Nono Capítulo

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Duas longas horas se tinham passado. Yoongi estava na esquadra da policia, agora acompanhado do seu manager. Contou tudo o que aconteceu ao agente:

« Foi pagar a conta e quando se virou dois homens encapuçados estavam atrás de Jimin. Um segurou-lhe os braços enquanto o segundo lhe meteu um pano entre a boca e o nariz. Yoongi correu até eles, viu os olhos do namorado fecharem-se lentamente e o seu corpo completamente vulnerável.

Os homens levaram Jimin para dentro de uma carrinha atrás deles e entraram de seguida. Com toda a aflição Yoongi não conseguiu prestar atenção na matricula, ou qualquer outro aspecto, do carro. Chorava de frustração olhando para onde viu a carrinha preta desaparecer. Foi quando ouviu as sirenes do carro da policia a aproximarem-se que Yoongi se deu conta que a carrinha já não estava ali, Jimin já não estava mais ali.

Quem chamou a policia foi a senhora ao balcão do pequeno café. A rua estava deserta, já não se ouviam pessoas, já não se viam as luzes das montras ou das janelas ligadas. Yoongi sentia-se sozinho, como se não existisse nada para além dele. Já só sentia a sua própria respiração, perdeu à muito a conta aos batimentos do seu coração - apenas sabia que eram muito acelerados, pesavam-lhe no peito.»

***

Jimin lembrava-se vagamente do que aconteceu. A ultima coisa que lhe vem à mente é o rosto de Yoongi quando o tentara salvar.

Quando acordou sentiu uma dor muito forte na cabeça e uma dor ardente nos pulsos e tornozelos. Estava deitado num colchão velho e rasgado; olhou em volta, estava rodeado de paredes cinzentas sujas e com marcas enormes de humidade. A única fonte de luz era do lado de fora, a luz passava por uma pequena janela da única porta de ferro no outro lado da divisão. O colchão onde Jimin dormira está encostado num dos contos da divisão, havia uma cadeira velha no centro. Passado um tempo a observar o local, percebeu que as janelas altas em cada parede estavam tapadas com o que provavelmente seriam sacos do lixo pretos; ao lado do colchão tinha um prato com uma sandes, nem valia a pena tentar come-la com os pulsos amarrados atrás das costas.

O rapaz sentiu-se tonto. Fechou os olhos para tentar processar todas as novas informações com as quais o cérebro teimava baralhar-lhe as ideias.

A primeira coisa concreta que ele pensou foi se o namorado estaria bem, se estaria na mesma situação. Será que ele também foi raptado? Foi enquando Jimin procurava uma resposta que ouviu vozes vindas do lado de fora. Não teve coragem de abrir os olhos quando essas vozes se aproximaram e o som da porta de ferro a ranger se ouviu.

Ouviu os passos de alguém, não conseguiu distinguir quantas pessoas é que tinham entrado.

- A menina disse que só o devíamos assustar. Não faças como habitualmente e não te descontroles... - disse uma voz grossa, alta e confiante.

Jimin tentou ao máximo não se mexer. Já era assustador estar sozinho naquele sitio mal cuidado, provavelmente abandonado, e piorou quando o homem disse aquilo.

- Não te preocupes, eu sei o que estou a fazer... - a segunda voz estava demasiado perto do colchão. O rapaz deitado sentiu tocarem-lhe fortemente nas costas. - Eu sei que estás acordado. - disse a voz divertida. Jimin não se mexeu. - Olha para mim quando falo contigo! - disse elevando o tom; puxou o rapaz pelo braço violentamente fazendo-o virar-se para o lado, Jimin continuava de olhos fechados...

Não queria ver quem eram, não queria lembrar-se dos seus rostos quando saísse dali - ou se saísse. Sentiu uma forte dor no estômago, tinha levado um pontapé. O rapaz amarrado contorceu-se de dores.

- Mete-o na cadeira. - disse a segunda voz afastando-se.

***

Os seis rapazes estavam reunidos na sala de pratica. Yoongi não conseguia estar quieto, andava de um lado para o outro e a murmurar coisas sem sentido.

- Yoongi, para um pouco. Não é por ficares aí a andar de um lado para o outro que se vai resolver alguma coisa... - disse Namjoon.

- Achas que não sei? - disse o mais novo parando à frente dos rapazes.

O seu rosto parecia cansado, provavelmente não dormira de noite ou esteve a chorar - ou as duas coisas. Não só o rosto mas as suas roupas do dia anterior todas amarrotadas, a sua postura nervosa,os seus passos apressados, o tremer das mãos; este não era o Yoongi que os rapazes conheciam, este não era o Yoongi que Yoongi conhecia.

Horas antes, quando fingia que tinha acabo de acordar de uma noite de insónias, recebera uma carta com um pedido de resgate - se é que se pode chamar assim - feito com recortes de revistas.

"Tu sabes o que eu quero. Fica comigo e nada de mal acontece ao teu namoradinho.

Tens 48 horas ou podes dizer adeus ao teu amorzinho."

***

Tinham-no posto na cadeira, amarraram-no nela. Meteram-lhe um pano na boca e bateram-lhe no rosto.

Quando a porta se abriu novamente, Jimin já tinha grande parte do rosto coberta de sangue. Ouviu passos, saltos altos - definitivamente agulha -, atrás de si. Teve um pressentimento de que não iria gostar desta "menina".

Os passos estavam cada vez mais próximos, até que a rapariga surgiu à sua frente. Ela sorriu para ele, mesmo vendo o estado em que o rapaz estava ela sorriu. Tirou o telemóvel do bolso e tirou-lhe uma foto; guardou o aparelho novamente no bolso, olhou para Jimin e riu-se.

- Tratem dele. - disse, agora séria.

- Mas menina, você disse... - começou o homem da primeira voz mas foi interrompido pela rapariga.

- Não interessa o que eu disse. Estou a dizer agora para tratarem dele. - disse a sorrir para o homem da segunda voz. Antes de sair, olhou mais uma vez para o Jimin e mandou-lhe um beijo divertida. - Não te preocupes, eu cuido do Yoongi.


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Eu não sou muito boa a escrever este tipo de cenários mas autoavaliando-me dou-me um 14 em 20 >.<

Espero que tenham gostado deste capítulo. Queria também avisar que a fanfiction está quase a chegar ao fim (não faltam obrigatoriamente 2 ou 3 capítulos para acabar mas está quase).


Yoonmin [BTS]Onde histórias criam vida. Descubra agora