Usina

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 — É lindo não é?! — Ouço a voz de Catarine enquanto me aproximo.

— É sim! — respondo e olho para o horizonte. Vejo o nascer do sol juntamente com ela.

    Todos estão dormindo, porém queria aproveitar cada minuto nesse lugar e, pelo que posso perceber, Catarine também.

    Aqui de cima do pequeno morro temos uma vista privilegiada. Às águas salgadas somem sob rochas depois de quilômetros. O sol surge no céu e mancha de um vermelho amarelado às águas verdes. Me aproximo de Catarine e ponho minhas mãos ao redor de sua cintura enquanto me debruço na cabana e olho para o horizonte.
Catarine olha para mim. Apesar de eu não estar olhando diretamente para ela, percebo de relance. Intercalo olhares, ora para ela e ora para o horizonte.

— O que foi? — ela pergunta sorrindo.
— Não posso te admirar?! — Ela balança a cabeça em concordância.— Estar aqui nesse lugar com você é...
— Magico! — ela exclama. — Era justamente o que eu estava pensando.

    Viro de frente para Catarine e ela faz o mesmo em relação a mim. O sol está mais alto no céu, projetando os raios em nós. Me aproximo dela e toco seus lindos cabelos encaracolados ao redor de seu rosto. Ela olha para mim com singeleza enquanto se aproxima ainda mais. Nossos rostos estão quase se tocando. O cenário ao nosso redor faz parecer como se estivéssemos em um filme romântico. Uma brisa suave nos circula. Fechamos os olhos por estar tão perto. Sinto sua leve respiração e quando seus lábios começam a tocar nos meus, quando sentimos realmente um ao outro...

— Catarine? — A voz de Lindsay surge fazendo com que Catarine e eu nos afastemos.

    Lindsay chama Catarine de dentro da cabana, sendo assim, por ela não saber que estamos aqui, descemos correndo para que ela não nos veja.

    Minha mão vai ao encontro da mão dela e, depois disso, andamos um pouco pela areia da praia.

— Tudo que eu queria era dar um mergulho! Só um mergulho! — ela diz olhando para as pequenas ondas que se chocam com a areia.
— É, eu também — digo enquanto a puxo pra mais perto da água. — Vamos molhar os pés pelo menos.
— Será que não é perigoso?
— Não. É rápido — respondo.

    Passamos os pés nas pequenas ondas. A água está em uma temperatura muito agradável, seria perfeita para um mergulho.

— Vamos ali no gramado. — Aponto pra que ela veja onde é.

    Catarine me segue até onde a chamei. Deitamos no gramado, um de frente pro outro. Ponho minhas mãos sobre sua cintura.

— Aqui sua amiga não pode nos atrapalhar! 

    Ela apenas sorri e eu me aproximo para beijá-la. Fecho meus olhos e sinto nossos lábios se tocando. Esse é o típico momento em que o tempo parece que congela. Por um momento é só Catarine e eu. Parece que não existe mais ninguém além de nós.

    Escuto a voz de meus amigos, desceram pra que possamos explorar a área como havíamos combinado.

— Catarine. Estava te procurando hoje cedo — Lindsay diz enquanto puxa sua amiga pra mais perto de si mesma.

    Andamos admirando cada parte dessa maravilha natural. Nos aproximamos das rochas perto da água e passamos por dentro delas.

— Não tem nenhum filme de terror que te remete a essas rochas, Brendon? — brinco e ele me ignora.

    Depois de sair das pequenas cavernas rochosas um barulho estranho preenche o ambiente.

— É coisa da minha cabeça ou mais alguém está ouvindo esse barulho? — Victor questiona. Todos respondem positivamente.

    Andamos passando pelas altas árvores à procura da origem desse estranho barulho e, ao encontrar, não conseguimos acreditar no que vemos.

    Como ainda está funcionando depois de tudo que aconteceu com a praia? Como o governo não soube disso aqui? É perturbador estar parado aqui e ver à minha frente a usina que antes poluiu todo o local. É perturbador saber que ela ainda está poluindo. Unanimemente decidimos que precisamos tomar alguma providência. 


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