Capítulo 13

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— a um tempo atrás, nasceu uma órfã, a mais bela de todo o orfanato —nesse momento ergui uma sobrancelha— era amada, e  enchida de carinho por todos os empregados,e pelos colegas, muitos sem conhecer os pais, outros abandonados ainda pequenos. Felizmente todas as crianças foram adotadas, menos aquela menininha, e como se a vida não gostasse dela o orfanato fechou, estava na rua sozinha. E foi assim por muito tempo, até que uma senhora a viu, sentido pena a levou para casa
— Até agora tudo são flores não é? O que vai acontecer? conta!— estava Maitê, toda apressada

Zilda bebia água, seus dedos sujos e doídos lhe incomodavam quando pegava o copo, e fez sinal de tempo, mas continuou:

— essa senhora morreu, a coitada da garota teve de viver com a filha dessa senhora, uma mulher má e perversa, a maltratava  muito, espancava, deixava sem comer, prendia e a fazia de escrava. Um dia descobriu que no quarto da velhinha que havia morrido tinha um espelho que ao tocar se encantou e, nessa hora a mulher má a matou  de tanto bater, quando o espelho a chamou e hoje ela está aqui presa, a guardiã dos espelhos, eu, Zilda Baker.

Ela falava com tanta emoção que uma lágrima saiu do meu rosto, só uma, enquanto Maitê estava vermelha de tanto chorar. Zilda me olhava com um sorriso de canto de boca esperando que eu falasse algo a respeito, mas eu disse :

— preciso tomar banho

— Sim,mas se apresse, porque nós temos um passado para mudar, ou melhor conhecer.

Deixei esse comentário de lado e segui caminho

A água do chuveiro caía sobre mim  tirando todo o cansaço e dúvida que absorvera durante aquele tempo , tentei me colocar no lugar de Zilda mas a única coisa que eu consegui foi uma bela dor de cabeça , decidi usar o vestido beje e saí do banheiro para mais uma aventura

Zilda pegou minha mão e disse :

— É hora de conhecer, não de mudar . Vamos ver como o espelho parou em sua família . Tudo bem ? — Acenti com a cabeça

Em um clarão estávamos dentro de uma loja de espelhos , bem antiga ,quando uma senhora bem familiar apareceu. Dei um grito, que vazou da minha boca:

— Vovó?!— Zilda pois a mão na minha boca, tapando a mesma

Ouvir dizer que a minha tataravó era idêntica a minha avó ou ao contrário ,mas acabara de comprovar uma era a cara da outra

Célia, assim que ela se chamava . Caminhou, e trocou algumas palavras com o vendedor , que entregou rapidamente um espelho que parecia estar lá há séculos . Os olhos da minha tataravó brilharam na hora, deu um dinheiro e o levou , quando ela saiu pela porta Zilda pegou minha mão e fomos para dentro de  uma casa antiga  e calorosa, com um clima que não sentia a tempo, amor.

Vi minha bisavó correr, ainda criança, com muitos outros irmãos. Meu olhos brilharam. Me senti extremamente feliz!

O Medalhão de Zeit - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora