Close (Camren) Em Revisão

Cabello's (Parte 1)

Camila P.O.V

     Depois da tormenta vem a calmaria...ouvi isso em um filme que assisti na tv no quarto de hospital e posso dizer que acredito nisso, porque estava desesperada com a notícia de que Leon tinha fugido. Mas eu tinha um anjo comigo, um anjo que não só prometeu me proteger, como também cuidava de mim e até mesmo estava me mimando. Confesso que estava gostando de sua atenção e de seu carinho. Seus gestos sempre me faziam sorrir coisa que eu achei que nunca seria capaz de fazer algum dia .

     Eu implorei tantas vezes todos os dias por anos que eu morresse para acabar o sofrimento, mas hoje tudo o que eu faço é agradecer por minhas preces não terem sido atendidas, porque assim eu pude ter a honra de conhecer essa pessoa maravilhosa. Linda.

     Dra. Jauregui ou Lauren como ela queria que eu a chamasse, foi a melhor coisa que me aconteceu. O melhor presente que Deus poderia me dar. Apesar de ser mais velha ela me trata como igual e não uma adolescente vítima de uma atrocidade. Ela me olha com compaixão e carinho e até admiração, mas não com pena e isso é uma de suas melhores qualidades.

     Sei que fui vítima de um completo filme de terror, e eu mais do que ninguém sei de tudo o que passei e que todos que sabem o que aconteceu comigo se compadecem por mim mas, sentir o olhar de penas das pessoas quando me olham é frustrante . Sei que sou digna de pena, mas não gosto dessa sensação. Tudo o que quero é esquecer de tudo aquilo ou, pelo menos, não reviver aquelas cenas e dores a cada minuto, mas a cada olhar de pena em minha direção é uma enxurrada de lembranças cortantes em minhas cicatrizes da alma.

     Por isso além várias outras qualidades que Lauren é perfeita. Sei que ela também tem pena de mim, mas ela não deixa isso tão evidente a todo momento e me deixa confortável em sua presença.

     Não sei o que fiz para merecer alguém como ela por perto, mas eu sou tão, tão feliz por isso.

     Ao sentir leves e macias caricias em meu rosto depois de ter dormido a tarde eu me permiti continuar imóvel e de olhos fechados aproveitando as carícias pois sabia perfeitamente quem as faziam, pois além de já conseguir identificar seus toques o contato de sua pele na minha por conta das sensações que só ele transmitia em meu corpo causando arrepios involuntários, eu também reconheci seu cheiro que insistia em impregnar em mim a cada aproximação dela. Era um cheiro tão gostoso. E quando ela sussurrou eu senti seu hálito doce bater em meu rosto e percebi que ela estava perto, muito perto e não consegui segurar e abri meus olhos mergulhando imediatamente no mar verde que era seus lindos olhos de esmeraldas.

     Eu poderia passar o resto dos meus dias olhando Lauren assim, perto de mim .

Linda. Perfeita.

     Eu nunca tinha ganhado nada em minha vida além de dor e solidão, agressões e palavras baixas e deprimentes, por isso quando ela me deu aquela linda e delicada flor não soube como reagir. Foi sem duvida a coisa mais linda que já fizeram comigo " Além de salvar minha vida é claro...coisa que também devo os créditos a ela"

     Depois de um delicioso jantar em sua companhia nós ficamos assistindo um filme e eu pedi para ela ficar ao meu lado por me sentia tão segura em seus braços que não senti vergonha em pedir isso...coisa que me impressionou ...ela hesitou pois disse que poderia não " Pegar bem para uma relação médico-paciente" . Eu ri e a lembrei que ela mesma tinha dito que não estava ali como médica e sim amiga.

     Nunca tive amiga, e ter logo ela como a primeira era muito bom. Depois de algum tempo decidindo se sentaria ao meu lado ou não ela cedeu, e eu me apressei a me aconchegar na proteção e calor de seus braços. Algum tempo depois ela segurou minha mão como já havia virado meio que uma mania dela e eu aprovava muito isso e não consegui evitar de olhar para nossas mãos porque esse gesto despertava tanta coisa em mim. Quando percebi que ela iria soltar minha mão por algum motivo, eu me apressei em entrelaçar nossos dedos em uma forma de não deixá-la se afastar, sem saber exatamente o que ou porque estava fazendo. Eu só a queria por perto o máximo de tempo possível.