Um Sonho Estranho

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Karol

Estou correndo na total escuridão. Acho que estou nisso a uma hora, meus pés estão cansados e doendo, mas não consigo parar, o medo é maior e mais gritante. De repente sinto como se estivesse caindo, o vento bate em meu rosto me dando um arrepio na espinha, tento gritar, mas parece que não tenho mais voz. Passou-se mais de 15 minutos e ainda estou caindo, quando finalmente sinto que estou próxima ao solo, cubro meu rosto com as mãos para não causar danos tão graves, mas invés de sentir algo duro e gélido sinto algo fofo e aconchegante, como um algodão enorme ou como se estivesse nos braços de quem mais amo em um abraço apertado.

Me levanto e quando dou o primeiro passo bato o rosto em algo, mas não consigo ver o que. Tento ir para o outro lado, mas novamente bato em algo. De repente tudo começa a girar, como se alguém estivesse chutando uma caixa invisível e eu estou dentro dela. Os giros param, ainda um pouco tonta percebo que não está mais totalmente escuro, agora está totalmente BRANCO. Grande diferença hein.
Ao longe vejo alguém sentado, corro em sua direção, quando vou chegando mais perto consigo ver que é um homem, pelo seu porte físico. E ele não está sentado e sim ajoelhado com correntes presas em seus pulsos o impedindo de andar. Ele levanta a cabeça, mas não consigo ver seu rosto inteiro, apenas até a boca.

O homem olha em minha direção e um sorriso se forma em seus lábios, não sei porquê, mas um alívio se formou em meu peito, mas logo foi substituído por medo ao ver uma sombra preta atrás dele. Ele tenta se livrar das correntes, mas a sombra o está segurando, de algum jeito consigo sentir seu medo, eu quero ajudar, quero mesmo, mas meus pés parecem que ficaram presos no chão, como se tivesse pisado em cimento e o mesmo endureceu.
Quando ele finalmente se solta um sorriso aparece em meu rosto, mas logo entro em desespero ao ver a sombra correndo atrás dele em minha direção, corro para a direção oposta, quando do nada aparece um tipo de penhasco a minha frente e paro bruscamente. Me viro e ele está ali com as mãos nos joelhos e com a respiração pesada. Rio pela cena de ele estar desesperado ao ponto de correr atrás de mim. Sinto uma alegria enorme me consumir quando vejo seu sorriso novamente, de alguma forma, aquele sorriso é familiar e com certeza é o mais belo que já vi. Nem mesmo aquela sombra está me tirando a atenção dele neste momento. Parece que tudo novamente está preto e só enxergo nós dois.
Volto para a realidade e a tal sombra está ao meu lado, me assusto e acabo caindo do penhasco, mas não estou com medo. Pelo contrário, estou sorrindo como se tivesse acabado de encontrar um amigo que a muito tempo não via.
A última coisa que ouço antes de colidir com o chão é o garoto de antes gritando meu nome em desespero. Tive vontade de dizer algo como "Está tudo bem." ou até mesmo "Ficarei bem.", mas seria mentira, afinal eu iria morrer. Então apenas dou uma risada e um sorriso como se fala-se "Não se preocupe."

E novamente a escuridão.

Acordo meio desorientada. Olho para os lados e vejo que estou no quarto do hotel. Sento na cama sentindo uma enorme dor de cabeça, olho as horas e são 3:35 da madrugada ainda. Coço os olhos e lembro de algumas horas atras.
Eu e Rugge ficamos andando por um tempo, tomamos sorvete e voltamos para o hotel. Acho que era umas 23:00 quando fui dormir.
Me enrolo no cobertor, abro a porta, olho para os dois lados, verificando se não tem ninguém e bato na porta ao lado no ritmo de sorry.
Demora um pouco, mas ele abre, está com a cara amassada devido ao travesseiro, uma calça de moletom e sem camisa.

Ka? O que foi? Teve um pesadelo? - pergunta sonolento e com os olhos meio abertos meio fechados.

Mais ou menos isso. Posso dormir com você? - pergunto.

Claro, entra aí. - entro e vou direto me jogando na cama, abro a coberta para ele se cobrir também e assim o faz - Boa noite Mogli. - me abraça pela cintura e apoia seu queixo em minha cabeça.

Boa noite Baloo. - fecho os olhos e em 5 minutos pego no sono. Graças a Deus não sonhei com a mesma coisa dessa vez.

Acaso ou Destino? Onde histórias criam vida. Descubra agora