Capítulo 6

2.1K 286 107
                                    

CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO.

CONFORME AVISADO O LIVRO FICOU COMPLETO ATÉ O DIA 20.04.2017

LIVRO COMPLETO NO SITE WWW.AMAZON.COM.BR

****

CAPÍTULO 6

Lua

— Eu acho melhor você ir embora, Felipe — digo.

— E eu acho melhor ele ficar e me explicar o que faz dentro da minha casa e, ainda por cima, pedindo que minha mulher me esconda coisas — Artur diz e eu percebo que é a primeira vez que o vejo chateado dessa forma. Ele não está furioso, parece estar... Decepcionado.

— Não é isso, Artur. Apenas... — Felipe começa, mas não é capaz de terminar a frase. Seus ombros caem para frente e seu semblante está derrotado.

— Felipe está com problemas, Artur. E tem medo de que as pessoas o tratem de uma forma diferente se souberem. É apenas isso.

— Que problema? Por que tem que me esconder? — Meu marido estufa o peito e cruza os seus braços fortes demonstrando uma imponência absoluta sobre Felipe.

— Não é o caso de te esconder algo, Artur. O segredo e o problema não são meus. E não diz respeito a ninguém, fora Felipe. Por isso pode desfazer esse bico e, Felipe, pode ir para a casa descansar.

— Não, Lua. Tudo bem — Felipe me responde suavemente e se vira para Artur. — Estou tendo problemas com a justiça e com a minha família. Luana é a única amiga que tenho, por isso só ela sabe. Pedi segredo, pois meu estágio pode estar em risco. Mas te garanto que não é algo íntimo ou pessoal que envolve sua mulher. Tenho muito respeito por ela e por você, cara.

Artur encara Felipe, mas parece acreditar em suas palavras.

Droga! Eu odeio esse lance de segredos e mistérios. Já não me sinto bem com o passado do Artur que não é 100% esclarecido para mim, agora estou aqui, parecendo uma menina de quinta série guardando segredos para o amigo. Já falei para Felipe que Artur pode até ajudar, mas ele não quer que ninguém saiba. Acha que como todos os seus amigos viraram às costas para ele no passado, vai acontecer o mesmo. E que Artur vai me fazer se distanciar dele. Mas, fazer o quê? Respeito o meu amigo e é só por isso que não vou abrir logo o jogo. Só quem tá na pele do Felipe sabe onde a corda aperta.

— Saiba que você não é bem-vindo à minha casa, muito menos para ficar trancado e de segredinhos com a minha mulher. Se isso se repetir, não serei legal, muito menos sociável. Quebro sua cara antes que você possa notar minha presença. Entendeu?

Felipe abre um pequeno sorriso e acena em concordância.

— Ótimo. Agora se retire. — Artur é taxativo e se afasta da porta indicando a saída para o meu amigo.

—Até mais, Lua, e obrigado mais uma vez — ele fala comigo de longe e sai pela porta, passando por Artur, que continua de cara feia.

Depois que escutamos a porta da frente bater, Artur me encara por mais um momento e quando eu penso que vai dizer algo, vira às costas e sai.

Respiro fundo, chateada. Eu nem sonhava que Felipe apareceria aqui hoje. Quando ele me ligou mais cedo, eu disse para ele ir até a casa de Pedro, mas ele disse que era urgente e particular, e parecia chorar ao telefone. Eu sabia que Artur não ia gostar, mas na hora não raciocinei. E se fosse o contrário, eu também estaria louca de raiva. Por isso vou dar um tempo para ele se acalmar.

Vou até a cozinha, bebo um pouco de água e escuto uma porta bater violentamente no andar de cima. Deduzo que Artur tenha entrado no banho para esfriar a cabeça.

DEGUSTAÇÃO * Razões Para Recomeçar Onde histórias criam vida. Descubra agora