O Medalhão de Zeit - Livro 1

Capítulo 12

Percebi que estava na hora da aula, ia andando reto ( não tinha curvas, nem divisão de caminhos, nada) até que vi umas dessas mesas e cadeiras de escola, todas brancas e extremamente limpas, que até fiquei tonta. Sentei-me e esperei Zilda

Com meia hora de atraso ela chegou, disse que tinha algo de importante a fazer, mas não engoli muito não, gostava de observá-la,mas minha parte preferida era as suas mãos, limpas e sedosas, até que olhei para suas unhas e as vi, (que estavam sempre perfeitamente limpas )   vermelhas de sangue e meio roxas. E me deparei com sua pergunta:

— O que foi? Algum problema garota insolente?— estava a olhar para ela, mas abaixei a vista

Decidir mudar de assunto—então, vamos a aula?

O assunto era sobre o horário do meu futuro, do meu passado e o do corredor

Meu futuro: o tempo demorava a passar, ou seja 03:00h aqui era o mesmo que 01:00h lá. Isso explica o porquê tinha chegado tarde.

Meu passado: o tempo passava mais rápido, ou seja 06:00h aqui um dia lá, não entendi muito.

O corredor: não tinha tempo determinado, acredita-se que seja igual ao meu mundo (nem sei mais se é meu mesmo)

Depois de repetir isso umas 25 vezes, a aula tinha acabado. Decidi procurar Maitê, estava muito curiosa em saber seu plano de descobrir o passado de Zilda.

***

—É simples, Zilda todos os dias, na mesma hora, vai para seu quarto—  explicou Maitê

— E o que ela faz lá?— fiquei curiosa

— Ninguém sabe, mas você vai descobrir — me deixou ainda mais curiosa— está bem — respondi

Maitê me conduziu ao quarto de Zilda e abriu a pequena porta, entramos sorrateiramente, Zilda estava a rasgar o tecido da parede com as unhas( bem que havia percebido).

— Óh! Zilda,mas o que é isso?!, está louca por acaso?— Maitê exclamou, mas parecia encenado, se fosse isso mesmo ela atua muito bem

Então fiz a pergunta chave

— Porque você faz isso Zilda? Qual a sua raiva?

Zilda parecia saber que nós não iríamos desistir dessa pergunta, então ela agiu a nosso favor, respirou fundo e disse- nos:

— venham garotas, sentem, já era hora de saber a história atormentadora.

Sentamos e nos acomodamos, pelo menos eu deixei a minha imaginação ir até onde quisesse, mas Zilda atrapalhou e sentou a nossa frente.