Os Steemos

69 8 0
                                    

Vestido florido, moletons, calça, vestido e mais vestidos. Era praticamente tudo que havia na minha bolsa, além de umas pétalas brancas que Stela tinha separado para possíveis crises. 

Coloquei um moletom com a gola azul fofinha, calça jeans e tênis. Olho fixamente no espelho enorme que havia no quarto: meu cabelo platinado estava embaraçado, com alguns nós visíveis. Penteio-o com os dedos e em segundos, surgem ondas naturais além de um brilho notável. Prendo em coque, sem me importar com alguns fios soltos. Meus olhos azuis radiavam como nunca, coloco meu cordão e enfio a turquesa dentro do moletom. 
— Ele já chegou. — Stela entra em meu quarto avisando.
— Tá, acho que já está tudo aqui. —  Nós caminhamos até a porta da frente, John estava fechando a porta do carro e logo depois vinha a nossa direção.

  —  Olá, bom dia dona Stela, ótimo dia para conhecer desconhecidos em Minerva, não é? — nós todos rimos.  

  —  Sim John, ótimo dia, eu espero que vocês, dois maiores de idade tenham juízo nessa viagem e pelo amor dos Deuses, cuide da Liz. — Stela disse, me abraçando em despedida. 

—  Ninguém fará mal algum com ela, eu sou o Super-homem! —  Stela riu, eu tinha contado a ela sobre a noite de ontem. 

~*~*

Encostei a cabeça no vidro do carro e me surpreendi: a vegetação verdejante da nossa cidade logo foi perdendo cores, quando estávamos próximos a Minerva. John comentou que Minerva não recebia chuvas há quase um ano, portanto era notável que a vegetação estivesse morrendo, por algum motivo isso me deixava aborrecida, as flores tinham um significado enorme para mim desde que me conheço. 

  — Bom que Stela abasteceu sua bolsa de flores, provavelmente não deve ter muitas por aqui. —  Ele disse, enquanto havia parado o carro por conta de um sinalizador vermelho. 

—  Parece que por aqui nunca choveu. —  comentei, observando uma árvore seca. 

—  Aqui sempre foi a parte mais seca de Hollynton, o nosso país, só que nunca chegou a tanto. — De repente, escutamos um barulho estranho no teto do carro... e logo depois no para-brisa. 

Eram gotas de chuvas.  

  —  Ah Elizabeth, tá cada vez mais difícil não ter medo de você... —  soltei um risinho abafado.

— Juro que eu não fiz nada! — defendi-me.

A chuva milagrosa em Minerva foi aumentando sua intensidade, as plantas agradeciam-me mentalmente, ficava feliz por isso. As pessoas saiam da rua desesperadas atrás de algum abrigo, John disse que não havia nenhuma expectativa de chuva esse mês, ninguém esperava por isso.
Nem eu. 

O meu celular vibra em meu bolso, era uma mensagem: 

'' Estamos nesse endereço abaixo. Esperamos vocês!

- DE: STEEMOS

PS: Obrigada pela chuva, Elizabeth.'' 

  —  O jeito que eles falam, é como se estivessem nos vigiando o tempo todo. —  disse mostrando para John a mensagem. Ele concordou balançando a cabeça e conectou o GPS no carro, para que sigamos no endereço. 

Felizmente, o local era quase perto da onde estávamos, então chegamos em cinco minutos.  Era na verdade um cemitério, levando em conta a grande cruz na entrada e as lápides. 

  — É... o que não fazemos por nossas memórias... — estremeci por dentro, aquele lugar estava começando a me dar calafrios. Ele apoiou levemente a mão no meu ombro, eu entendi o recado. Caminhamos juntos sem dizer nenhuma palavra. Era bizarro fazer amizades em um cemitério, amizades ou não, se eu morresse pelo menos já estaria num cemitério. Boa Elizabeth, continue rindo da sua própria desgraça!

A chuva intensa deu uma trégua, dando lugar apenas à chuviscos leves, porém um grande nevoeiro surgiu no solo, rostos em retratos enfeitavam as sepulturas, flores mortas e velas queimadas estavam espalhadas pelo lugar praticamente vazio.
Nós não sabíamos onde eles estavam.

  —  Isso tá cheirando a cilada, Elizabeth. Não tem ninguém aqui. — ele reclamou, observando o lugar. 

E realmente além dos mortos, estávamos sozinhos. Era o que parecia, até a turquesa pendurada no meu cordão brilhou. Assim como a minha mente.

— Eles estão ali! —  Apontei para um pequeno casebre rochoso, John me olhou torto. — Eu tenho certeza, anda logo, para de me olhar assim. 

Empurrei a porta de madeira devagar, as luzes estavam todas acessas. E eles estavam ali, sentados em um sofá aparentemente entediados. 

  — Aí está ela! Meu Deus, ela é tão fofa! —  Uma moça de cabelos ruivos correu para me abraçar, ela me apertou muito forte. 

O choque de cara fora uns dos maiores que já senti. As imagens correndo nos meus olhos eram simples e rápidas. Cristal, 16 anos. Encontrada quase sem vida em uma rodovia, ela poderia ler o pensamento de qualquer um.

 Encostando a cabeça no seu ombro, durante o abraço eu pude ver, um rapaz moreno, apontava para o celular sussurrando: ''Desculpa, descarregou'' e duas moças sorriram pra mim.

Não era um grande grupo, eram apenas jovens da minha idade e eu sentia que cada um havia uma peculiaridade diferente.

                                                                                               ~~*~~* 

EU SEI QUE DEMOREI MUITO PARA POSTAR, ME DESCULPEM!
O negócio da escola, me afastou um pouquinho, mas agora no final do ano juro que vou me empenhar bastante na história (Aliás tem outras que escrevi um tempo atrás, é só ver nas minhas obras)
Adicionei uma imagem, que na verdade é uma ilustração da Liz, gostaram da ideia?
O capítulo não tá muito grande, mas é um sinal que eu estou viva e não desisti da Elizabeth! Muito obrigada por todo o apoio, comentem e votem, o que esperar do futuro da nossa protagonista? <3 

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Oct 29, 2016 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

A Caçadora de MemóriasOnde histórias criam vida. Descubra agora