"Eu juro para você que nunca mudarei. Eu tenho orgulho em ser diferente, é a melhor coisa que há sobre mim."
-Kurt Hummel, Glee.
Harry consegue contar as vezes que viram o problema que ele tinha e tomaram a iniciativa de ajuda-lo. Foram poucas. Consegue contar as vezes que, depois do incidente, seus "amigos" ligaram para ele para perguntar como ele estava. Foram poucas. Quase nenhuma vez, na verdade. Consegue contar também as vezes que para no hospital e recebe visitas além de Zayn e Elliot, que parecem ser os únicos que realmente se preocupam por ali.
Niall apenas conta de uma diferente forma. Por exemplo, ele consegue contar as vezes que já levou um fora. Consegue contar também as vezes que não conseguiu o que quis. Mas, principalmente, consegue contar as vezes que sente seus olhos brilham ao encontrarem Harry. E consegue contar a quantidade de vezes que o mais velho disse não a ele. Foram muitas, mas ainda sim, foram contáveis situações.
É um dia de chuva. E o temporal cai lá fora como se, de alguma forma, alguma divindade lá em cima estivesse se derramando em lágrimas. E é de longe, o pior dia para Harry. É o pior dia para Harry simplesmente porque ele não tem um carro, não consegue achar o seu guarda-chuva e tem que estar na faculdade, de acordo com agora, daqui a 40 minutos. E se são 20 minutos de caminhada até o ponto de ônibus, 15 até o ônibus chegar e 20 até ele chegar na faculdade, está claramente óbvio que alguém não vai assistir ao primeiro tempo. Graças a deus, é inglês.
E depois de muito pensar, opta por desistir. Bem, desistir de procurar o guarda-chuva, no caso, porque sobre a faculdade... Ele realmente precisa ir, afinal, uma chuva não mata ninguém, sim? Harry não é feito de açúcar.
Só por dentro, porque ele é um docinho de pessoa. E Niall concorda com isso.
— Não está no seu quarto, nem no banheiro, porque eu já chequei. — Zayn afirma, se sentando no sofá.
— Foda-se, vou assim mesmo.
— Harry? Harry Styles falando palavras de baixo calão?! Sempre soube que a educação dos americanos é realmente comovente.
— Cale a boca. — Harry ri, revirando os olhos. — Eu tenho um número de uma pizzaria e um número de comida japonesa, caso estiver com fome.
— Claro, mas eu espero você chegar para pedir.
— Certo. Beijos, Z. — Harry se inclina, limpando a testa de Zayn com o polegar e depositando um breve beijo ali, logo deixando o apartamento.
[..]
Harry não fez absolutamente nada lá. E ele está realmente estressado por ter ido sem razão alguma. O fato é que, de três professores que dariam aula para ele hoje, dois faltaram, e Harry teria apenas um período com esse um, então... Tempo desperdiçado. Nessas 6 horas, ele poderia simplesmente ter pego algum de seus 47 livros em sua prateleira para ler, e por fim, fazer uma resenha e ter uma opinião formada sobre o enredo do exemplar. Mas não, ele teve que ficar lá, sabe? Mofando na sala com uma professora substituta que mal sabe o próprio nome. Adorável.
E, para completar, voltou a chover. Yay. Está escuro, deserto; nenhuma única alma naquela rua. E Por que Harry tem que passar tão perto do bendito beco para chegar à droga do ponto?
Ele começa a apressar os passos. Começa a sentir o real desespero, também, e ele sabe o porquê.
Crise de asma. Merda.
Seus cabelos estão tão encharcados e colados no rosto que ele mal consegue enxergar o zíper da bolsa, e quando consegue por fim abrir a mesma, sua bombinha não está lá. Ótimo. Seus lábios tremem, sua respiração fica descompassada e tudo que ele consegue fazer no momento é sentar levemente no chão frio, e, consequentemente, ocupado por inúmeros germes.
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lush life (narry)
أدب الهواةNa qual Harry ama livros e bem, Niall ama Harry. © 2017 bea.