Prologo

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Meia hora depois de ficar andando pelas ruas de São Paulo, estaciono em Frente ao bar. Carol, já está do lado de fora e fechando a porta, me olha confusa quando paro ao seu lado.


- Está tudo bem, Clarinha?


- Sim, tudo ótimo.


- Não parece. Seus olhos estão vermelhos, você está agitada... O que aconteceu? - Carol se aproxima e dou um passo para trás.


- Já disse que nada. Pode ir embora, eu vou ficar no bar.


- Mas já fechamos.


- Eu sei! - respondi com rispidez.


- Clarinha, por que você está assim, o que aconteceu?


- Eu já disse: nada!


Carol assente para mim com mágoa pela forma que a trato, mas o que ela esperava? Ela e todos me tratam como criança, cansei disso.


Pego as chaves da sua mão, entro no bar e me tranco, encosto na porta e sinto meu corpo escorregar até o chão. Deito a cabeça sobre os joelhos e choro até sentir que toda a dor e raiva foram embora.


Não sei quanto tempo fico assim, mas me sobressalto quando sinto meus braços serem tocados. Me levanto assustada e com o coração acelerado.


- Calma, Pequena, sou eu. - faço uma careta para o homem a minha frente.


- O que você quer? - pergunto ríspida e ele suspira fazendo seu peito subir e descer.


- Estava preocupado, você saiu...


- Prontinho, já sabe onde estou, agora vai embora - O corto antes dele falar as coisas que estou cansada de escutar.


- Ei, relaxa! Não estou aqui para brigar. - Ele levanta as mãos em sinal de rendição.


O olho com raiva, eu poderia dizer que estou brava porque ele e minha irmã traíram minha confiança, mas a verdade é que estou morrendo de ciúmes, vê-lo a abraçando me deixou frustrada e puta da vida.


- Eu quero ficar sozinha, Matt! Vá embora. - Passo por ele indo para o balcão e pego um copo, uma garrafa de Martine e cerejas. Odeio beber, principalmente essas bebidas fortes, mas a ocasião pede.


- O que você pensa que está fazendo? - Matt se aproxima e tenta tirar a garrafa da minha mão.


- Olha aqui, Mateus, eu sou a dona desse bar, sou maior de idade e não te devo satisfações então por gentileza sai da minha frente.


Ele me encara de olhos arregalados, o que deu em mim? Não sou assim. Droga de ciúmes, mas bem feito para o bonitão aqui, ele me provocou, eu estava quieta chorando minhas pitangas e lá vem ele bancar o herói, então que ature meus chiliques.


- Qual é o seu problema? - Ele pergunta me puxando para encará-lo e sinto uma corrente elétrica passando pelo meu corpo. É como se um imã me puxasse ao seu encontro.


- Você é o meu problema - Falo sem pensar.


- Pequena...


Ele sussurra e me olha com intensidade. Deus! Como amo esse idiota, por que ele não pode me corresponder, porquê?


Ele usa uma de suas mãos para acariciar meu rosto, onde uma lágrima desliza.


- Você é tão linda!


- Então por que você não olha para mim? - Fecho os olhos para sentir a sensação do seu toque.


- Eu olho, você é minha irmãzinha.

Sedução - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora