Após Richard deixa-lo sozinho, ele começo a admirar o lugar, tentar decifrar como conseguiu chegar nele e qual a decisão que vai tomar se é sair para viver a vida real ou continuar nas aventuras.
Apesar que ele não tinha tanta certeza de onde aquele feixe de luz intenso o levaria, que ficava após a fenda, se realmente traria para a sua rotina e como chegar até lá.
- Vamos Elmero! - uma jovem pego com suavidade a mão dele e correu em direção a correnteza que estava começando a passar em frente aos dois e era uma correnteza de mistura - Preciso da sua ajuda!
- Talita?! O que você faz aqui? - corriam juntos - Você sabe o que está acontecendo conosco?!
- Sim, estamos atrasados para chegar a faculdade - após atravessarem a correnteza estavam na calçada da faculdade entrando correndo, com as mochilas um pouco pesadas - Não podemos mais uma vez chegar atrasado...
- Mas essa não é a faculdade que eu frequento - retrucou diminuindo a velocidade
- Claro que não - pararam diante do quadro de informações para encontrarem a sala 115 - Por isso que a nossa situação se agrava... - procurou com bastante cuidado - Aaaah! Achei! Vamos para a direita e subir aquela escada em formato de caracol...
- O que será feito quando chegarmos lá? - impaciente
Talita continuo a procura se deslocando para a escada e deu aquele olhar rapidamente para Elmero querendo dizer (vou fingir que você não sabe).- Se você não andar mais rápido o horário da aula vai acabar - estava agitada, pois chegaram ao primeiro andar e não viram sala com numeração próximo de cem por perto - eu jurava que era por aqui.... - balanço os cabelos longos
- É melhor sairmos enquanto é tempo, se descobrirem que não somos alunos - com tom baixo e nervoso
- De novo com este comentário? - não achar a sala e ficar escutando a mesma coisa, para ela, começo a irritala - Vamos precisar descer e perguntar a alguém
- Não vou ficar perambulando sem saber o motivo dessa nossa correria e o por que estamos aqui - foi firme enquanto se segurava no fim do corrimão da escada.
- Elmero - tentava se controlar e manter o nível de voz - não comece com suas manias, saía da frente ou comece a descer logo.
- Já disse e não vou me mexer sem obter uma resposta - com o rosto demostrando seriedade.
- Com licença - uma jovem subindo as escadas - pode me deixar passar?
Elmero saiu da frente, mas continuo encarando Talita.
Ao olhar entorno de si, ela viu outra escada mais adiante uma movimentação maior de estudantes, seguiu para eles para obter informações. Logo atrás Elmero resmungando a acompanhou.
- Pessoal! - um funcionário, tentando por ordem nos estudantes que empurravam-se, para entrar em uma sala - Só vai entrar quem o palestrante quiser!
- Boa tarde! - Talita - saberia me informar onde fica a sala 115? Estamos atrasados - perguntou com toda delicadeza a um senhor de seus trinta e dois anos
- A senhorita pode esperar nessa fila mesmo - sorriu para ela
- Muito obrigado! - procurou Elmero e fez sinal apontando para a direção da sala.
Elmero estava afastado da multidão e com a cara amarrada, foi ao encontro dela para continuar andando ao lado dela em meio a multidão.
- Quando sairmos daqui você terá que se explicar - Elmero proferia com bastante indignação.
Chegando ao seu limite, se volta para ele e coloca a mão no seu peito.
- Nunca vi um palestrante mais mal-humorado do que você! - bradou
- Como assim? - levou um susto e suas pernas não foram mais as mesmas - Do que você está dizendo Talita? Você está bem?
- Não se faça de desentendido! - voltou a caminhar - Sai da frente por favor! - empurrava as pessoas
- Moça, aguarde na fila como todos! - falou rispidamente um estudante
- Não me faça lhe empurrar de novo! - Talita encaro-o
- Talita, ele está certo, todo mundo est... - colocou a mão no ombro direito dela
- Eu não sou qualquer uma não! - mirou Elmero furiosamente - Você bem sabe disso!
E então o jovem se afastou, prosseguiram a marcha.
- Hoje tenho que lhe cumprimentar com um boa noite, não é Talita? - com um sorriso irônico, o funcionário da faculdade deixou eles entrarem.
- Faz parte - riu para disfarçar
- Escute bem Elmero, não me faça vergonha - jogou a mochila na carteira e mantendo o mesmo clima tenso - Hoje precisa ser a melhor palestra da sua vida para compensar os quarenta e cinco minutos de atraso
Esta aventura estava levando-o a pensar como escaparia sem ter a minima noção do tema da palestra.
- (Nunca mais vou desperdiça a chance de escapar) - refletia durante a entrada dos discentes - (Invés de esperar o Ônibus, entrei a louça da Talita, sem saber o que eu iria fazer...)
A plateia o observava com grande desprezo, não acreditavam no potencial do palestrante e nem ele mesmo.
E para agravar, Talita o confrontava com o rosto completamente tenso e esbanjando indignação por tudo o que Elmero fez naquela tarde.
Pelo menos ao olhar ao fundo da sala, na parede estava escrito o tema da palestra, como uma forma diferente de organizar a sala.
O tema não era algo que Elmero gostaria de falar naquele momento.
"O impacto causado pelo sucesso do trabalho em equipe"
E na mesa ao lado do quadro, próximo a mochila foi posto um fôlder. O subtema da tarde para ser ministrado era: ações para fortalecer a amizade e trazer mais produtividade.
Ele ficou sem palavras. O fato de não confiar na amiga e por ter ocorrido a discussão no caminho para a sala, fez aumentar a tristeza que o apertava por dentro.
Seus olhos ficaram embargados e observando Talita. Ela abaixou a cabeça, inspirava e respirava fortemente para se conter e não estragar aquele momento de aprendizado.
Tinha algo que incomodava Elmero, além da briga verbal que teve com Talita, o fato dele está sendo o centro das atenções e não ela, uma profissional bem mais preparada para ensinar, ainda mais sobre o referido tema....
Teria coragem de falar sobre o que não faz na prática?
Está começando a ficar mais complicado para Elmero...
E qual séria sua atitude?
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Misturas da vida
Short StoryProcurando um lugar fora da rotina. Um jovem decide fazer algo diferente, andar por novos lugares.