Cap. ESPECIAL- Passado part. I

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[...]. Eu saí de casa mais uma vez correndo, eu estava cansado de tudo aquilo[...]

*
Minha família no passado tinha uma boa condição, mas meu pai, viciado em jogos, perdeu tudo... empresa, casa, dignidade.
Saímos da nossa casa nos bairros de classe média de NY para a periferia. Mas logo depois que estávamos em uma casa de aluguel, tivemos que sair, meu pai não tinha condições de pagar, repetindo assim esse ato diversas vezes, até que minha mãe começou a trabalhar,e com o que ela ganhava conseguíamos levar a vida, meu pai começou a gastar metade do dinheiro que entrava para beber. E quando ela reclamava ele se exaltava, a xingava e as vezes fazia até pior...

- Você não faz nada! E ainda gasta o que não temos nesses botecos! Como pode viver desse jeito, vendo as coisas faltarem para o seu próprio filho! - Minha mãe disse desesperada em mais uma de suas grandes brigas.

- Cala a boca mulher! Ninguém está te perguntando nada, não começa com a ladainha - ele olhava-a exaltado e irado.

- Não, não vou calar já estou cansada disso tudo! - Ele olha para ela mais uma vez se levantando e ergue o punho.
- Eu disse para você calar a boca! - Eu que estava observando tudo do meu quarto chorando, compreendo o que aconteceria a seguir, corro e entro na frente.

- Não vai encostar um dedo nela papai! - Digo me colocando na frente de minha mãe, a mão do meu pai descia ferozmente para golpeá-la. Com a força do impacto caio ao chão, fazendo minha mãe vir ao meu socorro.

-Filho!... - me acolhe em seus braços chorando, meu olho começava a ficar roxo, e sangue a sair pelo meu nariz.

- Mamãe você está bem? Agh... - eu pergunto tentando não me importar muito com a dor.

-Olha o que você fez! - Ela se dirige ao meu pai - está feliz agora? - Diz ao me abraçar forte.

Ele observa por alguns segundos a situação, por instantes uma expressão culpada aflora em seu rosto, mas logo muda para uma de desprezo.

- Que seja! - Ele abre a porta acende seu cigarro e sai...
*

Depois dessa briga, se passaram dois anos, com confrontos de intensidade sempre maior. Até que um dia....

Eu saí de casa mais uma vez correndo, eu estava cansado de tudo aquilo, andando pelas ruas sem rumo fui abordado por alguns amigos das antigas, com eles uma menina que eu nunca tinha visto por aqui.

- E ai irmão! - Ele acena
- E ai cara! - Digo com cara um pouco abatida.
- Ei o que tá pegando? Você tá com uma cara...
- Ah vei, cê sabe né, meu velho tá como sempre .... Já tô cansado, minha mãe não separa, estamos na mesma a dois anos já...
- Ow vei se anima, bora com a gente estamos aprendendo umas coisas muito loucas!
Eu não tinha nada a perder.
- Vamos claro!

Dês daquele dia comecei a praticar uma arte, chamada parkur por nós da periferia, com ela eu me sentia livre, sem mais paredes para me prender, distâncias para me barrar. Era perigoso, mas me dava adrenalina, me fazia sentir vivo, em casa as coisas só estavam piorando, eu faltava cada vez mais as aulas, e minha mãe começava a discutir comigo, me dizia que isso não me levaria a lugar algum, mas nem me importava com suas falas, porque?... Aquilo me proporcionava o que ficar dentro de casa presenciando brigas e mais brigas nunca iria me proporcionar... Felicidade.

Porém após um tempo os meninos, que eu considerava meus irmãos, foram se perdendo, alguns morreram por se envolverem no crime, outros tiveram filhos, e muitos foram desanimados. Restou a mim e a Chris, que na época era novata, mas que agora tinha se tornado uma irmã, não de sangue, mas de vida. Ela era miúda e encrenqueira, eu sempre falava que estranhava muito o fato de ainda estar viva, pois loucuras era seu segundo nome. Com o passar do tempo nós ficamos cada vez mais próximos, porém ela, assim como eu, tinha seus problemas em casa.

E em um dia, cansado de tantas brigas, juntei as poucas coisas que tinha, e saí de lá, correndo como de costume, em plena tempestade, ao correr de modo desgovernado sem rumo, esbarro em um garoto, aparentemente ele tinha a minha idade, talvez ele também estivesse tentando achar um abrigo.
-Hey tudo bem? Pergunto me levantando.
- Sim! -
- Desculpa! Tenho que ir está chovendo muito e tenho que encontrar um lugar pra ficar.
- Mais pra frente você vai encontrar um estacionamento abandonado, lá é um bom lugar para quem fugiu de casa Hahaha-Ele diz sorridente, depois sai correndo e acena com a mão. Não me dando nem tempo de agradecer.

Todo molhado chego no estacionamento, entrando logo e assim caminhando até o topo, onde havia uma sala ampla e vazia, que para minha sorte usufruía de uma lâmpada que funcionava, me instalo lá e em poucos dias já estava um lugar no qual dava para sobreviver, tinha conseguido um emprego no posto de gasolina, onde lavava os carros, e com o dinheiro me virava. Depois de um tempo a garota cujo nome era Chris veio morar comigo, assim eu tinha lhe proposto, para que ela não tivesse mais que suportar a pressão dentro de casa. Dentro de um mês aproximadamente o menino da tempestade vem no estacionamento.

- Ei? Tem alguém aí? - Ele pergunta subindo as escadas. E com o eco escuto lá de cima.

- Chega aqui em cima cara- após uns segundos ele chega. Olhando ao redor.

-Nossa cara, você, fez o que aqui? - Diz impressionado - Ah sim! Prazer Jonnathan!

- Hauahauah, nada demais, só uma ajeitada, Prazer Hugo!

TO BE CONTINUED

Então leitores do meu coração, o que estão achando desses capítulos especiais? Vem mais por aí, gostaram da história do Hugo? Sábado que vem tem mais! Não esqueçam de VOTAR! Compartilha e comentar!

Créditos a minha amazing beta do kokoro Lizuly

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The Begin Of EndOnde histórias criam vida. Descubra agora