenas por cortesia porque não era algo que eu gostava. Tu percebeste isso, riste-te e acabaste por mim o que deixei de lado. Descobri por ti que os teus amigos se chamam Bill, Tom e Gustav.

O teu olhar cruzou com o meu durante a viagem enquanto falavas Alemão, foi o que me pareceu. Não percebi se era a tua língua materna ou não, mas gostei do que ouvi. Tu saíste do teu banco, quando aterrámos, mas olhaste para mim uma última vez e acenaste a dizer adeus enquanto saías do avião.

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