Sê Meu

47 1 0
                                    

Gostava de a observar, era um tanto aconchegante quando estava perto dela. Sentia-se vivo quando dormia com ela, quando acordava com ela... as coisas pareciam diferentes. A luz do nascer do Sol já entrava no quarto e o rapaz conseguia observar a mulher por quem estava apaixonado.

Os lábios estavam entreabertos e sorriu ao ver um pequeno vislumbre dos dentes da frente e aquele pequeno espaçamento que ela tinha: sabia que os mesmos estavam assim devido a uma queda que a fizera partir um pouco de um dos dentes e a consequência após a reconstrução foi a pequena divisão entre os dois da frente. Ele não se importava com isso, nem um pouco.

O cabelo castanho com nuances azuis que lhe dava acima dos ombros estava ligeiramente sobre a cara, agora marcada por causa da almofada. As orelhas, continham dois pequenos brincos muito discretos com uma cruz. Ele sorriu ao vê-los e conteve-se quando quis tocar nas joias.

O lençol envolvia o corpo despido da rapariga. Bill sorriu, de forma romântica, para ela ao lembrar-se do amor que tinham partilhado na noite anterior quando ele – num modo desesperado-, entrou em sua casa pedindo a atenção da rapariga. A morena envolveu-o na sua onda de amor e deu-lhe tudo o que tinha e só ele sabia o quanto ficava grato.

Durante a apreciação que fazia à mulher que amava, ela própria mexeu-se colocando mais cabelo na sua cara. Ele sorriu e sentiu-se preenchido quando o corpo nu dela se aninhou no dele. A mão da rapariga, com as unhas pintadas de azul claro, repousou em cima do seu peito cobertos com as tatuagens que tinha no corpo. Sorriu e olhou para ela com mais calma.

Reparava agora que a rapariga se encontrava ligeiramente corada do sono ao que ele só a achava ainda mais irresistível. Sorriu enquanto a sua mão tatuada vagueava pelo corpo dela para perto das tatuagens que tinha ao longo do braço: pequenas e discretas que facilmente passavam despercebidas.

Percorreu a pequena palavra que tinha tatuado perto do coração: a única tatuagem que ainda se conseguia ver na posição que ela tinha optado para dormir -, "strange" ... o loiro com piercings sabia que a infância dela não tinha sido fácil e que vários eram os fantasmas que atormentavam a vida dela. Então, para mostrar que a própria se sentia diferente de todo o mundo e mesmo assim continuar a viver a sua vida, tinha acabado por tatuar aquilo mesmo. Bill percorreu o pequeno pássaro que mais parecia o do Twitter que estava no seu ombro: devido à sua infância complica – aquela tatuagem representava a sua liberdade.

Durante a sua análise detalhada sobre as tatuagens, conseguia ouvir a respiração dela calma e serena que o deixava tranquilizado e bem-humorado. Nada melhor para começar o dia do que com a pessoa que gostamos ao lado.

A situação deles era complicada, ele sabia disso. As vezes em que ele quisera finalmente afirmar perante tudo e todos que estava loucamente apaixonado por ela eram intermináveis, mas era tudo complicado. O de piercings não queria de todo levar a sua rapariga, para aquele mundo, o mundo da fama. Sabia que nada a iria fazer sentir-se bem com todo o espetáculo e acabou por tentar afastar-se dela.

A rapariga, por outro lado, não mostrando o seu ressentimento - concordou com o afastamento, acordando com uma amizade dita eterna e mais nada. Continuando a vida de ambos: se fosse possível com outras pessoas.

Ele era infeliz naquela situação e quando estava demasiado desesperado acabava por cair de novo nos braços da rapariga, como o seu amparo emocional e tais momentos também acabavam por acontecer à de cabelos castanhos com nuances azuis.

Abraçou-se mais a ela quando pôde e beijou o cabelo da rapariga. Olívia vinha de um mundo pequeno e tinha vindo para uma grande cidade, sem nada e começou a partir do zero. Sem família e sem nada, construindo o seu próprio negócio relacionado com comida, livros e música.

One-ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora