Salva-me

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Sentada na sua cadeira, tentava a custo não pensar no quão exausta estava. A cadeira era dura, mas com o que recebia não podia nem trocar aquela desconfortável, nem muito menos falar com o seu chefe sobre esse assunto. Teria as regalias que tinha e ponto final, deixava-se estar quieta no seu sítio. A secretária de madeira acabara por ter sido ela a trazer de casa, para algo mais sofisticado naquele escritório.

Há sua frente encontrava-se um moreno de olhos cor de avelã, um homem com tranças negras e um pouco de barba por fazer. De braços cruzados estudou-o: o lábio tremia desde que tinha entrado no seu gabinete, as suas mãos não paravam quietas e a agente conseguia ver na perfeição as olheiras por debaixo dos olhos.

-Tu sabes, perfeitamente, que eu não vou descansar enquanto não o encontrar. – Foi uma afirmação o que tinha acabado de dizer ao homem que estava à sua frente. Ele baixou a cabeça tentando ocultar a tristeza que se tinha abatido nele e na sua família. Quando o rapaz voltou a olhar para a morena, ela tentou não mostrar o quanto aquilo a estava a magoar. – Tom, este é o meu trabalho e eu vou fazer tudo o que eu conseguir para encontrar o teu irmão. Mas estou a tentar ser o mais imparcial possível.

Assentiu com a cabeça, e o rapaz levantou-se quando a mesma fez. A morena tirou a sua arma e distintivo da gaveta e colocou as coisas no sítio certo – verificou tudo e esperou pelo seu parceiro naquele caso. Quando o rapaz estava pronto, ela mais os dois homens saíram. Pararam perto dos dois carros e ela voltou a olhar para o de tranças negras.

-Por favor, salva-lhe. Sabes que não consigo viver sem ele. É tudo para mim. – Joanne assentiu com a cabeça e abraçou o amigo antes de entrar no carro. Ele sabia que a morena também precisava do rapaz na sua vida.

Entraram no carro dela e Tom entrou no seu. O seu parceiro manteve-se no lugar do passageiro enquanto ela conduzia até ao local onde tinham dito que foi onde tinha sido levado o rapaz – tudo dado pela testemunha ocular. Esperava que naquele meio do nada conseguisse encontrar alguém.

-Achas que encontraremos alguma coisa? – Perguntou Fabian, o seu parceiro que voltava a revistar o perímetro, tentando ver alguma coisa. Joanne abanou a cabeça e encolheu os ombros.

-O tipo é um sacana, deve estar apenas a querer o dinheiro dos Kaulitz. – Ela disse enquanto vagueava ao lado do parceiro, olhando exatamente para o outro lado onde Fabian olhava. – Só ainda não entendi porque é que ele ainda não ligou... era disso que precisávamos para o encontrar.

A conversa acabou por ali, quando o seu telemóvel acabou por tocar. Um número desconhecido. O seu coração começou a bater demasiado depressa. Rapidamente pegou nele e atendeu a chamada, olhando em volta encontrou uma pessoa a vaguear pelos mesmos sítios que eles, com um olhar demasiado suspeito: de uma forma rápida, Joanne indicou a Fabian – o parceiro foi logo a seguir.

-Joanne Hume.

-Ele continua vivo, por enquanto. – Quando ouviu a voz do raptor do rapaz, conteve a vontade de o bombardear com perguntas. Sabia que tinha de o ouvir, acima de tudo para que a chamada não fosse quebrada. – Quero o dinheiro e um helicóptero para me pisgar daqui o quanto antes. – Ela suspirou perturbada quando ouviu o choro do rapaz como fundo.

-Tem de me dar mais do que isso, William. – Mas antes sequer de ter pensado em alguma coisa, a chamada já tinha terminado. Tentou atirar o telemóvel ao chão, mas sabia que se o fizesse perderia o total contacto que tinha com o raptor e com o rapaz. Olhou para Fabian e reparou nele mesmo a prender a pessoa que tinha visto – foi na direção deles. – O que se passa?

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