capítulo 9

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Zilda deve ter se preocupado porque ela pegou minha mão e fomos para o corredor, não suportava mais aquele lugar extremamente branco, limpo e silencioso, ficamos paradas uma de frente para a outra, um silêncio estranho, bom e atormentador ( não sei bem como é possível que algo bom fique atormentador, mas bem eu pude sentir isso) encheu o lugar.  

Ela que tinha olhos no alto do corredor  olhou para mim e pôs o dedo indicador na boca de forma pensativa, que se transformou em  pedido de silêncio meu para que possa ouvi-la, mas eu estava calada, só a minha mente que como sempre era muito barulhenta.

–Meu bem, você viu muito, mas só sabe uma coisa, esse seria o seu futuro se sua tia tivesse morrido.

– Mas não vi nada sobre Flora?– instiguei – ela não apanharia e sofreria também ?  

–O destino de Flora pertence a ela e não cabe a você saber.  Me surpreende, sua curiosidade foi  somente sobre Flora e não sobre aquela mulher que  apareceu.

Nem me lembrava mais daquele monstro, ela despertou a pior das minhas lembranças. Não quero pensar quando eu voltar o que vai ser. Mas respondi:

–Sim verdade, agora conte-me, quem era aquela idiota?

– Hum. Ela era a sua suposta madrasta, seu pai trabalha e trabalharia muito, precisava deixar você e Flora com um adulto, sua saída era casar-se novamente, já que sua mãe e sua tia morreram. Essa mulher amarga era a Célia, ela queria o dinheiro de seu pai somente para sua "beleza" e deixava vocês de lado.

Abaixei os olhos e percebi que era verdade, era isso que me esperava uma madrasta não só com a cara feia  mas também a alma, o caráter, estava condenada!

–Agora saiba obedecer minhas ordens, você só mexe no passado,no futuro não,agora, felizmente, já sabe isso da forma mais difícil.

Olhei para ela e abaixei  a cabeça sussurrando :

–  Perdoi-me  –  mordia-me  para ficar submissa – não farei novamente.

O Medalhão de Zeit - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora