Capítulo 5 - Erros

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Meu erro foi achar que, de alguma forma, os cortes fossem me ajudar, mas eles simplesmente viraram um vício, passaram apenas a ferir minha alma e não mais sarar meus sentimentos.

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Antes - 18/08/2009 -
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Tudo aquilo que eu estava passando me tornou alguém totalmente diferente do que eu já fui um dia, já não conseguia mais sorrir como antes e quando tentava, nem chegava a ser um sorriso verdadeiro, daqueles que eu dava quando via minha mãe sorrir.

Terça-Feira - 2:18 da Manhã -

Havia acabado de acordar, estava cansado de tanto chorar e de sentir aquela dor, era tarde, porém, conseguia ouvir Mary na cozinha preparando algo .
Mary gostava de cozinhar quando estava triste/magoada.

levantei da cama evitando o máximo de barulho possível, fui até minha cômoda que tinha uma aparência antiga, a cor era marrom escuro e parecia que a qualquer momento, ela iria desabar.
Abri a última gaveta, retirei uma caixinha que guardava no fim da gaveta e fechei a mesma.
Retirei da caixinha 3 pacotinhos de Gillette que havia guardado para momentos como esses.
Abri um dos pacotes e guardei os demais dentro da caixa.
Guardei a caixa novamente dento da gaveta e fui direto para o banheiro com a Gillette.

Entrei e tranquei a porta, sentei-me no sanitário e comecei cortes rasos e curtos, depois continuei com cortes cada vez mais profundos e longos.
Eu não sentia dor nenhuma com os cortes, eles aliviavam-me, as vezes não existiam mais dores na alma pela perda de minha mãe, porém, eu estava me destruindo de uma forma que eu nunca chegaria a imaginar.

Ouvi o típico ranger das escadas e o barulho da porta de meu quarto.

- Josh ?

Sim, Mary ? - Disse segurando o choro que estava por vir. -

Ouvir a voz de Mary era reconfortante e de certa forma me acalmava, como isso poderia ser possível ?

- Está tudo bem ?

- Sim, Mary, Porque? Oque você quer ? - disse acidentalmente com um tom de arrogância -

Ouvi a porta do quarto fechar e sons de passos no corredor

Abri a porta do banheiro e conferi se Mary realmente havia saído do quarto, depois de ver que sim, fechei a porta e voltei ao que estava fazendo.

Depois de alguns minutos - Aproximadamente 3 -, voltei a ouvir barulhos no corredor e minha porta abrir.
Ouvi passos no quarto até que a porta do banheiro se abriu..

- M-mas...

- JOSH!

- Como??! - Disse em tom de desespero, Mary estava vendo oque eu fiz, Porque isso tinha de acontecer?! -

Mary me pegou pelo braço e me puxou para fora do quarto e me lançou em cima da cama.

- Oque você acha que está fazendo? Qual é o seu problema ?

- Mary, Me desculpa..

- Você não tem que pedir desculpas pra mim, sua mãe deve estar simplesmente se revirando no túmulo.
- Já parou pra pensar em como ela ficaria se ela visse seus braços Josh? Imagino que não

-M-Mary...

Mary não esperou eu terminar, deu-me as costas e saiu do quarto batendo a porta.

Peguei novamente a caixa da gaveta e joguei fora todo conteúdo dentro dela.
Fui ao banheiro e fiz uma limpeza em todos cortes, me deitei e sem perceber, peguei no sono.

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