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Os saltos baixos da sapatilha branca batiam contra o piso perfeitamente liso da faculdade, produzindo um som constante, talvez um pouco irritante. Em coro com o mesmo, as pulseiras com vários pingentes dependurados se mexiam enquanto ele caminhava calmamente, produzindo um leve som estridente de correntinhas. A saia colegial cor de rosa balançava graciosamente, dando uma moldura perfeita às pernas bonitas e branquinhas, que possuíam meias até as panturrilhas. A blusa que fazia conjunto com a saia era branca, clara o suficiente para ser considerada inadequada para aquela grande e renomada faculdade. Mas não por ele. Não pelo garoto baixinho, de lábios carnudos e rosados e cabelos pretos curtinhos que caíam perfeitamente sobre sua testa deixavam-no com uma aparência angelical. Mas se havia algo que nesse mundo Hyungwon não era, com certeza essa seria um anjo.

Para os desconhecidos, o herdeiro Chae. Para os pais, Hyungwon. Para os amigos, Wonie. E para os que ele escolhesse, babyboy. Os olhares se voltavam involuntariamente para ele enquanto ele caminhava em direção à algum lugar da faculdade, arrastando consigo sua enorme bagagem de orgulho e autoconfiança. Hyungwon era, propriamente dito, um poço de pecados. Os dezesseis anos de sua vida de regalias e mimos haviam feito o garoto se tornar alguém extremamente mimado, calculista e provocante.

Você deve estar se perguntando o porquê de ele estar em uma faculdade aos dezesseis anos, mas não é algo estritamente complicado de se compreender. Chae Hyungwon fora educado em casa, então aos quinze anos já possuía a grade escolar normal completa. Benefícios de ser filho dos donos da maior, mais cara e mais concorrida faculdade do país. Então aos dezesseis decidiu que queria assistir as aulas de alguns cursos. Sem compromisso algum, apenas quando quisesse, e à quais quisesse. Seus pais obviamente aceitaram o pedido, deixando extremamente claro para todos os professores que, a rotina do garoto, ele próprio quem decidiria.

Caminhou até a sala onde agora era ministrada uma tediosa aula de administração, entrando na mesma nada discretamente. Vários olhares foram direcionados ao garoto, que mantinha um pirulito preso entre os lábios enquanto procurava um lugar vago, mas não pôde conter um enorme sorriso de felicidade quando encontrou e à frente do mesmo estava sentado exatamente quem ele gostaria de ver nesse dia, Lee Jooheon. Se sentou na cadeira vazia, colocando sua pequena mochila sobre a mesa e levando a delicada destra, que tinha unhas pintadas de cor de rosa até o ombro do garoto à sua frente.

- Olá, eu sou Chae Hyungwon!

A voz doce fez Jooheon -que até o presente momento não havia notado a presença do mais novo por estar imerso em seu próprio mundo- acordar de seus pensamentos, se virando um pouco até conseguir ver o garoto adorável que se sentara na cadeira de trás. Sorriu, um pouco corado, respondendo gentilmente o cumprimento do garoto, assim como também disse seu nome.

- Chae... filho dos Chae, donos da faculdade?
- Eu mesmo!
– O sorriso do mais novo fez Jooheon engolir seco. Hyungwon era adoravelmente delicioso. Ele cruzava as pernas, deixando-as um pouco para fora da mesa, apenas o suficiente para que o mais velho tivesse uma boa visão dos pezinhos delicados, enquanto o mais novo continuava a chupar o pirulito sugestivamente, fitando os olhos do garoto à frente, que agora havia praticamente se virado na cadeira para observar o pequeno.

- Qual sua idade, Hyungwon? Você parece um pouco novo pra estar em uma faculdade.
- Tenho dezesseis anos. E ah, sim, eu só venho por diversão.

A risadinha baixa acertou em cheio o coração de Jooheon, e talvez um outro lugar também. Mas ele odiava admitir estar excitado por um garoto de dezesseis anos. Tossiu baixo, tentando ser discreto, enquanto voltava para sua posição normal na cadeira, novamente de costas para Hyungwon. O mais se inclinou sobre a mesa, colocando as duas mãos sobre os ombros de Jooheon, e deixando os lábios próximos o suficiente de seu ouvido para que ele ouvisse sua respiração perfeitamente. Provavelmente as pessoas atrás de si estavam tendo uma ótima visão de suas coxas, mas não era algo com o qual ele se preocupasse.

- Honey oppa, o que vai fazer depois da aula? Eu queria taaaanto tomar um sorvete, mas não tenho companhia.

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