Pesadelo do Ruggero

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Karol

Acordo com algum ser humano que não tem amor a própria vida (a não ser que seja a Aldana, sua linda ❤) batendo na porta, mas logo que escuto o ritmo das batidas sorrio e vou andando devagar até ela a abrindo.

O que você quer Ruggerito? - pergunto fingindo estar irritada, mas não pude conter o sorriso por muito mais tempo.

Te acordar, Alda me presenteou com a querida, doce e linda presença dela logo pela manhã. - responde em um tom irônico que me fez rir.

Que horas são? - pergunto ainda meio sonolenta e voltando para a cama, sendo seguida por Ruggero que fecha a porta ao entrar.

8:35, temos que nos apressar se não quisermos que ela venha até aqui nos puxar pela orelha. - brinca e resmungo algo que nem eu mesma entendi, pego uma roupa qualquer e vou tomar banho.
Depois de já estar vestida saio do banheiro e encontro Ruggerito quase dormindo sentado na cadeira e rio baixo. Calço um salto, passo o mesmo perfume que ontem, um batom rosa clarinho, pego uma bolsa de academia e coloco uma roupa reserva lá e um tênis, caso formos ensaiar mais tarde.

Ruggerito? - o chamo me aproximando e colocando a mão em seu ombro.

Hm...? - pergunta abrindo os olhos devagar

Você nem pregou os olhos essa noite não foi? - me sento ao seu lado.

Não dormi muito bem. - da um sorriso fraco e encosto minha cabeça em seu ombro. Ficamos assim duranto bastante tempo, até ele se remexer.

Temos que descer, Aldana vai nos matar se demorarmos mais um minuto sequer. - levanta meio sonolento e da a mão para eu fazer o mesmo, a pego e entrelaço nossos dedos. Descemos até o saguão em silêncio e encontramos Alda nos esperando.

Por que demoraram?? - pergunta irritada.

Alda... posso falar com você por um minuto? - ela ve minha cara de preocupação e afirma. A puxo para um canto mais afastado - É o Ruggerito, ele não está muito bem, não dormiu a noite toda, estava quase dormindo sentado no meu quarto!

Uau, mas você sabe o motivo?

Ele não me disse, mas será que da para a gente voltar mais cedo hoje? - basicamente imploro.

Tudo bem, o ensaio pode ficar para amanhã, então hoje só vai ser as entrevistas okay?

Muito obrigada mesmo Alda! - a abraço e voltamos para o lado de Ruggero.

O que você queria falar com ela? - sussura para que só eu escutasse.

Nada importante, vamos? - o arrasto até a van, fomos o caminho todo em silêncio.
Fizemos três entrevistas, almoçamos e tiramos várias fotos para a novela, Ruggero estava mais distraído do que o normal. Voltamos para o hotel às 16:20, e fomos direto para o quarto de Ruggerito.

Por que será que voltamos tão cedo? - pergunta curioso e se jogando na cama após tirar os tênis.

Vai saber. - digo dando de ombros e me jogando ao seu lado - Apenas aproveita pra dormir e descansar. - me enrolo nas cobertas.

Foi você não foi? - ri fraco e o encaro como se disse-se "como descobriu?" - Você é muito transparente Karol Sevilla. - brinca, me virando e me abraçando por trás.

Como assim? - pergunto sem entender o que ele quis dizer com isso.

Não consegue mentir ou esconder alguma coisa de mim por muito tempo. - da de ombros e ri.

Dorme garoto. - rio e ficamos em silêncio até pegarmos no sono.

[...]

Acordo com o telefone tocando, ainda de olhos fechados procuro o celular pela mesinha e quando o acho atendo a ligação sem nem olhar quem é.

Alô? - digo sonolenta.

Karolzita? Por que está com o celular do Ruggero? - demoro pra identificar a voz, mas quando reconheço arregalo os olhos e vejo na tela a foto da mãe dele.

Ah... oi tia! Perdão, acabamos pegando no sono, Ruggerito não dormiu bem noite passada então achei uma boa ideia faze-lo descansar um pouco. Já vou acorda-lo, só um minuto. - quando vou me virar não consigo, só então percebo que estamos com as pernas entrelaçadas - Talvez dois... - falo baixo.

Não, tudo bem! Se ele está descansando não quero atrapalhar! Pode avisar pra ele assim que acordar que amanhã chegamos aí pela manhã?

Claro tia, sem problemas!

Obrigada minha flor, bom descanso pra vocês dois. Juízo viu? - ri e coro, mas ela desliga antes que eu pudesse responder algo. Coloco o celular de volta na mesa e volto a me deitar, colocando uma das mãos por cima das dele que estão em minha cintura, porém não durmo.

Fico observando a porta do quarto em silêncio por uns 35 minutos, até sentir as mãos em mim se apertarem mais ainda, viro minha cabeça de lado e consigo ver que a expressão em seu rosto não está nem um pouco boa, deve estar tendo um pesadelo. Consigo me virar completamente, com um pouco de dificuldade, mas as mãos não saíram da minha cintura nem por um segundo.

Ruggerito. - sussurro - Ruggerito... - falo um pouco mais alto o balançando um pouco - Ruggero! - grito em seu ouvido e ele acorda num pulo e suando frio.

O que foi? - pergunta depois de se acalmar um pouco.

Estava tendo um pesadelo? - pergunto já sabendo a resposta. Ele apenas fica em silêncio dizendo praticamente um "sim" - Era muito ruim? Quer falar sobre isso? - me sento ao seu lado colocando uma mão no ombro dele preocupada.

Não se preocupe, não foi tudo isso. - da um meio sorriso de lado forçado.

Você estava praticamente me amassando contra você Ruggerito! - rio baixo.

Perdão, acabei te machucando? - pergunta, agora com um olhar preocupado e me avaliando de cima a baixo.

Estou bem, estou bem. - rio - Mas não sei você.

Estou bem Karolzita - sorri fraco - , foi apenas um pesadelo. Vamos voltar a dormir? - se deita/joga nos travesseiros e faço o mesmo.
Coloca um braço por cima da minha cintura e o outro debaixo do meu pescoço, encosto a cabeça no peitoral dele.

Seus pais pediram pra avisar que chegam amanhã de manhã. - me lembro.

Eles falaram com você?

Só sua mãe, acabei atendendo seu telefone achando que era o meu. - escuto sua risada e sorrio. Depois disso ficamos em silêncio e em pouco tempo ouço a respiração dele ficar mais leve indicando que acabou pegando no sono, não demorou muito para eu também dormir.

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