Trilogia Fatal - Livro 1 ( COMPLETO)

Capítulo 22

Naquela tarde, estava chovendo, o dia parecia triste, não sabia dizer se era eu ou se era o tempo. Estava esparramada sobre o grande sofá, quando meu celular começou a vibrar, era uma mensagem de Kate. "querida Colleen, voltarei sábado pela tarde, estou indo para nova York". Beijos." - sorri enquanto acabava de ler e então a respondi. ''se divirta. Beijos". - Estava distraída enquanto lia, e através da minha visão periférica consegui ver Evan parado a minha frente.

- Colleen, desculpe te interromper, só estou avisando que eu vou sair e não tenho hora pra voltar, okay?

– Tudo bem Evan. - e ele então deixou a suíte, liguei a TV para poder passar o tempo, ouvi batidas na porta, devia ser Evan, mas ele tinha a chave. Estranho quem poderia ser? Quando abri a porta tive uma surpresa.

– Daniel! O que faz aqui? Eu pensei que você iria me ligar.

– Vim lhe fazer uma visitinha. - disse ele me entregando um buquê de flores.

– Não precisava Daniel. - o cheiro das rosas invadiram o ar. – Entre! - ele entrou na suíte.

– Não tem ninguém aqui? – disse Daniel olhando o lugar.

– Não, exceto pela empregada. - sorri e Daniel se sentou ao sofá.

– Você está melhor? – Daniel voltou a falar.

– Sim, estou! - sorri.

– Você gostou das flores?

– Sim, são lindas. - coloquei as sobre o meu colo, - Eu vou colocá-las em meu quarto.

– Tudo bem! - ele sorriu.

– Venha, eu vou colocá-las em um vaso. - caminhamos até a cozinha, - Você está com fome? – voltei a perguntar.

– Não, acabei de jantar.

– Ah sim, você vai voltar para o hospital ainda hoje?

– Não, só amanhã pela manhã.

– Teve um dia cansativo? – perguntei enquanto pegava um jarro dentro do armário.

– Não, somente um pequeno susto.

– Como assim? - perguntei enquanto colocava as flores dentro do jarro.

– O paciente teve três paradas cardíacas e mesmo assim conseguiu sobreviver. Foi um milagre!

 – Foi mesmo, alguém deve estar olhando por ele.

– Devia mesmo, mas ele ainda está em estado de observação. Amanhã de manhã, eu vou examiná-lo.

– Tomara que tudo ocorra bem! – sorri.

– Espero que sim.

– Você me espera um segundo, eu vou levá-las até o quarto.

– Sem problema, eu te espero lá na sala, tudo bem?

– Tudo bem. – eu falei ainda com um sorriso estampado no meu rosto.

Andei até o quarto e coloquei o jarro com as flores sobre a cabeceira, o cheiro delas era doce. Quando cheguei à sala, Daniel estava sentando no sofá e parecia perdido em pensamentos, apesar da TV estar ligada.

– Oi de volta. – Ele falou.

– Oi, e ai o que você está vendo? – eu perguntei.

– Nada, nem estava prestando atenção na TV, não curto muito televisão. - ele disse sorrindo, eu me sentei ao lado dele.

– Nem um filminho?

– São os piores! – ele bufou.

– Não. Você não gosta de filme? – eu não conseguia acreditar naquilo.

– Sim, mas não gosto muito de ver, prefiro livros. - ele pegou o livro que eu estava lendo. – Oh, olha o que temos aqui! - ele balançou o livro em sua mãos. - Jane Eyre, um clássico! - Ele me olhou com seus olhos azuis brilhantes, perdi o ar.

– É meu favorito, eu leio ele sempre que possível. Você já leu esse livro?

– Sim, mas é de longe meu favorito. – ele deu uma pequena risada.

Passei a tarde inteira conversando com Daniel sobre os mais diversos assuntos. Ele estava bastante curioso sobre mim, mas eu não podia dar muita informação para ele. Ele era um cara legal, era eu que não era. Até que chegamos em um determinado assunto.

– E então o que aconteceu ontem? – Daniel perguntou.

– Nada, é que eu saí de um relacionamento complicado não tem muito tempo. – eu disse fitando minhas mãos e voltei a falar. - Aquilo ontem me assustou um pouco. Mas estou melhor.

– Então não está querendo nada sério? – Daniel arqueou uma das sobrancelhas.

– Não, não é isso. – eu ri um pouco.

– Está confusa?

– Um pouco, mas isso não é problema. – eu dei de ombros.

– Então acho que é melhor eu ir. – Daniel se levantou do sofá, mas eu o detive segurando pelo seu braço.

– Não, não vá. – eu disse o encarando. – Eu gosto de conversar com você.

– Então aquele beijo de ontem não significou nada? – Daniel sentou de novo ao meu lado.

– Claro que significou, foi de repente, mas foi legal. Eu quero te conhecer melhor primeiro. – eu o acalmei.

– Então acho que posso ficar mais um pouco e ver onde nossa conversa vai dar. – Daniel sorriu e eu dei um beijo de leve nele.

- Claro, assim que não estiver mais gostando da conversa pode ir embora. - eu falei em tom de brincadeira.

- Engraçadinha. - Daniel fez careta. - Então você gosta de conversar comigo? - ele me pegou desprevenida novamente.

- S - Sim, faz tempo que não converso assim com alguém e as coisas têm ficado complicadas ultimamente. - eu voltei a olhar pra ele e ele parecia interessado na minha conversa.

- Como o que? - Daniel ficou confuso.

- Ah é muito complicado esse assunto, não quero te colocar no meio. - apesar de Daniel ser o " assunto complicado", tinha que inventar algo. Mas me senti ainda pior por falar aquilo.

- Ah Colleen, vai dar tudo certo. - Daniel tentou me tranquilizar, passou os braços ao redor de mim e me abraçou. Assim parecia que nada daria errado.