The Begin Of End

Cap. 4 - Tranquilidade

Depois de chegar em casa, liguei para ela por WhatsApp, porque ligações para o exterior são muito caras, ela me contou do que tinha acontecido com o avião, eles tinham entrado em umas tempestade, e o sinal de rádio tinha sido prejudicado, porém todos os passageiros chegaram em seu destino sãos e salvos, depois ficamos conversando durante horas e horas sobre os mais diversos assuntos, rimos bastante e quebramos o climão que havia se formado entre a gente. Senti saudades, daquele cabelo cheiroso, seus olhos castanhos, saudades dela, ahh tão linda, poderia ficar à observando por muito tempo sem me cansar.
Os dias seguintes foram todos bem parecidos, ia para a aula, chegava, e conversava durante muito tempo no telefone, dormia e fazia isso novamente. Tava tudo tão bem, que estava até extranhando. Com isso o acontecimento bizarro do prédio ficou esquecido em minha cabeça, confinado e sobreposto por muitas boas emoções, porém mesmo com toda essa tranquilidade, eu me sentia constantemente observado, e essa sensação estava me encomodando. Estranhamente meus pais estavam em casa, e minha mãe me pediu para ajudá-la a limpar o porão e jogar fora umas coisas velhas. Bom, raramente ela me pedia algo, até porque era raro vê-la em casa.
Dês de pequeno meus pais gostavam muito de viajar, seja por trabalho que por gostos pessoais, até meus cinco anos eu sempre viajava com eles, até que tive que começar estudar, então decidiram comprar está casa e pagar uma babá para cuidar de mim, quando eles não estivessem presentes, vários natais, e aniversários "sozinho"...
Mas não queria me sentir triste nesse dia então afasto essas lembranças de minha cabeça.
Minha mãe estava engraçada, havia vestido umas roupas que nunca tinha visto, porém isso não tirava em nada a sua beleza, nós não nos pareciamos, ela possuia cabelos curtos, e negros, olhos alegres e verdes, sua pele era branca como neve, ela era baixinha,e seu rosto exibia um pouco de suas "marcas de sabedoria", como ela gostava de chamar, e eu era alto, magro, um pouco encorpado, mas longe de ser aqueles caras de filme, meus cabelos se pareciam com os dela, mas minha fisionomia era complemente diferente, bom, normal né? A final de contas, ela não era minha mãe biológica, isso é algo que poucos sabiam, mas nunca me dei bem com a mulher que me deu a luz, e ela também nunca se esfoçou então não à considerava "minha mãe".
Desde muito pequeno ela me rejeitava, última vez que a tinha visto foi no inverno dos meus onze anos, ela veio atrás de dinheiro, falou que se meu pai não desse para ela, que ela me pegaria de volta, meu pai ficou furioso e a levou na justiça tirando-lhe minha guarda.
Era gostoso poder passar um pouco de tempo com a Lola, assim se chamava minha madrastra, no vai e vêm de caixas tiramos muitas coisas do porão, varias caixas antigas e empoeiradas, ela junta várias coisas e põe na camionete para levar, algumas para doar outras nos centros de reciclagem, eles eram bem cismados com essas coisas de preservação do meio ambiente. Em quanto ela vai, contínuo limpando, tirando e organizando coisas, eu gostava bastante de arrumação, colocar tudo no seu devido lugar, em harmonia.
Ao empilhar algumas caixas, eu tropeço e caio derrubando algumas delas, no chão se esparramam várias coisas, detre elas um álbum de fotos, que eu nunca tinha visto... Eu o abro, e vejo várias fotos, fotos das quais não tenho alguma lembrança, estou com um garoto e uma garota em quase todas, observo melhor...
- Hugo... - eu digo em pensamento.
Passo alguns minutos observando a foto, mil e um pensementos passam por minha cabeça, porque aquilo estava ali? Porque o Hugo e a Chris estão nelas? Sendo que eles são apenas parte do meu sonho?
Porque minha mãe nunca tinha mencionado aquelas fotos?
Porque elas estavam alí?
Ao passar rapidamente o álbum vejo uma foto de nos três, no prédio no qual eu os vi semana passada...
Após alguns segundos Lola chega, quando ela vê o que eu estou olhando, muda de expressão, fica levemente irritada
- Vamos filho estamos aqui para limpar e não para curiar as coisas! - Diz ela arrancando da minha mão grotescamente o álbum, e o guardando novamente, ela avalia a caixa, e a separa das outras. Diz que não precisa mais da minha ajuda e praticamente me expulsa de lá, fico sem entender... "O que foi isso??".
Essas perguntas ficam rondando minha cabeça, decido tomar um banho...

Estou me ensaboando quando alguém entra no meu banheiro, fico assustado, e por segundos permaneço imóvel, o box se abre, e a garota dos cabelos dourados entra.
- O QUE VOCÊ FAZ AQUI ?!? - Digo alarmado, ela estava com uma camisola semi-transparente, dava para ver o corpo dela por inteiro, ela sorri de lado, e tampa minha boca com o dedo.
- Shh... -
Eu indignado com a situação tento sair do box, sem sucesso, ela segura minha mão, e parece que minha força desce pelo ralo junto com a água, ela me encosta na parede, e pega minha mão, a jovem não parecia estar incomodada com a minha nudez, na verdade acho que nem tinha prestado atenção, aquilo era muito estranho, ela leva minha mão até a região acima do seu peito, e diz:
- Você está sentindo? -
Não sinto nada, não entendo suas palavras, mas após alguns instantes eu percebo... Seu coração... Não bate, ela faz uma cara satisfeita, como se estivesse lendo meus pensamentos.
- Se lembra... Você precisa lembrar -
Ela diz se aproximando dos meus lábios
- Hey o que você tá...? - digo

Ela me beija acima do lábio, olha nos meus olhos e diz : "album ... Acorda..."

-... Acorda, ACORDA! Filho, acorda, vai se resfriar, se ficar só de toalha com esse frio! Estamos saíndo viu? Fica bem tá bom? - Lola beija minha testa e se distância, saí.
Esfrego meus olhos, observo em volta, "como raios cheguei ate aqui?", "eu estava tomando banho e então...?"
- O album! - visto um roupão e desço as escadas correndo, aproveito que meus pais saíram, acho que minha mãe não queria que eu visse aquele album, a caixa que eu queria estava do lado da escada, eu a abro rapidamente, rasgando lacres e demais coisas, tiro tudo de dentro até achar o objeto desejado, eu o folheio e para minha surpresa não havia mais nada ali...
- Mas o que significa isso...? O que está acontecendo...? - digo me jogando no chão.

TO BE CONTINUED...