Capítulo 11 - Beber, comer e dançar

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Senti o chão novamente sob meus pés e ao abrir os olhos notei que estávamos de volta ao jardim da frente da cabana de onde havíamos saído mais cedo.

— Por falar em mentira, que história é essa de irmã do Remus? E como você sabe aquela história toda? Ele te contou? — Caminhávamos em direção à porta da frente.

— Eu achei que convenceria o senhor Belby com mais facilidade.

— Podia ter dito que era um amigo, como fez comigo. — Sirius fechou a porta depois que passamos.

— Achei que seria mais comovente um caldeirão de Wolfsbane para meu irmão do que para meu amigo — continuei. — Um drama familiar sabe, mais fácil das pessoas se sensibilizarem.

— E pra conseguir o endereço dele, ela disse pra atendente no Apotecário que o lobisomem é pai dela — completou Remus, sentado na poltrona de frente para a porta, ouvindo nossa conversa desde quando entramos.

Eu sorri para ele.

— Falei que você tem talento nisso! — Sirius olhou para o amigo. — A gente escaparia de todas as detenções com as desculpas dela!

— Não exagera — retruquei.

— E a outra parte, a história de como o Remus foi contaminado?

— A história do Lyall e da Hope foi compartilhada como extra no site dedicado à série, — olhei para o chão depois de mencionar o nome dos pais dele e o fato daquele drama familiar ter se tornado público. Não quis encarar o jovem Lupin quando admiti aquilo e ficamos um tempo sem saber o que dizer.

— E porque você tá parecendo que rolou no chão? — fiquei grata a ele por ter quebrado o silêncio.

— Por que foi exatamente o que ela fez! — Sirius falou sorrindo e se afastou em direção à cozinha. — Acho que vou querer aquela água agora.

— Ele se transformou em cachorro? — Remus já sabia o que havia acontecido.

Admiti com um aceno de cabeça, sem conseguir controlar o riso ao analisar o estado em que estava, e me lembrei das compras. Era uma ótima hora para tomar banho e me trocar. Peguei minha roupa nova, joguei para Sirius as duas camisas que ele comprou e entreguei a sacola com o que havia sobrado para Remus.

— Pra você — sorri.

Um sorriso iluminou seu rosto ao erguer o caldeirão intacto e bem tampado que havíamos conseguido.

— Agora não precisa mais se preocupar — comentei.

— O que é isso? — Ele pegou as roupas no fundo da sacola.

— Pra você também!

— Não posso aceitar — respondeu colocando de volta na sacola.

Fiquei um pouco magoada, mas já esperava aquela reação dele.

— Por favor, Remus — resolvi usar todo meu poder de persuasão e me sentei perto dele. — Eu escolhi pensando em você. — Toquei o braço esquerdo dele que ainda segurava a sacola pelas alças. — Presente meu — sorri. — Pra você não se esquecer de mim quando eu for embora.

— Eu nunca vou me esquecer de você.

— Então aceita, por mim — tombei a cabeça para a direita.

— Tá bom, — ele sorriu, rendido. — Obrigado.

Não resisti à tentação de puxá-lo para um abraço tentando dar ao jovem Lupin todo o carinho que eu podia e sabia que ele merecia.

— Que tal se a gente sair à noite? — sugeriu Sirius.

— E onde poderíamos ir? — perguntei me virando de frente para ele.

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