Percebo que a cabana não parece tão abandonada, mesmo assim, a estrutura de madeira apresenta algumas rachaduras e mofo. Ao andar pelos dois cômodos posso ouvir rangidos feitos, tanto pelo piso, quanto pelo passar do vento pelas janelas.
Jessey sugere que a gente pare aqui essa tarde, visto que o tempo está fechando, ele sugere que continuemos ao anoitecer.
A chuva começa a cair fortemente. Demos sorte de encontrar essa cabana por que nem mesmo as altas árvores nos protegeriam das fortes águas que encharcam o solo. Aqui dentro, apesar de algumas goteiras, é com toda certeza mais seguro do que do lado de fora.
Abrimos um enlatado de frutas secas para disfarçar a fome e depois de muito vasculhar a cabana, encontramos a entrada de um porão. Ao descermos encontramos um monte de objetos antigos, objetos os quais eu nunca soube da existência. Nos aproximamos dos objetos, com exceção de Brendon que fica parado na escada. Encontro uma caixa de madeira com o cadeado rachado e me preparo para abri-la, Jessey se prepara para pegar umas correntes e Victor vai em direção a um pote de vidro com alguma coisa dentro. E, nesse momento Brendon nos impede com um grito desesperado.
— Estão doidos? Não toquem em nenhum objeto — dispara ele.
— Que isso? O que houve? — questiona Jessey.
— Poxa, pessoal, vocês nunca viram O segredo da cabana? — Brendon continua com o tom de voz demonstrando o quanto está assustado.
— Aquele filme dos zumbis? — retruco dando uma risada.
— É. Exatamente como está acontecendo aqui, objetos em um porão de uma cabana abandonada na mata — ele continua.
Começamos a rir dele. Acho que essa caminhada na mata não o fez muito bem. Esse é o problema de assistir a tantos filmes de terror! Saímos do porão antes que Brendon nos puxe a força.
A chuva passou, sendo assim continuamos a andar. Temos que parar o mínimo possível já que fizemos uma longa pausa de tarde.
Caminhamos conversando sobre o colégio, sobre várias coisas que aconteceram conosco no período das aulas.
No primeiro ano decidimos nos vingar de um marrentão que sempre implicava com a gente. Apesar de sermos um grupo, não fazíamos parte dos descolados. Cansados das provocações, no refeitório, distraímos Hélio, o tal marrentão, e colocamos um pequeno explosivo caseiro na comida dele. O prato explodiu, fazendo a comida voar e sujá-lo completamente. Apesar de, a partir daquele dia, chegarmos em casa constantemente com um olho roxo, foi legal a sensação de vingança!
Um susto interrompe esse nosso momento de recordações. Estamos andando em uma fila e Jessey, o primeiro, some de nossas vistas.
— Um buraco — grita Victor.
— Jessey, está tudo bem aí em baixo? — pergunto.
— Acho que sim, a lanterna pifou. — A voz dele ecoa do fundo.
Jogo uma lanterna para Jessey. Ele a usa e diz que tem um túnel ao lado dele.
— Pega logo a corda na mochila. É melhor tirá-lo desse buraco antes que apareça alguma criatura — diz Brendon.
— Como assim uma criatura? — Somente eu pergunto, mesmo sabendo que é uma dúvida de todos.
— Vocês nunca viram Abismo do medo?— ele responde.
— Não é possível que você vai ficar insistindo nessas histórias macabras. Está parecendo uma criança fantasiando o que vê na TV — digo extremamente irritado.
Não sei o que está acontecendo com Brendon, somente tenho certeza que está me trazendo uma certa irritação. Tudo para ele remete a um filme de terror. Resgatamos Jessey e continuamos nossa caminhada, agora mais atentos. Pois ainda falta muito para chegarmos ao nosso destino.
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Observação...
Os dois filmes citados:
- O segredo da cabana
- Abismo do medo
Existem realmente. São ótimos! Indico. 😁
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Praia Radioativa
Adventure#Livro Completo# Um trio de amigos decide se aventurar em uma jornada até uma praia abandonada na mata. Tal praia, antes famosa e movimentada, agora está esquecida por conta de um desastre radioativo que aconteceu há muito tempo atrás. O que os espe...
