A Place in the Sun: Há de Brilhar. | Season 2: HIATUS

Five.

Capítulo 5.

[Leiam as notas finais, meus amores!]

Percy

Uma semana. Percy sempre achara que esse espaço de tempo era pequeno, mas depois de tudo que vivera nos seus últimos anos, aquela unica semana estava destruindo-o. Sentado no chão úmido da floresta onde, magicamente, haviam ido parar, o filho de Poseidon se recordava do que Annabeth havia dito quando se despediram há uma semana.

Será que havia feito o certo?

Era o que se perguntava enquanto seus olhos vagavam pelo verde opressor da mata. O que será que sua amada estava fazendo naquele momento? Deveriam ser pouco mais de sete da noite. Queria poder lhe mandar uma mensagem de Iris, mas naquela escuridão total seria praticamente impossivel criar um arco-iris.

Suspirando pesadamente o jovem se colocou de pé e colocou-se a caminhar em direção a barraca que Jason e Nico haviam montado.

— Tá tudo bem? — Jason perguntou. Mesmo no escuro a expressão de Percy podia ser vista e traduzida, de longe, como no minimo chateada. Ele não sabia o que dizer, sequer sabia como começar. Como dizer aos seus amigos o que se passava em seu coração? Como dizer que desconfiava até de sua própria sombra e ao invés de tentar controlar isso, gastava todas suas energias em se tornar algo que ele nunca quis ser; um guerreiro, hábil e pronto para matar.

Claro, ele gostava muito de poder se defender e defender aqueles que amava, já que odiava se sentir impotente. Porém, odiava o fato de que muitas vezes, mesmo que só Annabeth soubesse, havia matado por simples... Querer. Nada de honra, nada de compaixão, nada de sacrificio: descera sua espada sobre várias almas, humanas e não humanas, apenas pelo prazer de fazer que pelo menos alguém pagasse por tudo que passou naquele lugar horrendo.

Era isso que tanto o assustava, que tanto o tirava do sério; depois que saiu do Tataro sua vida mudou de forma complexa, seu coração endureceu, sua mente se tornou muito mais racional, e seu corpo só seguiu aquelas mudançadas, tornando-se mais forte e habil nas batalhas.

E a pergunta novamente voltava. Como contar aos seus amigos que, mesmo sem querer, mesmo lutando contra isso... Havia se tornado um monstro?

E a resposta veio, fácil e ao mesmo tempo sufocante. Simples e ao mesmo tempo dolorosa: Simplesmente não contaria.

— Tô sim. — Disse para Jason, depois de minutos em silencio. O filho de Zeus assentiu mesmo que já soubesse que era mentira. Percy logo tratou de mudar de assunto. — Cadê o Nico?

— Tá descansando, viajar nas sombras exige muito dele e quanto mais perto do Alasca, mais exausto ele fica. — Jason suspira antes de continuar. — Será que isso vai dar certo?

— Tem que dar. — Percy responde com a voz firme. Se não desse, o que fariam? Como poderiam olhar para Nico depois de falharem com ele e Will? Jason pensava o mesmo e por isso apenas disse:

— O quer tirar da Cornucópia?

Percy esboça um sorriso fechado e caminha até Jason. O filho de Poseidon se senta na manta ao lado do amigo e olha ao redor; a barraca que montaram é enorme (cortesia das caçadoras de Arthemis) e a fogueira que Jason arranjou os aquece e ilumina ao redor.

— Me dê uma maçã. — Pede com os olhos no chifre que, magicamente, vomita comida. Jason solta uma risada enquanto duas maçãs brotam da Cornucópia.

— Milagre não ter pedido uma coisa azul. — Provoca e Percy apenas revira seus olhos esverdeados.

— Peço na próxima vez. — Diz com um sorrisinho e Jason solta uma risada alta; a risada é muito mais por querer descontrair do que por achar graça, Percy percebe.