Capítulo 24- Bem me quero.

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Eu quero um amor para rir de doer a barriga.
Quero rir por mais constrangedora que seja a minha risada misturada com a dele, quero rir sem me importar com a altura da minha gargalhada, quero rir sem me importar com os olhares virados para nós comentando sobre o quão idiotas nós somos, oque não será mentira, pois somos.
Mas o problema é que a gente vai crescendo e vai percebendo que sonhos serão sempre sonhos, que príncipes não existem, que 15 anos não muda nada e ser adulto não e legal.
Não somos mas crianças e podemos enxergar a vida como ela é. Fria. Somos jovens demais para nós iludir com o final feliz, precisamos parar de levar choques e aceitar que a nossa realidade é essa, e só. Mas acima de tudo o seu amor por você deve passar por tudo isso intacto, amor próprio sustenta.
Agora repete comigo: bem me quero.♥

- Prazer Maia. - ela disse apertando firme a minha mão se vira e sai andando.
Cruzo os braços e a sigo até a sala da casa assim que ela abre a porta um senhor de cabelos grisalhos vestindo um terno vem a minha direção e ao contrário dela, ele me nota e estende a mão para mim.
- Me chamo Felício e você deve ser a? - Ele pergunta sorrindo como se já nós conhecêssemos
- Me chamo Maia senhor, prazer. - Digo apertando a mão dele

Uma moça vestida com um traje branco anuncia o jantar é pede para que possamos ir até a mesa.
Havia um casal sentando a mesa e pela aparência pude perceber que era a irmã do Dagner muito sorridente ela acena para mim
- Deixa eu ver, Maia acertei? O Dagner vive falando de você para mim no celular - ela perguntou se levantado da cadeira e vindo a minha direção e o Dagner a repreende com o olhar.
Ela era bonita, alta, olhos azuis e estava usando um vestido longo bege oque a deixou ainda mas bonita, logo em seguida o rapaz que a acompanhava a mesa me cumprimentou muito educado, pude perceber pelo jeito que ele a olhava que estavam juntos.
Me sentei a mesa ao lado do Dagner e pude notar que a mãe dele não parava de me olhar, me deixava constrangida o fato dela me odiar sem ao menos me conhecer.
A sala de jantar foi tomada pelo silêncio até que uma senhora sorridente entrou para servir o jantar é desejar "bom apetite" confesso, não sabia oque era aquilo no meu prato parecia comida chinesa ou japonesa oque eu confesso, não saber a diferença não é desfeita, mas eu tô acostumada com arroz e feijão.
Ela colocou dois pratos a mesa um parecia sopa e o outro siri ou coisa do tipo, tinham duas rodelas verdes enroladas em algo parecido com arroz e pude perceber que era sushi eu já havia visto um desses em comercias de comida chinesa, então peguei a colher e decidi tomar a sopa primeiro. Pelo menos a sopa eu sabia como tomar.
Sou uma anta que não sabe comer.
Deveria ter aceitado as aulas grátis do meu tio sobre gastronomia e culinária.
O pior é que quando a moça sorridente serviu os pratos a minha feição me entregou, mas rapidamente me recuperei sorrindo como se soubesse oque estava fazendo e comecei a tomar a sopa com cor de água suja.
O gosto era horrível.
Ouvi uma risada irônica da mãe do Dagner e ele segurou a minha mão sorrindo.
- Amor isso e água para lavar os talheres. - ele disse segurando a minha mão.
Não. Não. Não. Minha cara queimava. Que ódio. Sorri sem graça disfarçando e pude a ouvir rir.

- Então senhorita... Hum..Como é mesmo o seu nome? - ela falou fazendo movimentos com as mãos fingindo tentar lembrar o meu nome
- Maia. - respondi mexendo nos talheres
- Oque você faz da vida? - ela perguntou franzindo a testa e colocando uma daquelas coisas que eu não sabia comer na boca
- Faço faculdade de literatura na Holliday - eu disse firme
- Achei que já havia terminado. Trabalha? - ela disse me olhando
- Trabalhou muito para estar em Boston -  o Dagner disse antes que eu pudesse responder, seu rosto estava sério e mesmo que falasse com ela ele não a olhava.
- Bom. - ela sussurrou como se eu não pudesse ouvir
- Como anda a construtora, Dagner? Não ando recebendo notícias suas de lá. - ela perguntou firme colocando uma daquelas coisas verdes na boca.
Construtora? Não sabia dessa. O olhei esperando alguma resposta é ele ficou em silêncio alguns minutos bebeu um gole de água e falou:
- Os negócios estão ótimos, tive uma reunião com os acionistas ontem e eles aceitaram o meu negócio de primeira. - ele disse
- Que bom, não sei porque insiste em ser professor se é dono de uma construtora famosa - ela disse o olhando
- Eu amo a minha profissão, mãe. - ele disse a olhando firme colocando os talheres a mesa e parando de comer, ela apenas o olhou e voltou a olhar para mim se levantou da cadeira, ajeitou o seu vestido e saiu sem falar nada.
- Não ligue para ela, filho. Você conhece a sua mãe. - disse o pai do Dagner para ele com o olhar calmo, ele conhece a esposa que tem. Só não entendi como ele se casou com ela.
Depois que ela saiu da mesa o jantar foi maravilhoso, Kate a irmã do Dagner me contou os planos para o futuro é conversamos sobre muitas coisas já que ela já fez muitos cursos e trabalhou fora do país.
Ela me explicou sobre a construtora que era do seu pai e agora havia passado para o Dagner gerenciar disse que ele faz é sempre fez um ótimo trabalho ali. Eu só não entendi porque ele ainda continuava sendo professor. Não estou o diminuindo longe de mim, mas se ele podia escolher o melhor, porque não escolheu? Porque ele só não ficou na sua empresa dentro de uma sala chique com ar condicionado ao invés de aturar alunos?

Deus é bom e estávamos indo deitar. Minha cabeça estava doendo e eu só queria dormir por umas hora. Decido não tocar no assunto da empresa para não causar brigas e fomos deitar.

Acordo com uma dor de cabeça insuportável como se alguém tivesse batido em mim, minha barriga doía como se estivessem a espetando com agulhas. Que agonia. Peguei o meu celular que estava em algum lugar no meio das cobertas, 4h da manhã.
Levanto com a mão contra a barriga a apertando e vou em direção a cozinha para preparar um copo de leite.
Foram quase meia hora para chegar na cozinha, porque casa de rico tem que ser grande? Depois de duas horas andando consigo achar a cozinha agora será mas meia hora para achar o leite. Tá exagerei. Só um pouquinho.
- Insônia? - A mãe do Dagner perguntou sarcástica.

Não, estou brincando de Zumbi e decidir rondar pela casa as 4h da manhã. Pergunta idiota.

- Pesadelos. - respondi passando por ela com o copo de leite na mão
- Aposto que sonhou com o seu plano falhando, pois estou aqui para arruina-lo. - ela disse me olhando firme
- Do que está falando? Você é louca? - eu disse a encarando e antes que eu pudesse virar as costas para ela a sinto segurar o meu braço, reviro os olhos
- Deixe o meu filho em paz! - ela falou em tom de autoridade ergui minhas sombrancelhas para ela e com um sorriso irônico a respondi
- Se a senhora acha que sou o tipo de garota que desiste fácil do que quer, está enganada. Tenha uma boa noite, sogrinha. - respondi soltando a sua mão dos meus braços e virando as costas para ela a deixando ali sozinha, do jeito que ela deve ficar. 

Desapega, Julieta.Onde histórias criam vida. Descubra agora