O dia amanheceu preguiçoso. A chuva torrencial havia tido um fim. Tanto no céu, quanto no coração de Hyungwon. Abriu os olhos lentamente, se espreguiçando de forma contida para não acordar o homem ao seu lado. Os braços de Hoseok seguravam o menor possessivamente pela cintura, enquanto o mais velho se encontrava em um sono tranquilo e profundo. As roupas espalhadas pelo chão, os cabelos desgrenhados e suas expressões pacíficas não deixavam esconder que a noite passada havia sido para reencontros e reconciliações. Ouviu um barulho fraco na cozinha, e logo se pôs de pé, após se livrar delicadamente dos braços de seu amado. Vestiu sua boxer azul claro, e logo em seguida o grande suéter rosa que usava no dia anterior, se dirigindo à cozinha, de onde sabia bem que o barulho havia vindo.
Os passos suaves do garoto mal faziam barulho o suficiente pra denunciar sua presença para o garoto de cabelos rosados que preparava um chá com toda sua calmaria usual. Era um pouco mais de seis da manhã e Kihyun ainda não conseguira dormir. Resolvera então deixar o conforto de seu quarto usando apenas um moletom surrado que tinha quase o dobro de seu tamanho e uma cueca. E claro, as meias felpudas de sempre. Kihyun tinha um amor incondicional por meias felpudas, o que acabou fazendo com que Hyungwon lhe desse mais de vinte pares das mesmas, de várias cores e desenhos diferentes no primeiro aniversário de Kihyun depois que se conheceram.
Hyungwon se aproximou do menor, abraçando-o por trás enquanto aninhava seu rosto nos fios cor de rosa, buscando pelo cheiro adocicado que ele sempre tinha, e é claro, o encontrando. Sorriu quando o pequeno susto que o mais velho tomara se dissipou, deixando apenas o som de suas respirações calmas ressoar pelo cômodo. Kihyun observava a fumaça que subia preguiçosamente da xícara em suas mãos, enquanto tinha um meio sorriso em seu rosto. Nunca se cansaria dos abraços do mais novo, nem de seu cheiro agradável de canela fresca.
- Como foi lá, com ele?
- Estamos bem, eu acho. Ainda é estranho sabe hyung, depois de dois anos...Kihyun respirou fundo, deixando a xícara sobre o balcão e se virando ainda entre os braços do mais novo. Acariciou o rosto corado do mais alto enquanto sorria ternamente para o mesmo. Sentia seu peito se apertar quando pensava so0bre a situação atual. Tinha medo de que Hyungwon fosse embora e o deixasse naquele apartamento sozinho. Definitivamente, Kihyun não sabia mais viver sem Hyungwon ao seu lado. Ouviram passos na cozinha, e logo puderam ver Hoseok escorado no batente da porta. O mais velho olhava para os garotos com ternura, ostentando um leve sorriso de lado que fez o coração de Kihyun falhar uma batida.
O mais baixo rapidamente se desfez do abraço, dando alguns passos para trás e focando seu olhar em suas próprias mãos. O silêncio desconfortável que se instaurou no cômodo deixou Kihyun apreensivo, ansioso. O mais baixo ousou olhar para o mais velho dentre eles quando ouviu a voz rouca chamar por si, se deparando com um olhar preocupado, porém tão provocante que o garoto pensou que poderia morrer ali mesmo.
- Tá tudo bem com você?
- E-Eu... Eu vou pro meu quarto. Wonnie... boa noite. Hoseok.O rosado sequer deu tempo para que o amigo protestasse. Apenas se apossou novamente se sua xícara de chá e correu para seu quarto, com as bochechas rosadas assim como seus fios. Sentou-se na cama, cobrindo as pernas com a coberta felpuda e bebericando o líquido quente. Seriam longos dias
•
Kihyun mantinha as pernas esticadas sobre o sofá de veludo enquanto assistia um programa aleatório de culinária que passava na televisão. Não prestava realmente atenção no mesmo, já que seu pote de sorvete era mais interessante. Hyungwon estava fora novamente. Desde que entrara na faculdade de Direito, constantemente estava viajando para seminários. Suspirou, tomando mais uma colherada do doce enquanto voltava a fitar a televisão.
Sentiu alguns tapinhas de leve em suas pés, logo percebendo a presença de Hoseok, que sorria para si, pedindo um lugar para sentar. Kihyun se encolheu novamente no sofá, dando espaço para o mais velho. Os três estavam morando juntos há pouco mais de três meses, já que Hyungwon disse que não se afastaria do amigo, e o mais velho entre eles aceitou de bom grado. O apartamento era suficiente para eles.
- Ah, me desculpa!
- Tudo bem, Kihyunnie. O que tá vendo?
- Ah, alguma coisa aleatória sobre batatas descascadas e queijo suíço.Hoseok gargalhou e Kihyun percebeu que fizera um pequeno beicinho frustrado ao falar aquilo. Levou as mãos ao rosto, cobrindo-o enquanto sentia sua pele arder de vergonha. Com toda certeza estava completamente vermelho. Sentiu a mão do mais velho acariciar seu cabelos cor de rosa, tirando o garoto do transe em que se encontrava pelo constrangimento. Kihyun olhou nos olhos de Hoseok, ainda deixando as mãos sobre a boca. A destra do mais velho correu pelas bochechas rosadas de Kihyun, pedindo permissão e espaço ao garoto de olhos arregalados. O qual acabou, por fim, sendo cedido.
E novamente a voz rouca do mais velho se fez presente, lavando qualquer resquício da sanidade de Kihyun. Ele sabia o quão errado era sentir coisas assim pelo namorado de seu melhor amigo, mas ele simplesmente sentia. Kihyun sentia por Hoseok, algo parecido com o que sentia por Hyungwon. Ele tinha ciúmes de quando o deixavam sozinho, de quando se divertiam sem ele. Kihyun tinha ciúmes de não poder estar sempre presente.
E francamente, se odiava por isso. Se odiava por ter uma paixão pelo mais novo desde que se conheceram, e se odiava mais ainda por estar nutrindo essa mesma paixão por Hoseok. Seu coração parecia não ter limites naquele momento. Apenas batendo violentamente contra suas costelas, enquanto o calor da mão do mais velho sobre seu maxilar arrepiava cada pelo de seu corpo.
Hoseok era apenas um ano mais velho que Kihyun, o que não o tornava tão mais adulto que o rosado como era na relação com o Chae mais novo. Porém, Kihyun sentia-se pequeno perto dele. Sentia-se como uma criança tendo uma crush em seu professor. Sentia-se exatamente como Hyungwon. Hoseok tornou a rir da expressão afoita e confusa do menor, fazendo com que seu hálito mentolado se chocasse contra o rosto do menor, fazendo-o corar mais ainda. E como o maior dos erros que poderia cometer em sua vida, Kihyun arfou.
- Você é adorável, Kihyunnie.
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FanfictionQuerido Papai Noel, sejamos sinceros um com o outro: eu não sou um bom garoto. Dizem por aí que garotos maus não ganham presentes de fim de ano, mas, você bem que poderia abrir uma exceção pra mim dessa vez, o que acha? Eu quero todos eles só pra mi...