Capítulo 25

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Eu cheguei ao fim do corredor

Ora, claro que não, era uma visão

Que imbecil! Foi uma triste andada, para minhas pernas, meu braço, meus loucos pensamentos... eu nunca amei tanto senti a grama fria no meu pé sangrento. Ao longo da caminhada, foi necessário retirar os sapatos, os calos me torturavam! Eu amo sapatos, mas... esses não

Dei de cara com uma árvore. Uma árvore negra, seca e morta. A morte era algo bem presente, algo existente... aquele lugar não estava morto, ou muito menos morrendo, aquele lugar era a própria morte! Cheguei a pensar se mamãe não estava ali... que ilusão seria ver minha mãe, ver seus cabelos, longos cabelos... sua altura impecável, oh! A dor é algo que aperta o coração, o que diz que ainda não o arrancaram de mim... pelo menos estou viva, é um bom avanço

Caminhei, não tinha mais informações do que fazer. Fui andando, deixando o meu rastro sangrento no chão, na verdade só a pouco a dor no meu braço me atingiu

Caminhei mais entre as árvores, passei por rios e riachos, tinha a intenção da coisa que sempre adorei fazer: tomar banho, mas só encontrei- os cheio de lodo e animais nojentos. Os rios estavam mortos, eles eram a morte.

Pude ouvir uma coisa, que a ansiedade, a dor, o desespero e minha aflição não permitiram... o barulho de água, água viva, água correndo. Eu segui o som, eu segui, eu corri com todas as minhas forças e por fim... cheguei no lugar que havia saído, mas o barulho vinha dali, eu sei o que ouvi, não podia ser a minha imaginação! Não podia!

Eu parei, eu respirei, eu ouvi

O rio estava ao lado.

Eu corri até lá, eu corri tanto! Minha nossa! Como se acalmar ajuda! Como tudo isso ajuda!

O rio estavam bem ali! Eu me joguei nas águas com roupa mesmo, tamanha a minha afobação, mas uma coisa me trouxe de volta: o braço, meu braço

Ele ardeu. Ardeu tanto que nem senti quando acertaram um pedra em mim. Quando Andron acertou uma pedra em mim. Eu desmaiei, meu corpo parou, os meus sentidos pararam! E eu não sabia mais o que ali se havia

***

Eu acordei às margens de um rio muito parecido com o outro. Tinha uma espécie de amuleto... oh não, um medalhão... estava nua! Minha pele branca... meus cabelos loiros estavam encobertos de plantas aquáticas... eca!

Eu me encolhi na minha vergonha... minha mãe, onde minha mãe está? Eu não me lembro das feições de minha mãe... cabelos pretos? Seria morena? Não sei, mas sei... só não lembro

Lembro de uma mulher loira, branca e alta... de nome... de nome... não sei! Pensa Karine, pensa! Burra! Oh! Zilde, Zilda... tanto faz

— Kah?! Karine!! Amiga!?— uma garota negra e bem baixinha veio me chamar, tinha os cabelos cacheados e as bochechas fartas

— oi?! — respondi — quem.. quem é você?

— talvez a sua melhor amiga... você bateu a cabeça em algum lugar? Você ta bem? Ei, que amuleto é esse? É religiosa agora? Oh não é um relógio — o medalhão estava aberto, e sim... a tal amiga estava certa, era um relógio— o que você faz nua? Se Áthu de pega... vem, vamos... o que você estava fazendo? Se afogou?

Ela fez mas mil perguntas, que só respondi uma

— sim, me afoguei

— ora vamos, vou te vestir e te levar pra casa, todo mundo já foi... a propósito, você é muito rebelde, deveria manerá né amiga? Por que, amiga, Áthu não fica muito feliz com suas artes... você já traiu ele, amiga? Amiga, eu te adoro, mas me preocupo, mas se você ta feliz, amiga, eu to também!

De cada 50 palavras 60 era amiga, eu já não suportava mais, não, não!

— Pare de me chamar disso!!

— de quê?

amiga!

— mas você quem pediu...

— agora não quero mais!

—Me vista vamos logo pra casa... olha! Eu sei me vestir sozinha!

Ela fez cara de choro... oh meu Deus! Que praga! Que praga!

— tudo bem... perdão, mas vou me vestir sozinha... ta certo?

— sim, ami... Karine

Ela me mostrou um sorriso que fez as suas bochechas ficarem maiores.













Eiiii pessoas!! Tudo bom? 

Este livro está chegando ao fim.... Aaahh triste, triste... 

Masssss tem muita coisa por ai! 

O Medalhão de Zeit - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora