Capítulo 4

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  Ah princesa, não deveria ter deixado a janela aberta. - Chat Noir puxou Marinette para um beijo. Colou seu corpo no dela e a prensou na parede.

A garota não sabia como reagir, estava em choque. Mas logo fechou seus olhos e decidiu se deixar levar.

O beijo era intenso. Desesperado da parte de Chat Noir e atrapalhado da parte de Marinette. Era o segundo beijo da azulada. Seu primeiro beijo havia sido com ninguém menos que Chat Noir, para salvá-lo do Cupido Negro. E mesmo que não contasse - e ela não contava -, seu "novo primeiro beijo", estava sendo com o gato preto novamente.

Se separaram por falta de ar e Marinette esperava que ele dissesse algo como: "Você caiu na minha pegadinha". Ou na pior das hipóteses: "Eu sei que você é a Ladybug". Mas ele apenas olhou para ela e segurou mais forte sua cintura, iniciando outro beijo.

Chat Noir colocou uma mão no pescoço da garota, enquanto a outra permaneceu na cintura dela. Já Marinette não sabia onde colocar as suas. Então levou as duas até os cabelos do gato e os agarrou, deixando-os mais bagunçados do que já estavam.

O anel de Chat Noir apitou e então eles pararam o segundo beijo. Marinette foi abrir a boca para dizer algo, mas foi interrompida pelo dedo de Chat, que pousou em seus lábios.

— Deixe a janela aberta amanhã à noite, se não serei obrigado a quebrá-la, só para beijar você novamente. - roubou um selinho dela e foi até a janela - Até mais, princesa.

Assim que Chat Noir saltou da janela, Marinette desabou no chão confusa. O que havia acabado de acontecer?

— Marinette, o que foi aquilo? - disse Tikki indo até ela.

— E-eu não s-sei.

*

Marinette entrou silenciosamente na sala, evitando atrair olhares e rezando para que a professora não visse. Mas como sempre, a sorte não estava ao seu favor. Ao passar por Adrien, olhou de relance para ele, recebendo um sorriso galanteador do garoto. Então, como era esperado, tropeçou no degrau da escada e caiu com tudo no chão.

— Ah, bom dia Marinette. - disse a professora - O que foi dessa vez? Se trancou no banheiro sem querer? Seu cachorro estava doente? Ou sua casa estava pegando fogo? - Não, um certo gato preto me fez ficar acordada praticamente a noite toda pensando no que o teria feito me beijar daquela maneira.

— Ér... acidente de trânsito? - a professora fez a expressão que sempre fazia quando Marinette vinha com suas desculpas esfarrapadas. Adrien levantou e estendeu a mão para a azulada que hesitou um pouco mas segurou a mão dele. O modelo a puxou para cima com mais força que o normal, fazendo seus corpos se chocaram. Marinette corou e rapidamente sentou-se no seu lugar, já o rapaz deu um sorriso de canto e sentou-se ao lado do amigo.

*

Na hora do intervalo, Marinette correu para o local onde ficavam os armários e sentou-se em um canto.

— O que houve Marinette, porque não está com seus amigos? - disse Tikki.

— Estou confusa, Tikki. Como deixei Chat Noir me beijar daquela maneira? Ele é meu parceiro e tudo, e eu confio nele. Mas eu não o conheço por trás da máscara, ele é como um estranho. Como posso beijar um estranho? - a kwami abriu a boca para falar mas foi interrompida por Marinette - E tem mais o Adrien. Porque ele está agindo diferente comigo? Parece que está me provocando, ou sei lá. Ele não é assim, ou será que é? Ah meu Deus, preciso de ajuda! - a azulada jogou sua cabeça para trás. - Tikki, você é definitivamente a única a quem eu posso contar tudo isso que estava me segurando para falar.

— Calma Marinette, vai ficar tudo bem. - disse a kwami abraçando a amiga. - Sobre Adrien, como eu disse, talvez ele esteja realmente gostando de você. Não fuja dele. Agora sobre Chat, pode ser algo do momento, mas se ele realmente deseja investir em você, talvez você devesse ter uma conversa com ele, afinal, você ama o Adrien, não é? - ficou alguns segundos em silêncio.

— E-eu não sei.

*

Marinette ia em direção a sala de aula assim que o sinal tocou, mas ouviu gritos e alunos correndo. Um akuma.

Ótimo, era tudo o que eu precisava! Ela se escondeu em uma sala qualquer e abriu sua bolsa.

— Tikki, transformar!

Quando chegou perto do zelador da escola que havia sido akumatizado, viu que Chat Noir havia chegado antes. Os dois começaram a lutar lado a lado e Ladybug notou que ele continuava a fazer suas piadas sem graça e seus flertes desnecessários. Talvez o beijo fosse só coisa do momento mesmo. Ladybug voltou sua atenção na luta.

— Miraculous, Ladybug. - disse a heroína lançando o balde para cima e fazendo tudo voltar ao normal, como sempre.

— Nos vemos por aí, my lady. - falou Chat saindo de cena, parecendo estar apressado. Ladybug ficou meio atordoada. Talvez ele saiba que eu sou a Ladybug. Não, isso não é possível, eu realmente tomo muito cuidado com isso.

Ladybug entrou no banheiro e segundos depois Marinette saiu de lá. Assim que entrou na sala de aula foi recebida por um abraço apertado. Antes que pudesse dizer a Alya que estava tudo bem e que havia se escondido em lugar qualquer, percebeu que não era a amiga que a abraçava.

— Onde você estava? Te procurei em todos os cantos. - disse Adrien e em seguida a soltou.

— A-ah, e-eu me escondi. S-só isso. - a garota ficou corada como de costume. Adrien suspirou aliviado. Depois de derrotar o akuma, saiu apressado a procura de Marinette com medo de que a mesma tivesse se machucado.

— Então, o que acha de me acompanhar ao parque para tomar um sorvete hoje à tarde?

— N-não s-sei se vai dar, e-eu tenho o d-dever de história e...

— Eu te ajudo a fazer o dever depois. - a verdade é que a menina estava inventando uma desculpa. Ainda estava confusa com essa história de Adrien agir diferente e um certo gato preto agir descontroladamente.

— N-não quero i-incomodá-lo...

— Por favor, eu insisto. - disse Adrien e Marinette derreteu por dentro. - E então?

— C-claro. - ela era apaixonada por Adrien, certo? Bom, era isso o que ela pensava. Talvez esse encontro sirva para tirar Chat Noir de seus pensamentos. Mas o jeito que Adrien estava agindo com ela, ainda a incomodava. O que será que aconteceu com ele?

Para Adrien a resposta estava clara: Ele havia caído na real.

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