Capítulo 27- Não seja virgem de amor, moça.

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Já reparou quantas pessoas contam vitoriosamente quantas vezes fizeram sexo por semana? Nunca ouvi as pessoas dizerem gloriosamente quantas vezes fizeram alguém sorrir, chorar de felicidade ou quantas vezes foi ao cinema, apenas porque queria ir. Isso me indigna. Me causa náuseas.
E então aí que eu te pergunto do que adianta fazer sexo se você continua virgem de amor?

Chegando na casa dos meus pais mandei uma mensagem para o Dagner avisando aonde eu estava, se querem saber eu não contei oque estava acontecendo com a minha mãe e ele já queria vir, se ele soubesse já estaria aqui.
Não me julguem e só porque os problemas são meus, não dele. Tá podem julgar.
Mas é que ele não e obrigado a passar por isso, eu sou.
Não preciso dizer como a minha tia ficou ao ver eu e o Rick juntos, ela não parava de chorar e dizer que "era como nos velhos tempos" depois dela nos fazer um interrogatório nos reunimos todos a mesa para jantar meu pai havia pedido pizza pois sabia que eu e o Rick amávamos e prometeu que amanhã quando a gente voltar do hospital iremos andar a cavalo como fazíamos antes da mamãe ficar doente.. Todo domingo o meu pai levava eu e o Rick para andar a cavalo e acampar com eles em frente a praia para ver o pôr do sol..
As vezes me sinto egoísta por ter largado isso aqui, as vezes me recordo dos momentos e percebo que eu era tão feliz e não sabia, eu nem precisava de dinheiro só precisava da minha família e um dia inteirinho com eles.

Depois do jantar fomos dormir cedo, pois amanhã seria o dia de buscar a minha mãe e sairíamos bem cedo já que o hospital fica a algumas horas daqui.

Acordei antes que o celular pudesse despertar me avisando, fui para o banheiro é fiz a minha higiene, meu pai já estava acordado colocando a mesa do café.

- Está acordado, pai? - eu pergunto dando um beijo em sua bochecha
- Toda vez que tenho que buscar a sua mãe no hospital coloco o despertador duas horas antes, gosto de preparar tudo para ela. - ele disse orgulhoso terminando de por as últimas vasilhas na mesa
- Mamãe, sente orgulho de você pai, posso ver em seus olhos. - eu disse o olhando orgulhosa e fui chamar o Rick para tomar café, não queria me atrasar pois hoje seria um grande dia.

Estamos à caminho do hospital e meu pai não consegue conter a sua cara de felicidade a cada coisa que o Rick diz ele gargalha por mas idiota que seja, ele estava feliz e eu estava feliz em vê-lo feliz.
Foi muito feliz junto né? Ah, mas feliz e bom! 💗

- Quero comer bolacha de vaquinha. - eu disse pensando alto

- Biscoito. - o Rick disse revirando os olhos para mim

- Bolacha. - eu disse teimando com ele

Sim. Estávamos discutindo sobre o biscoito. Eu não desisto fácil, queridinho.

- Ok. Bolacha. - ele disse se rendendo

- Isso não muda nunca. - meu pai disse sorrindo

- Pai se estiver cansado eu dirijo. - eu disse sorrindo mesmo sabendo que ele dirá não.

Meu pai diz que se um dia eu for dirigir será como a ambulância do GTA mata 50 vidas para salvar uma. Aí que exagero.

Chegamos ao hospital e acho que não preciso descrever o local para vocês não é?
Branco. Frio.
Me sentei em uma das cadeiras do hospital e encostei minha cabeça na parede fria e suspirei.
Aqui estou eu, de novo.

- Família da Sangernão? - um homem de branco com uma prancheta na mão caminhou até nos

Meu pai se levantou rapidamente em direção ao doutor

- Tem novidades, doutor? Já posso busca-la? - meu pai perguntou ansioso secando as lágrimas que insistiam em cair com a ponta do casaco

- Ela quase perfurou a aveia do coração. Tivemos que dar analgésicos muito fortes por conta da cirurgia ser de alto risco. Por sorte não tivemos complicações com a cirurgia..- depois disso eu já não conseguia mas ouvir nada

Apenas suspirei e sorri

Eu só quero agradecer

Obrigada Jesus, ela está bem.

- Posso vê-la? - perguntei

- Claro. - o doutor disse me dando um sorriso

O doutor fez sinal para que eu o seguisse então o segui. Esse ar de hospital me põe para baixo. Passamos por vários corredores e quartos até para em frente à um, 602.
Ele sorriu para mim acenando para a porta a abriu e eu entrei.

A cena a minha frente fez o meu coração despedaçar ela estava viva, não bem.

Mesmo o médico insistindo que ela estava bem eu e a sua família sabia que ela não estava. Sua pele estava pálida e sem vida, seus lábios roxos e ressecados e a sua bochecha não havia mas cor não tinha mas aquele coradinho que eu tanto amava, até as suas leves covinhas sumiram.

Levamos a minha mãe para casa a viajem toda ela passou com o rosto para fora da janela cada avião que passava ela gritava e acenava amostrando ao meu pai, tudo era novo para ela, ela parecia uma criança que acabou de ver o mundo pela primeira vez e de certa forma, ela era.

Chegamos em casa e tudo estava pronto para ela havia um banquete a esperando, todos reunidos a mesa só para vê-la até o... O Dagner estava lá.
Fui até ele sem disfarçar o meu espanto por vê-lo aqui

- Oque faz aqui? - eu disse sussurrando

- Maia, entenda que estar lá quando uma pessoa precisa é tudo oque um relacionamento e. Não tire esse direito de mim e o meu dever estar ao seu lado quando as coisas começarem a ficar ruins. Me dê licença. - Antes que eu pudesse responder ele saiu, virou as costas e foi em direção a minha mãe deu um beijo em sua bochecha e foi conversar com o meu pai.

Ok. Na hora de dormir conversamos, bonitinho.

Minha mãe conseguiu conversar com todos o jantar inteiro e aquilo foi maravilhoso, ela parecia finalmente estar feliz e aquilo era um alivio para mim.

Todos já haviam ido embora então fui ajudar meu pai a por a minha mãe para dormir enquanto o Rick e o Dagner limpavam a cozinha é recolhiam a mesa.

- Ela parece feliz. - eu disse sorrindo para o meu pai enquanto observava a minha mãe deitada a cama

- Espero que ela esteja. - ele disse sorrindo esperançoso

- Ela está. - eu disse o abraçando e lhe dando um beijo na testa

- Tenha uma boa noite papai, não esqueça de orar. - eu disse sorrindo

- Tenha uma boa noite meu amor, dorme com Deus e não esquece de orar. - sorri e fui para a cozinha o Dagner e o Rick estavam conversando.

Que lindos. Odiaria atrapalhar mas...

- RIIIIIIICK! - gritei

- Sua louca de porpurina, se drogou de pozinho mágico da Tinker Bell? Quase morri. - ele disse colocando a mão no peito fingindo um desmaio

Revirei os olhos

- Sai. - eu disse fazendo biquinho

- Eu já entendi, os pombinhos precisam repor as idéias. Tô saindo. - ele disse sorrindo e dando um tapa na minha bunda

Enfim sós.

- Você.. - eu disse mas antes de terminar

- Não, sem você dessa vez. Sem teimosia. Sem da uma de durona. Não pode decidir tudo sozinha, Maia. - ele disse firme

- Porque não? Você não merece passar por isso! - eu disse

- Para! - ele falou firme novamente

- Não, você não merece Dagner. Não merece. - eu disse quase soluçando

- Para! Para! PARA MAIA! - ele gritou me assustando

- Porque está gritando comigo? - tentei falar normal mas saiu como um sussurro

- Porque e isso que a gente faz, Maia. E isso oque a gente e obrigado a fazer quando se importa.. quando se importa com alguém que se ama e esse alguém age feito um idiota. - ele disse firme e saiu

Legal. Ele tá com raiva.

E agora que eu peço desculpas?

Desapega, Julieta.Onde histórias criam vida. Descubra agora