Durante as três semanas que se passaram, a relação entre Maya e Willian era basicamente mil vezes pior do que no do primeiro dia, mas o lado bom é que a menina passava metade do seu tempo na academia de dança e quando voltava Willian só sabia que ela estava viva porque tinha que fazer reclamações contínuas por causa da música alta — que nem era tão alta assim, mas como ele gostava de provocar... —, que eram sempre um pouco excêntricas, já que toda hora era um ritmo novo, mas tinha uma banda estranha que ele de tanto ouvir já estava quase decorando a letra.
Ele levantou mais uma vez do seu sofá e respirou fundo fechando os olhos, colocando o pote de pudim com força sobre a mesinha de centro quando a música começou a invadir os seus ouvidos. Ele colocou os pés apenas de meias no chão e foi marchando em direção a porta, abrindo-a, antes de seguir a porta da sua frente, que outrora era branca e agora tinha um enorme adesivo de uma zebra de saltos, batom e listras roxas, e começou a esmurrar a porta. Maya não tardou a abri-lá e olhou para ele com sua melhor cara de tédio. A menina calçava patins brancos de rodas cor de rosa e só assim parecia ficar quase da altura dele.
— Será que tem como, por gentileza, obséquio, por favor, abaixar o som? – Perguntou ele rangendo os dentes.
— Não. – Disse fechando as portas. Willian colocou a mão, empurrando-a antes que se fechasse e conseguiu entrar no lugar, que por sinal, era meigo demais. Maya deslizou para dentro e se sentou ao lado de um aparelho pequeno de som sobre uma bancada e voltou a comer seu cereal. – Não estou com paciência Willian, então, por favor, some. – Disse com um desanimo nada normal, enquanto ela empurrava a tigela de cereal para frente e debruçava sobre os braços.
Maya não parecia bem, tanto é que tateou o rádio e o abaixou quase o deixando inaudível. Ela parecia estranha, até Brutos, que apenas em ver Willian já saia o atacando parecia bem desanimado ao lado de Maya com o focinho baixo. Pra falar bem a verdade, aquele cachorro tinha pouca amizade com apenas duas pessoas daquele lugar: Willian e Débora. Deve ter sido por isso que quando ela e Will estavam em casa, ele entrou até lá e acabou com três ursos de pelúcia da coleção de Willian, o deixando totalmente furioso.
— Ah - Disse Maya levantando a cabeça por um breve momento. – Seus ursos. Estão ali em cima. – Disse apontando para a sacola em cima do sofá, onde ele se aproximou, vendo que eram ursos exatamente iguais aos que o cachorro dela havia rasgado. Willian olhou-os e logo colocou dentro da sacola de novo, se aproximando da menina e sentando-se ao seu lado.
— Aconteceu alguma coisa? – Perguntou baixo.
— Você se importa? – Perguntou seca, e receoso ele recuou um pouco.
— Você brigou com o Fred? – Perguntou ele engolindo a seco, por saber que Maya além de roubar todos os seus amigos, pois Gabrielle e Stark também se bandearam para o lado daquela doida, Maya e Fred estavam saindo com direito a uns beijos e Will sabia disso. – Ele te fez alguma coisa?
— Você se importa? – Repetiu e ele desistiu. Willian queria ir embora, vazar dali, mas alguma coisa ainda o incomodava. Ele havia se acostumado com a Maya louca e grossa de sempre e não com aquela Maya quieta e 'sensível', se é que ela poderia ser sensível.
Ele respirou fundo e pegou um folheto sobre a mesa dela onde se dizia "Panic! At the Disco. Apresentação única, dia 30!" E logo embaixo, as palavras bem grandes em letras vermelhas e garrafais: "Esgotado".
— Que banda é essa? – Perguntou tentando saber se era por causa daquilo que a garota estava triste.
— Panic é a minha banda favorita. – Disse dando um sorriso fraco, ao levantar a cabeça e aumentar um pouquinho o som deixando que a música saísse.
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Sobre eu e você (Concluída)
HumorWill sempre teve tudo o que quis, filho de família rica, passava todo o seu tempo livre (e não livre) com o seu melhor passatempo: dormir. O senhor e senhora Frost percebendo que erraram na educação do filho, decidem que ele precisa tomar responsabi...