Nerve》Camren version.

First Dare

Após me cadastrar com todos os meus dados, uma página se abre, mostrando todos os desafios possíveis. Nas regras estão dizendo que os primeiros 2 desafios não recebem nenhum tipo de prêmio.

Abro a aba de desafios e vejo 3 categorias: Fácil, Médio e Difícil.

Olho para meu relógio e percebo que era para eu estar na aula de Matemática. A aula já começou faz 10 minutos, agora não adianta mais eu tentar entrar.

Abro a categoria "Fácil", não quero nada muito desafiador. Passo os olhos pelos desafios, nenhum é muito perigoso. A maioria pede por algo vergonhoso.

Me deparo com um desafio. "Vá para a escola só de biquíni". Nem pensar, imagina a vergonha?

Vou passando os olhos pelos desafios, até que vejo um que não é tão difícil.

"Vá para a cantina de seu Colégio e jogue um balde d'água na sua cabeça. Após feito isso, grite "Eu estou tão molhadinha!"

Filme com uma câmera de 1080p e em um lugar claro, onde dê para ver o desafio com clareza."

É desafiador, claro. Eu irei ser zoada por isso pela eternidade, mas eu aceito.

"Escolha um dos desafios e faça uma gravação ao vivo pelo Nerve." Está escrito no canto da tela.

Saio andando do banheiro e vou até a sala da professora de Matemática. Bato duas vezes na porta e entro, procurando por Ally, minha irmã.

- Ally? Pode vir aqui um pouco?

- Senhorita Cabello, por que não está na sala de aula? -a professora me dá um olhar desafiador.

- É... Problemas de Garota, sabe?

- Ah... Se for assim, tudo bem. - ela volta a escrever na lousa.

Ally levanta e, silenciosamente, vem andando até o lado de fora da sala, fechando a porta em seguida.

- O que aconteceu? Tá menstruada? Pensei que você tinha idade o suficiente pra se limpar sozinha...

- Engraçadinha. Isso foi só uma desculpa, eu preciso da sua ajuda para uma coisa.

- E o que seria?- pergunta a menor.

- Já ouviu falar daquele jogo? Nerve?

- Sim, mas... Não me diga que você vai jogar isso!

- Sim e eu preciso da sua ajuda, não é nada de mais, é um desafio sem graça. É que eu estou cansada de não ser invisível, quero ser notada pelo menos uma vez na vida.

- Ah Mila... - a loira faz uma cara triste - Você não e invisível... Eu te amo, você sabe né? Ok, eu te ajudo.

Sorrio, enquanto abraço Ally. "Também te amo Allycat!" susurro.

- Mas então, que desafio é esse afinal?

- Jogar um balde d'água na minha cabeça no meio do intervalo e gritar "Eu estou tão molhadinha!"

- Mentira! - Ally começa a gargalhar sem parar - Isso vai ser tão hilário!

- Bom, pelo menos as pessoas vão me notar... Enfim, eu preciso que você grave para mim. - entrego meu celular para ela. - Já vai bater o sinal, você tem que filmar em um lugar claro e que dê para me ver perfeitamente, se não o desafio não conta.

- Tudo bem. - a loira pega o celular. - Te encontro lá então?

- Com certeza. - me despeço dela e a vejo andando de volta para a sala.

...

O sinal acaba de bater. Chegou a hora. Se você sentisse as batidas do meu coração, iria parecer uma martelada de tão nervosa que estou.

Pego o balde de limpeza que tinha achado na área da faxina e encho ele d'água. Vou carregando-o com dificuldade até a cantina, que aliás está lotada.

Vejo Shawn vindo em minha direção.

- Para que o balde? - ele pergunta.

- Você vai ver... - digo, e vou andando até o Centro da cantina. Logo avisto Ally, no cantinho, com o celular apontando para mim.

Sinto minhas pernas bambearem, meu Deus eu não acredito que irei fazer isso. Vejo Ally fazer um "Jóia" com a mão, enquanto fita a tela do celular.

- É agora! - penso.

Levanto o balde até a cabeça e o giro, lentamente, sentindo a água gelada descer por minha cabeça.

Vou girando o balde cada vez mais e ele vai se esvaziando, até não sobrar mais nada. Meu corpo começa a tremer e percebo que todos pararam o que estavam fazendo e olharam para mim.

Estava quase saindo correndo da cantina quando lembrei que tenho que cumprir o resto do desafio.

"Est..." digo, mas estou tão nervosa que a voz não sai direito.

"Eu estou tão molhadinha!" grito, tremendo de frio, até que olho para baixo.

Percebo que minha blusa é branca e o sutiã que estou usando é fino e leve. "Fodeu!", penso.

As pontas dos meus seios estão marcadas sobre a camisa, por causa da água que acabei de jogar sobre meu corpo.

Olho para frente, aterrorizada, e vejo a reação das pessoas. A maioria das pessoas estão rindo, algumas estão com cara de surpresas, enquanto outras estão achando isso patético. Olho para Dinah, que acabou de entrar no Pátio.

A avisto de longe e vejo que ela disse alguma coisa, que não escutei, mas lí seus lábios e percebo que formou um "Mas que porra é essa?".

Olhando para a multidão, avisto alguns garotos tirando fotos, e uma garota me chamando de vadia.

Saio correndo da Cantina e vou direto para o banheiro, pegando a toalha e vestindo a muda de roupas que deixei em cima da pia.

Logo Dinah entra, enquanto estou de calcinha e sutiã.

- O que foi aquilo? Você está bem?

- Estou... Não, não estou! Acabei de passar o maior mico da minha vida.

- Alguém jogou água em você? - a loira pergunta, enquanto me observa secar o corpo.

- Não, eu... Eu fiz uns desafio no Nerve.

- Está brincando? - diz Dinah. - Eu não acredito nisso... Você? Por que?

- Você quer saber por que? Tá bom Dinah, eu te digo o porquê. Estou cansada de ser sua sombra, quero que as pessoas olhem para mim, que saibam meu nome, que saibam que eu existo! -grito, sentindo meus olhos se encherem d'água.

- Ah Mila... - vejo que os olhos dela se encheram d'água também. - Eu não sabia que você se sentia assim! - Dinah se aproxima e me abraça, se chocando com minha pele molhada e fria. - Me desculpa!

A abraço de volta, ela é incrivelmente perfeita. Não consigo ficar com raiva dela, afinal, ela é minha melhor amiga.

- Não precisa pedir desculpas, você não fez nada de errado. Eu exagerei, estou bem sério. - sorrio, enquanto desfaço o abraço. - Te amo. Obrigada por tudo.

Dinah sorrí de volta e ouço a porta se abrir.

- Meu Jesus Cristinho, o que foi aquilo! - diz Ally, me entregando o celular, logo após entrar no banheiro. - Eu filmei tudo no Nerve.

Pego o celular e abro o vídeo. Lá está eu, no meio do pátio, parecendo um fantasma de tão branca e assustada. Me observo levantar o balde e jogar a água sobre mim. E lá estão meus peitos, super marcados.

- Isso não está acontecendo! - digo, passando a mão pelo meu cabelo. - Por que eu fui inventar de fazer essa droga?

Percebo que o vídeo já tem um comentário. Sem pensar duas vezes, clico na notificação.

LaurenJ: Belos peitos!