Acaso ou Destino?

O Pesadelo

Karol

Acordei com uma leve pressão em minha cintura, a olhei e braços grandes a rodeavam. Ruggero estava tendo outro pesadelo. Me virei com cuidado e tive a certeza que sim quando vi seu rosto, fiquei passando minha mão pelo seu cabelo e enrolando de leve o fios em meus dedos, logo sua expressão se suavizou e ele acordou.
-- Bom dia. - disse sonolento e com a voz rouca.
-- Bom dia. - continuei a mexer em seu cabelo - Não teve uma boa noite de sono né?
-- Te amassei de novo? - perguntou em meio a um suspiro.
-- Não estou preocupada comigo e sim com você. Já é a segunda vez que você não dorme bem Ruggero. - por mais que eu fosse carinhosa e mole com ele, as vezes tinha que puxar o tapete e o fazer cair para depois se levantar ainda melhor.
-- Eu sei... - voltou a suspirar.
-- Talvez se você falar sobre isso melhore alguma coisa. Estou aqui pra te ouvir, sabe disso.
-- Não é nada okay? - o olhei de cara feia - Olha, se eu for falar com alguém sobre isso não será com você. - falou grosseiramente e desviou o olhar para o teto. Paralisei, não sabia como reagir, era a primeira vez que ele era grosso comigo.
-- Tudo bem... não era minha intenção te irritar, perdão. - não esperei ele responder e saí apressada do quarto e fui para o meu. Me deixei escorregar pela porta e abracei meus joelhos. Era a primeira vez que eu o deixava irritado e me sentia muito mal por isso. Depois de alguns minutos que pareceram horas eu me levantei e fui até o banheiro para tomar banho. Assim que sai o encontrei sentado na cama encarando o nada, dei graças a Deus que havia roupa dentro do banheiro.
-- Tudo bem Ruggerito? Precisa de alguma coisa? - perguntei receosa. Ele não respondeu nada, apenas se levantou e me envolveu em seus braços.
-- Me desculpa... não devia ter sido grosso com você.
-- Eu que não devia ter te irritado com esse assunto. - abracei sua cintura.
-- Você está certa Mowgli, mas eu não consigo, sabe? Só de lembrar sinto um aperto no coração.
-- Não precisa me contar se não quiser. - se ele não estava pronto não iria o forçar a nada.
-- Você morre Karol... - ele falou com um fio de voz e senti meu corpo inteiro se arrepiar - bem na minha frente e eu não consigo fazer nada... é sempre a mesma coisa... primeiro eu estou acorrentado em um lugar totalmente branco e depois você aparece... quando eu consigo me livrar das correntes você sai correndo de mim por algum motivo... e do nada aparece um penhasco e você cai nele... eu não consigo fazer nada... toda vez é a mesma coisa... sinto como se tivessem arrancado uma parte de mim... e eu fico desesperado só de pensar que talvez uma hora você pode estar passeando e na outra em uma cama de hospital com um monte de máquinas a sua volta... eu não saberia o que fazer caso te perdesse... - falou pausadamente por causa das lágrimas que caiam e dos soluços involuntários que soltava as vezes. Foi aí que me lembrei do sonho que tive dias antes, o garoto acorrentado era ele... mas então... quem era a sombra que nos perseguia? Isso significa que nossos sonhos estavam ligados de alguma forma?
-- Eu... - não sabia o que falar - você não pode fazer isso okay? - ele me olhou confuso - Não pode pensar no que poderia acontecer, tem que pensar no que está acontecendo, nesse momento. Não sabemos o que vai acontecer, não sabemos se daqui a 2 anos ainda estaremos juntos, mas o que importa é que estamos juntos agora! E temos que aproveitar a companhia um do outro enquanto ainda temos certo? E não ficar pensando no futuro. E se caso aconteça alguma coisa nós sempre estaremos juntos mesmo assim! Você vai estar sempre no meu coração assim como eu estarei no seu! Não precisa se preocupar okay?
-- Okay... - secou as lágrimas que ainda insistiam em cair e o abracei novamente. - devia investir na carreira de psicóloga sabia? - brincou.
-- Eu sei. - respondi e dei uma pequena gargalhada. - Vamos, antes que a Alda corte nossas cabeças. - o puxei enquanto ouvia sua gostosa risada.

Notas finais:
Gente não revisei esse capítulo, então perdão se tiver algum erro, irei corrigir assim que tiver tempo, escrevi meio que correndo esse, então não sei se ficou tão bom quanto os outros. É isso, beijos, espero que gostem.