Sobre eu e você (Concluída)

CAPÍTULO 6 - Restaurante francês

Nas três semanas que se passaram Willian conseguia contar em uma mão todas as vezes que viu Maya e ainda sobrava. Ele sabia que ela estava com raiva dele por causa do pé, mas isso não era motivo para que algo como assim acontecesse, ela estava quase desaparecia, quase já que os seus amigos sempre estavam falando dela, e coisas do tipo, dizendo que a menina estava viva, trancada no seu mundo atrás da porta de zebra. Mas o único lado bom de tudo isso, era que ele e Débora estavam cada vez mais próximos e esse próximo era próximo mesmo.

— Casar? – Willian perguntou arregalando os olhos, empurrando a menina que se encontrava em cima de dele para o outro lado da cama, ficando de pé, meio desnorteado. – Como assim, casar?

— Ué, Willy, casando. – Disse se acomodando na cama. – Estamos juntos há quase quatro anos, um casamento seria bom agora, não seria? – Perguntou o olhando nos olhos. – Ou o que? Acha que eu não sou uma boa esposa ou ama outra pessoa? – Ao dizer isso, ela começou a se aproximar e o olhar no fundo dos olhos. – Ein?

— Ahn... – Deu alguns passos para trás, se afastando. – Não, mas não acha que está muito cedo...?

— Você acha que está muito cedo? Porque a única criança aqui é você? – Disse erguendo os braços como quem se rendesse e se afastou um pouco dele. Willian aturava tudo, menos o fato de falarem que ele era criança, principalmente quando essa pessoa é mais velha uns três anos do que você, como Débora era.

— Não sou criança. – Disse firme.

— Então prova. – Provocou. – Se case comigo!

— Então eu caso! – Só depois de dizer isso e ver seus lábios sendo tomados com gana por Débora viu no que havia feito. Merda. Uma grande e enorme merda!

— Sério, Will, você realmente é um idiota. – Disse Stark sério o olhando nos olhos, enquanto Willian sentado no balcão da sua cozinha, já havia comido mais de cinco potes de pudim, um atrás do outro, com o olhar sem rumo. Em um estalo de realidade, Willian abaixou o potinho, e olhou para Stark, depois de limpar a boca num pano.

— Sabe o que é isso? É tudo culpa da Maya! Se ela não estivesse na minha vida, nada disso teria acontecido. – Seu olhar era furioso.

— Culpa da Maya? – Perguntou meio indignado. – Ela não tem culpa se sua namorada louca consegue te manipular desse jeito. Ela usou armas baixas cara, e ainda te levou para cama, abusando de suas virtudes. – Disse batendo com a mão na mesa. – O idiota aqui é apena você!

Willian, sem outra opção apenas assentiu, respirando fundo, olhando para o nada. Pelo menos de Maya ele havia conseguido descobrir o que significava peixos, uma mania idiota da menina para falar "beijos", assim acabou inventando outra palavra.

— Falando em Maya, você tem visto ela? E o teste que ela fez para a tal academia? – Ele jogou um verde, para Stark que nunca iria perceber suas intenções e acabaria respondendo sem mais delongas.

— Sim, a vejo quase todos os dias. E... – Deu os ombros. — Maya não passou no teste por causa do pé dela. – Disse ao amigo como se fosse óbvio.

Bom, era isso que todos estavam pensando...

— Maya, porque você não fala para todo mundo que não quebrou o pé coisa nenhuma? – Judith perguntou, enquanto ajudava a menina, a colocar a bota ortopédica para continuar com a farsa.

— Porque Willian merece sofrer. – Disse ela tirando o pé do colo de Judith e colocando-o no chão. – Se fosse por ele, estava voltando para o México sem a minha bolsa. Ainda bem que o treinador adiou o teste e eu puder fazer ele sem medo. – Cruzou os braços emburrada. – É um idiota mesmo.