Trilogia Fatal - Livro 1 ( COMPLETO)

Capítulo 78

Greg parecia perdido em pensamentos, enquanto contempla a vista pela janela, ele então começou a falar:

– Há exatamente 24 anos atrás, eu conheci uma mulher, que se chamava Raven Carmem Hilton...

– Minha mãe! Como você a conheceu? - eu o interrompi, como diabos ele conhecia a minha mãe?

– Deixe me continuar. - Ele me olhou com o cenho franzido e a feição dura.

– Desculpa. – fiquei sem graça.

– Como eu vinha dizendo, conheci essa mulher, morena alta de cabelos encaracolados e de olhos cor de mel. Ela era muito bonita, o sorriso dela então... Nem se fala. Eu comecei a gostar muito dela, começamos a sair e então começamos a namorar. Tivemos um pequeno caso de amor, como aqueles de verão. Eu tive que terminar o namoro com ela, pois tinha os negócios a resolver, mas decidi manter contato com ela. Foi aí que depois de um ano, eu recebi uma carta dela, com essa foto. - Greg tirou do bolso de seu casaco uma foto e me entregou. Era a minha mãe abraçada a um pequeno bebê, que estava dando risada na foto. Eu fiquei em choque.

– Não! Não é possível! Você não pode ser meu pai! - Eu coloquei minhas mãos no meu rosto, - Não é possível! Isso é mentira! Pare com isso! – eu comecei a gritar com ele.

– Eu não estou brincando Colleen. – ele me encarou sério.

– Então porque você não foi atrás de mim antes? – eu o olhei com tensão no olhar.

 – Na carta sua mãe disse, pra eu não procurá-la mais, por que ela havia se casado e estava feliz, mas ela me disse que o bebê era meu. Eu fui atrás dela, mas ela havia se mudado. Soube anos mais tarde que ela estava vivendo em Los Angeles. Fui novamente a sua procura, mas quando cheguei a casa dela, me disseram que ela havia viajado. Anos depois eu fui atrás de você de novo, daí descobri que ela havia sido assassinada e que você foi morar com sua tia, mas não me falaram onde sua tia morava. Senti que tinha perdido de vez a esperança de te encontrar. –ele me encarou com os lábios apertados e o cenho um pouco franzido. Mas eu continuava atônita, não conseguia acreditar no que ele havia me dito.

– Então minha vida inteira foi uma mentira! Eu cresci pensando que meu pai tinha me abandonado, quando o verdadeiro estava atrás de mim! Eu não consigo acreditar nisso! Desculpe-me. – eu fiquei de pé.

– Está tudo bem. Vou te dar o tempo que precisar. – ele disse calmo.

– Como você sabe que sou mesmo sua filha? Como você tem tanta certeza assim? – eu disse com os braços cruzados.

– Sua mãe me disse seu nome. Na hora que Evan me contou sobre você, eu quase tive um troço!

– Então depois de todo esse tempo que eu estava aqui, você só foi descobri sobre mim agora?

– Sim! É Jeff que toma conta das coisas por aqui! Se você não fosse presa, talvez eu nunca fosse ouvir falar de você.

– Talvez fosse sim!

– Por quê?

– Por que eu não deixaria o senhor fazer mal algum a Daniel.

– Você está falando do médico? - Greg ficou espantado.

– Sim! Dr. Wright Coleman! Ele mesmo. – eu o encarei séria.

– Você se apaixonou por ele? – ele continuou confuso.

– Sim! A gente estava indo super bem e daí aconteceu todas essas coisas, ele terminou comigo e foi embora. E agora eu estou sofrendo. - eu chorei de novo.

– Não consigo acreditar! Você se envolveu com o filho do meu inimigo.

– Mas Daniel não tem nada a ver com isso! – eu gritei de novo.

– Querida, eu não sabia! – Greg tentou me confortar. Mas nervosa demais, eu me desfiz de seus braços.

– Eu não aguento mais sofrer! Eu estou ficando louca! Eu fui presa, meu pai não é meu pai de verdade, e você chega falando que é meu verdadeiro pai! Eu não consigo! Desculpa-me! - Eu saí correndo pra fora do quarto de Evan.

 – Ei, Colleen o que aconteceu? - Evan perguntou.

– Como se você já não soubesse! – eu o empurrei e fui pro meu quarto. Eu tranquei a porta e me joguei na cama e me desabei em lágrimas. Nunca me senti tão perdida como estava me sentindo agora. Como eu nunca desconfiei sobre isso, como minha mãe conseguiu fingir tão bem essa história? Será que foi por isso que papai fugiu? Será que foi por isso que ele estava vindo atrás de mim? Oh meu Deus! Oh meu Deus, o que vou fazer. Ouvi o barulho do meu celular tocando, eu peguei ele dentro do bolso da minha blusa.

 – Oi! – eu falei irritada.

– Colleen! - Era Daniel, eu me ajeitei na cama.

– Daniel! Daniel eu pensei que você não fosse me ligar novamente. – eu falei rápido demais.

– Mas eu te disse que iria. Você está bem? Parece que você estava chorando.

– Não! Eu estou bem! – eu passei a mão pelo rosto, tirando o resto das lágrimas.

– Colleen... – Daniel sabia que eu estava mentindo.

– Okay, Daniel, As coisas não estão bem! Parece que estou em uma montanha-russa! - Eu me desabei em lágrimas de novo. - Eu não estou entendo mais nada! Ajuda-me Daniel! – chorei.

– Colleen o que anda acontecendo, me explique!

– É uma história muito complicada, nem sei como começar. – fiquei perdida.

– Tente. – ele falou devagar, mas então eu ouvi alguém batendo na porta.

– Colleen, por favor, abra a porta. – gritou Greg, do outro lado da porta.

– Não quero conversar com ninguém! – eu gritei de volta.

– Colleen o que está havendo? - Perguntou Daniel ao telefone.

– Eu vou ter que desligar! Tchau! - Eu desliguei o celular e andei até a porta, - O que você quer Greg! – eu falei ainda com a porta fechada.

– Eu preciso falar algo há você. - ele me respondeu e então eu abri a porta.

– O que quer falar? – olhei pra ele com a cara fechada.

– Que eu não tive culpa, eu fiz de tudo para encontrá-la, filha. – ele disse calmo, uma lágrima escorreu pelo rosto de Greg, nunca imaginei que fosse ver isso. Sem pensar, eu o abracei e chorei.

– Desculpa-me! Mas isso é tão estranho! Desculpa-me! - eu voltei a encará-lo, - Eu só preciso de tempo! Eu preciso colocar a cabeça no lugar!

– Está tudo bem querida te darei o tempo que precisar.

– Obrigada. - eu voltei novamente para o quarto.