Capítulo 9 - A Wolfsbane

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Mesmo com o interesse de Sirius, não quis me envolver em um relacionamento romântico com ele e expliquei que o motivo era eu não saber quanto tempo mais eu ficaria ali. Certamente a saudade já seria grande quando eu partisse, então, colocar ainda mais intimidade no nosso relacionamento, só aumentaria o sofrimento.

Nos dias que se seguiram, nós aproveitamos a companhia um do outro como bons amigos fariam. No entanto, uma coisa era dizer a Sirius que não deveríamos nos envolver, outra coisa bem diferente era convencê-lo a parar com as investidas, ainda mais com razão da minha recusa.

Apesar de não me deixar desconfortável, minha falta de costume em receber elogios estava me deixando um pouco sem graça perto dele.

— Ninguém nunca se interessou por mim desse jeito — comentei durante um almoço com a intenção de fazê-lo parar com aquilo. — Me apaixonei várias vezes, e sempre fui ignorada. O máximo que eu tive foram caras aleatórios querendo um prazer rápido sem compromisso. Ouvi muita gente falando que é assim mesmo que começa, mas nunca foi minha cup of tea. Por isso não consigo entender o que você viu em mim.

— Não sou um idiota igual eles! — retrucou ele.

— Sirius tem razão. — Lupin já não se incomodava mais com as investidas do amigo, e não deixou de interferir dando apoio.

— Ih, você também Remus?

— Não é novidade a opinião que eu tenho sobre você.

Revirei os olhos e suspirei. Sabia quando uma batalha estava perdida e ao invés de tentar argumentar, agradeci aos dois por terem tanta consideração em relação à minha pessoa e mudei de assunto.

— Falta pouco pra lua cheia, não é?

— Daqui a uma semana — respondeu Lupin olhando para o próprio prato quase vazio sobre a mesa.

— Como você está se protegendo, Remus? — quis saber Sirius.

— Bom, eu estava me trancando no quarto dos fundos, mas na última lua cheia a Helaina conseguiu uma poção pra mim.

— Se chama Wolfsbane — expliquei. — É uma invenção de um bruxo chamado Damocles Belby. Um cálice da poção uma vez por dia até o fim da lua cheia e ele não perde a consciência quando se transforma.

— E fico um tanto sonolento também. — Lupin sorriu olhando para mim.

— Verdade — concordei. — Um lobo mansinho. — sorri de volta.

— Então temos que conseguir mais dessa poção! — Sirius ficou animado.

— E temos que pagar o caldeirão que eu peguei mês passado... — Fiquei um pouco sem graça por já ter se passado tanto tempo e eu nem ter pensado naquele assunto. — Fomos até a casa do Sr. Belby e consegui convencer a ele me vender a poção fiado.

— Não se preocupe com isso. Tenho economias suficientes pra pagar por essa dose e todas as outras que precisarmos — anunciou Sirius passando segurança no que dizia.

— Pode deixar, eu mesmo dou um jeito. Não gaste seu dinheiro comigo. — Lupin ficava claramente incomodado com a situação, mas não era culpa dele que o preconceito dos bruxos o impedisse de conseguir um emprego bem remunerado.

— Se meu dinheiro não servir para ajudar um amigo, então ele não serve para nada — afirmou Sirius com um sorriso que quase valeu um beijo, mesmo com toda minha resistência.

Fiquei emocionada com o amor com que ele tratava os amigos e um sorriso se formou nos meus lábios sem que eu percebesse.

— Obrigado. — Ouvi Remus responder.

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