Quando criança, contava degraus, lia tudo que tivesse letras formando palavras. O amor por seus pais era o maior infinito de todos!
Não tardou a "se tornar uma moça", tampouco para arranjar um namoradinho. O amor por ele era grande, mas, na época, já sabia que o infinito era muito difícil de se alcançar.
Próxima à idade adulta, decidiu o que queria pro resto da vida. Se formou na faculdade e se adaptou bem à profissão. Não amava o que fazia, mas dava um bom retorno e, no momento, era só o que importava.
Quando olhou pro céu aquela noite, decidiu que aquele era o maior infinito de todos.
Amava seus pais, mas eles há muito partiram, fazendo com que o amor se dividisse e se transformasse em saudade. Nenhum dos namorados viraram maridos, tampouco vieram os filhos. O salário já não pagava as dores de cabeça ou compensavam a solidão.
Ao pular, focou-se na imensidão azul desejando que ela a tomasse no braços.
Ah... quem dera fosse parar lá! Mas não ia.
Afinal, Deus, por algum motivo que nunca entendera, não aceitava os suicidas.
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Entre a noite e o dia
PoésieEsse livro tem um bocado de palavras que juntas, muitas vezes, assemelham-se a poemas. Talvez sejam. A maioria, senão todos, têm algo em comum: o momento de criação. Aquela hora que é muito tarde para ainda ser considerada noite, e, no entanto, muit...