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Changkyun enxugou as lágrimas que escorriam por suas bochechas coradas enquanto se dirigia à seu carro. Sabia que seu irmão o perdoaria, mas não queria que Hyungwon recebesse qualquer penalidade. Ele havia cedido, então tinha culpa. Mas não poderia voltar lá. Não conseguiria mesmo que quisesse. Caminhou disperso na direção do estacionamento, até que sentiu seu corpo colidir com algo maior que si. "Uma parede, claro" pensou enquanto tentava se levantar levemente desajeitado. Estava imerso em seus pensamentos até que sentiu mãos grandes o segurarem pelos braços, colocando-o de pé. Seus olhinhos redondos se encontraram aos pequenos riscos que os olhos do mais velho se tornaram quando o mesmo sorriu. Sentiu seus ossos congelarem e o sangue se apossar de seu rosto, deixando-o absurdamente avermelhado.

- Deveria tomar mais cuidado, Kyunnie.

O mais novo sorriu, desviando o olhar para o chão, enquanto ainda sentia as mãos de Jooheon apoiadas em si. Uma sobre seu braço, a outra em sua cintura. Ele estava perto demais. Mais perto do que Changkyun poderia ter pensado em tê-lo algum dia. Fez uma rápida reverência, olhando brevemente nos olhos do garoto, enquanto sussurrava um pedido de desculpas quase inaudível. Pensou em sair correndo dali, mas logo sentiu a destra firme de Jooheon puxar seu rosto, fazendo com que o menos o fitasse de olhos arregalados e bochechas novamente coradas.

- Kyunnie, você estava chorando? O que aconteceu?
- E-Eu estou bem, h-hyung! E-Eu preciso ir!
- Não! De forma alguma! Vem aqui, eu te levo pra casa e você me conta o que houve.
- N-Não precisa se incomodar, h-hyung!

Jooheon segurou o mais novo pela cintura, aproximando seus corpos, fazendo o menos corar ainda mais. Changkyun desviou o olhar para suas mãos, que agora pousavam timidamente sobre o peito de Jooheon, que despejava sua respiração de hálito adocicado e viciante sobre o menor.

- Vamos lá Kyunnie... – a voz manhosa e rouca do mais velho fez o pequeno se arrepiar. – Só quero te ajudar.
- T-Tudo bem...

O maior sorriu vitorioso, deixando enfim o mais novo livre de seus braços fortes, agora podendo respirar normalmente. Acompanhou Jooheon até o carro do mesmo, ainda sentindo o olhar do mais velho sobre si vez ou outra, seguido de pequenos sorrisos e bochechas coradas.


- Hyung, posso te perguntar uma coisa?
- Claro, Kyunnie.
- Qual sua relação com o Hyungwon? Eu acidentalmente vi vocês... bem, você entendeu.

Jooheon desacelerou o carro, logo o estacionando na primeira vaga que achou na rua. Desligou o motor e se pôs a observar o rosto corado do mais novo, que focava nas próprias mãos. Jooheon sempre soubera da paixão do mais novo por si. Todos sempre souberam, ora essa, Changkyun deixava tão claro com seus sorrisos tímidos, palavras gaguejadas e bochechas coradas quando o mais velho se dirigia a si que era impossível não notar. E para Jooheon, Changkyun sempre fora o único que teve seu afeto. O único ao qual ele protegera e cuidara desde que se conheceram, quando Kyun era apenas uma criancinha assustada de nariz redondinho e lábios cor de rosa. Levou a destra até o rosto de Changkyun, fazendo-o olhar em seus olhos.

- Aquilo não foi nada, Kyunnie. Não é a mim que o Chae quer, e você sabe disso tanto quanto eu.
- Sim, eu só... não sei...

O mais novo sentiu os lábios do mais velho sobre os seus, resultando em dois olhos arregalados e um coração disparado, golpeando com violência suas costelas. Não foi mais que um leve selar, mas era o suficiente para o pequeno Changkyun, que agora olhava seu hyung tão próximo. Tão lindo, tão carinhoso. Jooheon sorriu, voltando à sua posição como motorista, logo ligando o carro e se dirigindo para a casa do mais novo.

- Hyung, v-você gosta... d-de como o Wonnie se veste?
- Porque a pergunta, pequeno?
- E-eu... eu acho bonito... Ele é tão fofo...
- Tem vontade de se vestir como ele?
- Ah, n-não ficaria bem em mim, hyung! F-Foi só um comentário!
- Ah, tudo bem.

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