Capítulo 1

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Acordei no mesmo horário, como de costume as 06:00h. Levantei-me e fui às necessidades matinais.

 A escola  ( perturbadora como sempre) era o meu próximo passo. Apesar de ser introvertida, era alvo de gozação, o porquê? Não sei, mas meu refúgio era quando chegava em casa , trancava-me no meu quarto e observava a mim mesma no espelho que herdei de minha finada mãe e da minha avó, que foi da minha tataravó (mamãe dizia que tinha algo especial no espelho e só alguém especial descobriria), mas o motivo que eu mais gostava deste, era que ele me lembrava a música que mamãe cantava:

"Tranquilize-se, meu bem
Seja boa, meu bem
E se a vida lhe perseguir
Seja sempre boa, meu bem
[...]"

Lembro-me de sua voz, parecia um anjo. Podia sentir as lágrimas em meus olhos todas as vezes que lembrava disto, morava com minha tia materna,Ana,pois meu pai trabalhava muito e não podia morar comigo, tenho treze anos e sou a “diferentona” da escola.
Olhava para o espelho com um pouco de desprezo, porque apesar de lutar, acabei acreditando no que  a maioria me dizia: "feia, idiota, estranha ". Via nada mais, nada menos, que uma garota pálida , com os cabelos castanhos claros, e olhos escuros (faziam até que um belo contraste…. Claro que não, quem eu queria enganar? Eu parecia uma morta-viva).

Tia Ana tinha uma filha chamada Flora, e quando se juntavam faziam de tudo para me perseguir, me dão vários apelido maldosos e não me fazem de escrava porque sou "osso duro de roer", bem,  é o que elas dizem. E antes que me esqueça da parte mais (nada) importante  me chamo Maria Antonieta em homenagem a minha avó, que morreu no nascimento de mamãe.

Estava a ler quando escutei um grito, este chamava meu nome ( imagino até quem esteja a me gritar).

O Medalhão de Zeit - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora