Encontro

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    Chego ao fim desse túnel de folhas e minha visão se expande. Analiso todos os detalhes. Quando o professor passou uma foto na sala, não dava pra ver muito bem, pois era antiga. Agora consigo ver tudo detalhadamente. As águas são verdes e cristalinas. Não é um verde parecido com lodo, e sim um verde brilhante. As areias mesclam o branco e o cinza formando um efeito degradê. Algumas rochas parecem ter sido postas de uma forma minimalista para completar a formosura da paisagem. O barulho das pequenas ondas se chocando com a areia produz uma trilha sonora perfeita. Assim como eu, Catarine fica imóvel admirando a bela paisagem.

    Volto a realidade. Procuro por algum sinal de que meus amigos e Lindsay passaram por aqui, mas de imediato não vejo nada. Ando pela parte do gramado da floresta para evitar passar pela areia, pois é arriscado. Sigo para um lado e Catarine para o outro a fim de encontrar qualquer evidencia, até que escuto Catarine gritar, me chamando. Quando viro para olhar percebo que ela está acenando. Sigo em sua direção.

— Olha! — Ela aponta para a areia. — Deve foram os seus amigos.

    Desvio o olhar para a areia e vejo escrito : "Estamos aqui". e uma seta para a direita.

— Deve estar apontada para aquela cabana — Catarine diz enquanto mostra uma cabana em um pequeno morro a alguns minutos daqui.
— Outra cabana! — digo com sarcasmo.

    Antes de subir o pequeno morro vejo que alguém está parado lá em cima. Consigo ver apenas a silhueta da pessoa, pois já anoiteceu.

— Ei! — Catarine grita enquanto balança a lanterna para chamar a atenção.

    A pessoa olha, mas não consegue ver quem somos por causa da luminosidade da nossa lanterna em sua direção. Continuamos subindo até que reconheço quem está parado na parte superior do morro.

— É Brendon — digo para Catarine. — Brendon, sou eu, Carter — grito.

— Carter. Já estava na hora! Estávamos te esperando — ele retruca.

    Pelo que ele disse posso ter certeza de que os outros estão com ele. Espero que Lindsay tenha os encontrado também.

    Chegamos no topo do morro e todos vem me cumprimentar. Brendon, Jessey e Victor me recebem com um abraço e cumprimentam minha acompanhante.

— Catarine — declara uma bela voz feminina.

— Lindsay — digo contente.

— Vocês se conhecem? — Jessey pergunta.
— Eu a conheço. — Sorrio enquanto respondo.

    Meus amigos me explicam que somente encontraram Brendon aqui na praia e o motivo do sumiço dele foi sonambulismo. Sou um belo amigo- penso sarcasticamente- pois nunca soube que Brendon tinha crises de sonambulismo.

— Eu abri os olhos e não reconheci onde estava. Entrei em estado de pânico, gritei pra ver se alguém me escutava, porém em vão. Deveria estar andando há algum tempo. não sei como consegui andar na mata com os olhos fechados, mas aconteceu — Brendon se explica.
— Por que você nunca contou isso pra gente? Que tinha essas crises de sonambulismo? — pergunto.
— Tinha vergonha. Fazia coisas bizarras a noite como pegar facas e abri as portas, mas estava tomando meus remédios. Não imaginava que aconteceria aqui — ele continua.
— Isso é muito sério. Não poderia ter omitido — declaro.

    Pelo que eles dizem, depois de não encontrarem Brendon e não me encontrarem, eles seguiram para a praia. Sabiam que Brendon e eu faríamos o mesmo, por causa de nosso plano. Vejo Catarine e Lindsay conversando em um canto.

— E ela? Como a encontraram? — questiono.
— Também estava por aqui. — Victor responde. — Estava sentada na areia admirando o mar. Decidimos fazer companhia.
— E essa cabana?— continuo o interrogatório.
— Abandonada, também — respondem.

    Ao amanhecer desceremos para coletar amostras da areia e da água para levar ao nosso professor e explorar o local. Agora, decidimos fazer uma roda de conversa, para nos conhecer melhor e esquecemos que as horas não param de passar.

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