Subimos algumas escadas até o terceiro andar e eu esperava a todo o momento que alguma delas se mexesse, mas não aconteceu. Talvez respeitassem o fato do diretor passando por elas, não sei bem.
Não conseguia me concentrar em nada sobre a história enquanto caminhava por dentro do Castelo de Hogwarts com Dumbledore a minha frente e sabendo que dentro de instantes estaria no escritório dele.
Quando chegamos até a gárgula que ocultava a escada giratória que levaria até lá, ele disse alguma coisa para ela e a imensa estrutura de pedra se afastou para que entrássemos. Ele indicou para que eu fosse à frente e veio logo atrás.
O escritório circular de Dumbledore era ainda mais mágico do que eu imaginava. As paredes eram cobertas por retratos dos antigos diretores da escola e alguns deles realmente estavam se mexendo enquanto outros dormiam tranquilamente.
Vários objetos estranhos emitiam sons pela sala e empoleirada ao lado da grande mesa de madeira estava Fawkes. Eu fiquei entre me aproximar da ave e esperar até que Dumbledore me convidasse a fazê-lo. Ele notou de imediato minha intenção.
— Pode chegar mais perto. — O ouvi dizer enquanto fechava a porta do escritório.
Meus primeiros passos não foram tão confiantes, mas quando o imenso pássaro vermelho abaixou a cabeça em minha direção eu estiquei o braço para tocá-lo. — Oi, Fawkes. — Sorri enquanto meus dedos formigavam ao tocar as penas da sua cabeça.
— Se ninguém lhe informou o nome desse pássaro, vejo que realmente sabe de muitas coisas. — Se ele não tivesse mencionado eu não teria percebido o fato de que, sem querer, havia demonstrado o quanto de informação eu sabia, mas não havia mais motivos para segredo por ali. Me afastei da fênix e virei de frente para ele.
— Por favor, fique à vontade. — O diretor indicou uma cadeira.
Eu me aproximei e me acomodei ao mesmo tempo em que ele se sentava de frente para mim.
— Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore, diretor de Hogwarts desde que Armando Dippet deixou o posto, descobriu os 12 Usos do Sangue de Dragão, seu patrono é uma fênix e no espelho de Ojesed você vê toda sua família reunida e feliz. — Ele estremeceu com a última revelação, mas notei que apenas dados de conhecimento público não seriam suficientes para convencê-lo de que eu realmente sabia de muita coisa.
— De onde você veio? — Dumbledore mantinha o tom de voz tranquilo.
— De uma terra sem magia... — hesitei antes de prosseguir. — Bom, pelo menos eu achei que fosse até o dia em que meu espelho ficou estranho e eu conseguir entrar dentro dele e sair aqui.
— Você abriu esse portal?
— Não, — admiti com sinceridade. — Estava lendo quando aconteceu e fui pega de surpresa.
Em uma estante um pouco afastada de onde estávamos vi o Chapéu Seletor e de repente fiquei com muita vontade de colocá-lo sobre a cabeça.
— E sobre o que você estava lendo?
— Sobre vocês.
Dumbledore olhou para mim curioso. Nunca me senti tão confortável na presença de alguém tão poderoso e o motivo para a minha reação com certeza era a bondade que transbordava por seus olhos.
— Tem uma série de livros, contando toda a história do Harry desde o primeiro ano dele em Hogwarts. Se aqui é um universo real e paralelo ao nosso, só posso imaginar que a autora que publicou tudo na minha realidade teve acesso a algum de vocês no futuro.
Eu não conseguia imaginar outra explicação para o fato da JK Rowling ter tantas informações sobre um mundo que realmente existia, a menos que quando uma história fosse escrita, ela imediatamente passasse a existir em algum lugar do universo.
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Marotos Reunidos
FanfictionMutatis mutandis (é uma expressão advinda do latim que significa: mudando o que tem de ser mudado). As primeiras mudanças aconteceram em 1982, para onde fui quando viajei pela primeira vez. Encontrei o jovem Remus Lupin e tinha uma missão para cump...