Prólogo

4 0 0
                                    


Getty Mcoin acordou com um zumbido angustiante. Estava escuro e havia algo pesado em cima de si. Com dificuldade, conseguiu se soltar e rastejar por entre uma fresta até chegar a uma clareira.

Na entrada do túnel, viu Eldred se erguendo em uma nuvem de pó. Viu-a se aproximando de Olorrim.

-Me ajuda- a voz do anão era quase inaudível.

Eldred levantou a mão direita e o anão pareceu agonizar. Algo evanescente pareceu deixar o corpo dele e em seguida ele parou de se mover. Estava morto.

A mulher voltou a caminhar, já não estava mais trôpega. Seus passos estavam firmes, decididos. Ela se aproximou de Aleviendha. Getty tentou empunhar sua espingarda. Ele sabia que a humana não seria capaz de fazer aquilo com seus companheiros e não podia permitir que a criatura possuindo sua amiga cometer o mesmo crime com a elfa.

Para surpresa do goblin, Eldred ergueu o corpo da sacerdotisa e tomou o rumo do túnel, desaparecendo nas sombras.

Getty se arrastou para fora das pedras, usando a Escarradeira para se apoiar. Estava fraco e cansado, seu corpo estava todo dolorido e esvaindo de sangue.

As paredes começaram a tremer. As pedras, antes tão fatalmente sólidas se tornaram transparentes e com aspecto obscuro. Estavam desaparecendo. O semiplano estava deixando de existir.

Então ele viu, caído em um canto, um globo dourado. O artefato que o Voidwalker apanhara na biblioteca e recuperado pelo bruxo. Certamente caíra quando o corpo do bruxo desapareceu.

Moveu-se devagar, apesar da noção da iminente destruição a que estava sujeito. Tocou o globo com a mão livre, enquanto sua espinha protestava dolorosamente.

Notou pontos avermelhados na superfície dourada.

-É com isto que o VoidLord se transportava por Azeroth.

-Quem é você?- o goblin perguntou com um fiapo de voz.

-Meu nome é Lous Arendham. Fui aprendiz de Ariphos. Fui mantido aprisionado como isca pela criatura por anos e anos. Você e seus companheiros me libertaram.

O espírito apontou para o globo.

-A criatura perverteu um artefato de meu Mestre. Ela o utilizava para se transportar pelas sombras para qualquer lugar nos Reinos do Leste, onde o tecido da realidade seja mais fraco.

Havia outros agora, Getty pôde notar, outros espíritos como o primeiro, efêmeros, cobertos de sombra.

O espírito de Lous tocou o globo e as sombras cobriram o goblin.

-Você precisa viver. Sua amiga precisa de ajuda. Se não fosse por ela, eu- ele se corrigiu- Nós ainda seríamos escravos e Azeroth estaria a um passo de ser engalfinhada pelas Sombras.

O semiplano desapareceu e o goblin se viu em um jardim. A lua nova era uma insinuação no céu noturno. Viu as luzes de um Templo da Luz à distância.

Começou a caminhar

o

O Servo do VazioOnde histórias criam vida. Descubra agora