Cap. 3 - A Tempestade

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...- O que houve com o vôo dela?-
Eu pergunto.
- Teve umas complicações e perderam o contato com ele, falaram que vão esperar a tempestade passar, e tentar refazer o contato- disse ele um pouco mais calmo.
- Mas estou muito preocupado! - concluiu .
- Ah sim, claro, meu Deus , vai dar tudo certo Max! Qualquer novidade me liga aqui novamente... Hey não vai acontecer nada! Fica tranquilo! - eu disse tentando tranquilizar ele e ao mesmo tempo esconder minhas verdadeiras emoções
- Ok... - ele desliga.
Permaneço com o celular na orelha, incrédulo, agora tudo fazia sentido, meu mal pressentimento...
- Eu não deveria ter deixado ela ir! - me sento na cama e fico olhando para a cortina semi-aberta, frustrado me sentindo impotente, "Não vai adiantar nada eu ficar me culpando, não posso fazer nada, o que me resta é esperar notícias" penso tentando controlar meu desespero.
Passo a noite em branco, ouço o barulho dos meus pais chegando, e logo as primeiras luzes do dia transparecem pela janela do meu quarto, hoje é quarta e eu não estou com vontade alguma de ir na sala, após um tempo meu despertador começa a tocar e eu o desligo, enfio minha cabeça embaixo do travesseiro e quando estou prestes a, enfim, adormecer, meu celular toca novamente, me estremeço e pego ele velozmente achando que fosse o Max com notícias sobre a Ally.
Mas não, encaro a tela do meu celular sem acreditar!
- Hugo?! - leio em voz alta. *Atendo*
- E ai cara?! Estamos te esperando no lugar de sempre ahahaah, não dorme mais que a cama, e vem logo! Se não vamos nos atrasar - ele fala, depois se ouve uma voz no fundo
- Anda logo seu viado, você só sabe dormir! - uma voz feminina, eu reconhecia aquelas vozes
- M-mas ..- antes se quer de eu acabar de falar eles me interropem:
- Nada de mas, estamos te esperando anda logo, se não vier vai ver ahahaah-
"Pupupupu" desligam.
- O que raios foi isso??? - sem entender, e curioso, visto minha outra roupa, jeans, moleton e capuz na cabeça, saio de casa. O tempo não melhorou ainda, continua chovendo, mas eu sempre gostei de sentir as gotas de chuva na minha pele, mesmo que minha mãe sempre me xingasse, primeira oportunidade de andar na chuva que eu tinha eu aproveitava.
"No lugar de sempre... E aonde séria?" penso. Sem rumo, ando ao lado de um pequeno corrego por longos minutos, que acabam se transformando em horas, más não encontro ninguém, me perco em suas águas, que ao decer emitiam uma melodia harmoniosa e relaxante que junto com o barulho da chuva me deixava extasiado, o rio passa no meio de pequeno parque, me apoio às proteções posicionadas nas margens . Repenso na ligação: "Será que estou ficando louco? Talvez tenha sido só um sonho um pouco real demais. Sim, deve ser isso, tô preocupado demais, já tem uns dias que não durmo direito, com certeza é isso...".
Quando levanto a cabeça e olho para o outro lado do rio vejo uma figura feminina, longos cabelos dourados, feições de criança, porém pela altura e pelas suas roupas dava para ver que tinha mais ou menos minha idade, aqueles olhos azuis e profundos, não paravam de me analizar, parecia que ela queria ver minha alma com aquele olhar atento, com tantas coisas na minha cabeça tinha até me esquecido da menina do ónibus. Mas lá estava ela novamente. Decidido a resolver esse mistério, caminho até a ponte para atraversar e encontrá-la, ela acompanha meus movimentos com seus olhos , como se fosse isso mesmo que ela quisesse.
Quando chego perto dela pergunto:
- Quem é você? Te conheço? Porque fica me encarando dessa maneira? - pergunto tentando não ser grosseiro. Ela sorri, com uma expressão um pouco perturbadora, mas que não tirava em nada a sua beleza.
- Você de fato, não me conhece... - diz ela fazendo uma pausa.
- ...Mas eu te conheço muito bem - após dizer isso ela começa a andar para trás, e eu a sigo aquela situação já estava me deixado com raiva, e aquela expressao de deboche em seu rosto só piorava tudo.
- Más como assim? Que espécie de palhaçada é essa? - digo um pouco alterado.
- Quem sabe você ainda não descubra hihihihi - assim que acaba de dizer essas palavras ela se põe a correr velozmente. Não contente com sua resposta, eu vou atrás dela. Ela atraversa o parque inteiro, e aos poucos vou à perdendo de vista, quando começavamos a ficar muito distantes ela parava de correr e ria , parecia que estava se divertindo com aquela situação, e isso estava me irritando. Saímos do parque e corremos mais uns quarteirões até chegar em um prédio, era um lugar um pouco estranho estranho pois possuia umas escadas externas , ela às subiu correndo velozmente e sumiu da minha vista.
Permaneço alguns segundos inerte, avaliando se subir ou não, já que estava ali decido subir, cansado e ofegante de correr muito, subo lentamente
- A menos que essa menina seja um ninja, lá em cima não têm mais pra onde correr - digo conversando comigo mesmo. Em uma fração de segundo penso na Ally : "Assim que eu voltar tenho que ligar para o pai dela". Subo até o topo do prédio, e quando chego até lá fico incrédulo, a menina tinha sumido, mas no lugar dela tinham dois jovens apoiados em uma grade observando o céu e as nuvens de chuva se dissipando, eles estavam sorrindo e conversando, o menino era alto quase do meu tamanho, cabelos cacheados, usava óculos, suas roupas eram simples, usava uma jaqueta preta, de um lado havia um skate velho, aparentemente sobrevivente a muitas quedas, do outro uma menina, nada parecida com aquela danada que tinha me feito correr igual louco, ela era miuda, cabelo curto e castanho, cacheados, eles recaiam harmoniosamente sobre seu ombro, ela usava uma roupa inteiramente cinza com excepção de seu tênis branco.
Ao subir lá faço barulho e eles se viram
- Hahaaa euu te disse! - diz ele para a menina - sabia que você viria cara! Você sempre demora mas no final aparece - agora se referindo a mim, ele estende a mão para a garota como se estivesse esperando lado dela.
Ela olha de forma hostil para a mão dele e diz:
- Af, ok Hugo, beleza , você ganhou a aposta, toma seus cinco dólares e enfia guela a baixo - ela joga uma nota de cinco dólares, com cara birrenta , após essa cena eles se vem em minha direção
- Hey m-mas, quem são vocês?...- Pergunto, minha voz falha, quase não saí.
Meu celular toca,
- O que? Você disse algo?? Vamos Chris - o garoto diz obervado meu celular tocando. - atende isso ai logo ,te esperamos lá em baixo - eles descem, a garota dá um soquinho no meu ombro, sorri e segue o amigo.
*Atendo sem olhar o nome*
- Alô? Quem é? - pergunto
- Jon , Sou eu o Max, o vôo ja chegou em seu destino! A Ally esta bem - ele diz todo alegre.
- Sério??? Ainda bem! Eu estava muito preocupado, já ia te ligar também!! - digo aliviado.
- Bom só liguei para te dar a boa notícia mesmo, vou ligar para ela de novo para conversamos melhor depois você liga também para saber melhor o que ocorreu, tchau! -
Fico tão feliz, que sem nem me importar se conhecia ou não aqueles dois, digo indo em direção da escada:
- Era o pai da minha namorada! Eles disse... - me interrompo.
Ninguém, não tinha mais ninguém ali, eles tinham simplesmente sumido , era impossível...

The Begin Of EndOnde histórias criam vida. Descubra agora