Barulho Estranho

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Ruggero

Acordo com o som irritante do despertador, o desligo, me levanto num pulo, tomo banho rápido, deixo os cabelos um pouco molhados e bagunçados, pelo fato de tê-los lavado, coloco uma calça jeans preta, uma camiseta branca e um moletom vermelho estilo colegial que separei ontem antes de dormir, como duas bananas, escovo os dentes, coloco meu querido all star, passo perfume, pego minha mala, chaves, carteira e o celular.
Assim que chego na casa da Karol buzino duas vezes e logo ela aparece com uma mala rosa e uma mochila da mesma cor nas costas e sua mãe encostada na porta acenando. A ajudo colocar sua mala no porta-malas, acenamos de volta e entramos no carro.

Bom dia Ruggerito. - diz assim que fecha a porta e me da um beijo na bochecha.

Bom dia Ka. - dirijo até o set enquanto conversamos sobre assuntos aleatórios.

Quando chegamos na sala que fizemos a reunião ontem, nos sentamos um ao lado do outro e novamente só faltava o diretor.

Ansiosa? - pergunto entrelaçando nossos dedos.

Um pouco. E você? - encosta sua cabeça em meu ombro.

Nem tanto. Acho que vai ser divertido, pelo menos vou me distrair um pouco. - suspiro.

Mas e eu? Bom saber que não consigo te distrair! - diz fazendo drama e se afastando do meu ombro.

Eu não disse isso, senhorita dramática. - rio.

Agora sou dramática também? Bom saber Ruggero! Bom saber! - finge que vai se levantar e a puxo pela cintura a fazendo sentar novamente.

Sim, você é muito dramática! - rio - E sim, você me distrai. - ela se deita novamente.

Isso é bom ou ruim?

Depende. - ela me olha - Quando estou com a cabeça cheia isso é bom, ótimo na verdade. - faço carinho em seus cabelos - Mas as vezes, quando quero me concentrar em alguma coisa e me vem suas piadas e sua risada na cabeça, perco totalmente o foco. - rio baixo e só depois me dou conta do que disse, ficando vermelho.

Isso também me acontece as vezes e acabo rindo sozinha ao lembrar dos nossos momentos juntos. - ri.

Ainda bem que não é só comigo. - rio.

Ei casal! - a Mel, nossa produtora, nos chama - Vamos, já está na hora! - nos levantamos e andamos ainda de mãos dadas.

Me sento ao seu lado na van e ficamos o caminho todo em silêncio, só com o som do carro e dos outros conversando nos bancos da frente. Mas não era um silêncio vergonhoso ou porque não tínhamos assunto, apenas queríamos curtir o momento, já que ela estava deitada do mesmo jeito que antes, nossos dedos entrelaçados e eu com a cabeça encostada na dela.

Quando chegamos ao aeroporto fazemos o check-in e esperamos o nosso vôo ser chamado. Na primeira chamada nós já embarcamos, me sento do lado da janela e Karol ao meu lado. Em nenhum momento soltamos nossas mãos. Quando o avião decola nós ficamos na mesma posição que estávamos na van.

Vou cochilar um pouco ta? - pergunta tentando deixar os olhos abertos.

Ta bem princesa, também vou dormir um pouco. Bons sonhos pra você.

Pra você também. - uns minutos depois ela já estava dormindo. Antes de eu pegar no sono escuto um barulho estranho, mas nem ligo, afinal, estou morrendo de sono. Acabo acordando com Karol se mexendo.

Ta tudo bem Ka? - pergunto sonolento e esfregando os olhos.

Desculpa, não queria te acordar. - diz esfregando uma mão na outra devido ao frio. Está vestindo um vestido branco com bolinhas pretas colado até a cintura e soltinho embaixo que vai até um pouco acima do joelho e uma sapatilha preta. Tiro meu moletom o dou pra ela, que hesita em pegar.

Relaxa, eu tomei banho. - rio.

Não é isso, gênio. É que você vai ficar com frio. - coloco de volta.

Então vem aqui. - ela se encaixa em meus braços e coloco uma parte do agasalho nela. - Melhorou?

Muito, obrigada. - roça o nariz perto do meu queixo com a intenção de o esquentar.

Está gelada pequena, por que não me disse que estava com frio antes? - pergunto reparando a ponta gélida do nariz.

Você tava dormindo, não quis incomodar.

Você não me incomoda baixinha. - da um lindo sorriso e continua passando o nariz na mesma região que antes e isso está começando a me dar sono, mas do nada ela para. - Por que parou? - ri e continua o que estava fazendo até eu pegar no sono novamente.

Acaso ou Destino? Onde histórias criam vida. Descubra agora