Cap. 5 - Decadência

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-... Cadê as fotos? - levo minha mão ao meu rosto em um gesto aflito, aquilo tava me cansando, me desgastando, soquei a parede.
- Que merda tá acontecendo?! - lágrimas queimam em meu rosto, fazendo transbordar uma raiva inexplicável em meu interior.
- Eu... Não entendo! -
     Fico sentado no chão até me acalmar, e sentir meus pensamentos me abandonando, exausto daquela situação toda, sinto meu corpo sonolento, pesado, minhas pernas aos poucos vão parando de me responder, meus dedos seguem seu exmplo... "Eu estava morrendo?" esse pensamento percorre todo o cumprimento do meu corpo e me faz estremecer, em um gesto desesperado de me levantar, com muito custo me apoio na mesinha ao lado, mas para meu azar, nesse exato momento meus braços também param de me obedecer e eu desabo novamente no chão, derrubando um vaso, que caí e quebra, minhas pálpebras vão aos poucos se fechando e ao meu redor vejo os vidros espalhados. "Alguém poderia se machucar com esses vidros", penso começando a delirar, após alguns segundos não ouço nem vejo mais nada...
[...]
     Alguns borrões de pessoas Andando em minha volta começam a aparecer, não entendo bem o que está acontecendo.
Primeiro começo a mexer os dedos, lentamente vou recuperando o movimento deles, meus olhos ainda não se abrem, porém começo a ouvir barulhos, pessoas conversando, máquinas apitando, meu olfato começa a distinguir os cheiros, o ar está um pouco frio, sinto frio.
Não era ruim  permanecer de olhos fechados, podia imaginar o que tinha em minha volta. Porém com o passar dos minutos, um pequeno desespero brota emmeu interior, "quero ver o que está acontecendo!".
Tento abrir os olhos, sem muito sucesso, continuo tentando, até que desisto, e me limito a prestar atenção nos sons a minha volta e aos poucos vou adormecendo.

*
Vejo alguém em uma cama de hospital, tudo está mudo, medicos me tiram da sala, eu me debato, falando que não ia sair, a cena se repete algumas vezes, e e depois falha. Derrepente o cenário já muda, estou sentado, esperando alguém, vejo um medico chegando perto balançando a cabeça, não ouço o que ele disse, apenas vejo o que acontece, eu choro, meus pais me seguram , e corro em direção da sala de operações, e ao olhar pelo vidro, não havia mais um garoto ali, mas sim uma mulher, miuda, com os cabelos cacheados, e a face pálida, lágrimas queimam em meus olhos ao ver aquele corpo sem vida, apenas alí, esperando ser carregado para um lugar do qual nunca mais sairia, eu desabo no chão lembrando de várias coisas, e logo meus pais chegam e me abraçam, tudo muda muito rapido novamente, e lá estamos nos três, eu o Hugo e a Chris, conversando e rindo, a cena muda de novo com a mesma velocidade, pessoas em ambulâncias, gritos, choros e risadas, se mesclavam na minha cabeça... Aí tudo é absorvido por um vórtice, parece que ele vai me sugar para dentro de sí também, estou em lugar branco e a menina dos cabelos dourados está ao centro.
- Se lembra...? - me olha com um olhar melancólico...
*

E como se tivessem passado somente alguns segundos acordo novamente, assustado. Estou em uma cama de hospital, de início vejo uns borrões, após um tempo começo a distinguir as formas, meus pais estão alí na minha frente, minha mãe estava chorando, e assim que percebe que acordo, ela me abraça, e beija.
- AAH! Graças a Deus, Jonathan Hope! Não me dá esses sustos, que meu coração não é mais o mesmo de antes! - Lola diz me beijando.
Um pouco confuso, o único que consigo dizer de início é:
- Hugo... Chris... -
Olho para meus pais com olhar vazio, eles se assustam, ao ouvir esses nomes, o médico só observa a cena, e interrompe o clima de tensão:
- ...Bom, continuando o que eu estava dizendo, você teve algo que chamamos de apagão celebral. Você anda muito estressado, sobrecarregado, e diria preocupado, e isso tem afetado seu psicológico, então seu cérebro entrou com uma medida "proventiva" e te "apagou"... Pelo que to vendo da sua ficha médica isso já te aconteceu antes, bom no mais é isso, esses seus devaneios celebrais têm que ser avaliados, e observados, não é algo muito comum, você obteve alta, se assim desejar, já pode voltar para sua casa. - ele se afasta e sai da sala.
Meus pais conversam entre sí, eu me arrumo e vou para o carro junto deles, ninguém fala nada durante o trajeto, chegamos em casa, e eu pretendo ir direto para o quarto, meu pai me puxa delicadamente...
- Filho andei conversando com sua mãe, e achamos que você poderia começar a se consultar com um psicologo... Quem sabe, sua situação melhore... -
Não sei porque aquela situação me parecia engraçada.
- Ah, vocês acham que eu deveria ir no psicólogo? Acham que tô ficando louco? É isso?! - digo em um tom neutro.
Eles se assustam um pouco com minha aparente tranquilidade.
- Não meu filho! Jamais, só achamos que se consultar com um psicólogo seria uma boa... Talvez te ajudasse a superar... -
Eles falam desviando meu olhar e quase sussurrando.
Eu os encaro, e reflito
- Superar o que? - Pergunto meio impaciente...

TO BE CONTINUED

Desculpem a demora >.< e também o capítulo curto, mas essa mente do Jon fica difícil de entender até pra mim c: em breve novo capítulo compensando esse (logo mais reviso o cap. to um pouco sem tempo).

The Begin Of EndOnde histórias criam vida. Descubra agora