Aparentemente para minha mãe sempre fui a ovelha negra da família, ela nunca me dava razão em nada, nunca me apoiava, com o tempo eu fui aceitando e me vangloriando por esse "título". Ela achava que isso tudo era culpa do meu pai, pois nem ele a aguentou e saiu de casa. Então com o passar dos anos ela achou que devesse me dar um pai, e se casou com outro cara.
Não é como se eu achasse que ela não poderia se casar novamente, ser feliz com outro cara... Mas o cara tinha que ser justo esse?
No começo ele se mostrou bonzinho, me paparicava, dava presentes... Mas assim que ele se casou com a minha mãe e tiveram uma filha ele foi se revelando. Começaram a me deixar de parte, e o que minha mãe fazia enquanto a isso? NADA! Quando eles saiam eu sempre ficava em casa, as brigas viraram rotina com meu novo "pai", mas eu fui crescendo... E as coisas mudando, ele começou a me ver de outras maneiras, e a se insinuar para mim, eu tentava contar diversas vezes para minha mãe, coisa que nunca adiantava, ela nunca me dava razão, dizia que era fruto da minha cabeça.
Com essas coisas acontecendo eu fui me afastando de casa, cada vez eu ficava mais fora, não fazia nada demais, me bastava não estar em casa. Um dia quando eu tinha saído pela milésima vez, encontrei um pessoal nos predios abandonados que eu costumava ficar, e eles tinham justamente algo que iria me fazer sentir livre... Livre como nunca antes, eu os observei por umas semanas, eles pulavam, corriam se locomoviam igual gatos pelos prédios ...e quaisquer obstáculo que encontrassem. Sempre fui muito extrovertida, então depois de ter me apaixonado por aquele extremo e radical esporte. Me aproximei do pessoal que o praticava e pedi para simplesmente poder "voar" com eles. E com o tempo fui ficando muito boa. Mantia isso escondido da minha mãe, inventava desculpas, contei para ela que tinha arrumado um emprego de meio horario. Assim me mantia fora de casa.
Depois de um tempo um garoto novo se uniu a nós, o chamavam de Hugo, éramos bem parecidos, e nossa amizade foi ficando cada vez mais forte... Nessa época eu me envolvia em várias brigas e discussões com meninos na rua, na maioria das vezes eu me machucava e o Hugo tinha que intervir, pois já me bastava abaixar a cabeça dentro de casa, não deixaria ninguém pisar no meu calo em meu ambiente. Inclusive, certa vez entramos em uma grande confusão, brigando, fomos pegos pela polícia, e em poucos minutos minha mãe chegava no local... Depois disso vieram mais e mais discussões, um longo castigo que me censurou dentro de casa por um tempo. Assim que pude fui ao encontro do Hugo, e ao me emcontrar com ele tive uma surpresa, do pessoal que praticava parkur restavamos só nos, e ele tinha ido morar em um estacionamento abandonado, com isso ele me propôs de ir morar com ele se eu quisesse.
Com novas amizades, novos problemas foram surgindo, e meu padrasto ficava cada vez mais audacioso, minha mãe como sempre nunca me dava ouvidos. Certa noite ele invadiu meu quarto na calada da noite e aquilo foi a gota que fez a água transbordar, gritei, esperniei, minha mãe e minha irmãzinha acordaram, minha mãe veio correndo para ver o que acontecia, eu desesperada jogava objetos encima dele e falava para ele se afastar, quando ela chega no quarto e vê a situação, surta, ele tenta argumentar com ela, inventar desculpas, mas para mim já era o suficiente não ia suportar aquilo por nem mais um minuto, enquanto eles se afastavam e discutiam no corredor, eu colocava algumas coisas em uma mochila com rapidez colocava meus ténis e saia pela janela. Ao cair na grama enfrente a casa, eu não sabia para onde ir, só sábia que alí eu não ficaria mais nem um segundo, portanto iniciei uma frenética e incessante corrida, sem rumo, corri... Corri e corri, até meus pulmões arderem, cheguei perto de um corrego situado em um parque, e observando a lua, me lembrei de um lugar ao qual eu poderia ir...
[...]
Como eu ainda era de menor, não podia trabalhar, mas o Hugo enchia o saco para eu continuar estudando, e assim eu fiz, enquanto ele trabalhava em um no posto de gasolina eu estudava e tomava conta daquilo que tinha se tornado nosso lar.
Com o passar de algumas semanas apareceu um jovem no estacionamento. Ele se chamava Jonathan, bom ao parecer ele que "trouxe" o irmão para o estacionamento. Não sei por qual razão ele começou a vir por aqui direto, e logo descobrimos frequentar a mesma escola. Nos eramos destemidos, desafiadores, nunca tivemos muito e o que tinhamos nos bastava, e ele... Bem, estava longe de ter raízes humildes, de vez em quando íamos a sua casa jogar, ele sempre estava sozinho pois seus pais sempre viajavam, mas o que ele gostava mesmo era de ficar no estacionamento com a gente, incrível que com todo aquele conforto a seu dispor ele preferia ficarem um lugar improvisado sem muitos recursos. Claro, com o tempo nosso cantinho no estacionamento foi ficando mais aconchegante e confortável, mas nada que se comparasse com a residência Hope.
Assim o tempo foi voando, minha mãe as vezes tentava manter contato comigo, mas eu sempre dispensava, raramente eu falava com ela, pelomenos ela respeitou minha decisão, até me mandava dinheiro as vezes, mas nada que eu usasse, última coisa que eu precisaria dela era o dinheiro, pois quando precisei da confiança ela me foi negada. O Irmão eu não sei se ele mantinha contato com a mãe ainda, pois o mesmo não gostava de falar sobre o assunto.
Mas ignorando esses fatos, esses meses ao lado do Hope e do Irmão tinham sido os melhores, nós nos tornamos inseparáveis, eu tinha encontrado algo que nunca tinha tido... Uma família!
TO BE CONTINUED
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The Begin Of End
Mystery / ThrillerJonathan Hope é um jovem aparentemente muito tranquilo, mas que sofre de vários transtornos psicológicos, vive com o pai e a mãe em Nova York, tem uma namorada e vai a escola ... Mas tudo muda quando sua namorada decide mudar-se de país para estuda...